E não é só algo relacionado à genética das populações orientais. Na Califórnia, pesquisa realizada com 97.275 mulheres revelou que as que consumiam soja diariamente tinham menor risco de desenvolverem câncer de ovário. Os fitoestrógenos da soja exercem suas funções bloqueando o estrogênio produzido no corpo, o que reduz o crescimento das células cancerígena. E para os homens? De acordo com as diretrizes nutricionais da Sociedade Americana do Câncer, os alimentos a base de soja podem ajudar a diminuir o risco e a agressividade do câncer de próstata.
Em idosos, as isoflavonas também parecem reduzir o risco de doença cardíaca, osteoporose e o declínio cognitivo. Um estudo publicado em 2016 mostrou ainda que a soja reduz a toxicidade gerada pelo bisfenol A, composto químico utilizado em garrafas plásticas, latas, mamadeiras e outras embalagens de alimentos, além de brinquedos e produtos de beleza. Quando cai na circulação sanguínea o bisfenol desregula a produção hormonal, o funcionamento da tireóide, aumenta a hiperatividade, o déficit de atenção, a infertilidade e o risco de câncer. Produtos a base de soja parecem reduzir estes efeitos adversos.
Agora, a maior parte da soja produzida no Brasil é transgênica, também conhecida como GM (geneticamente modificada). Esta planta é mais resistente ao uso do agrotóxico Roundup, nome comercial do glifosato, produzido pela empresa Monsanto. A soja transgênica tem um gene transferido de uma bactéria que possibilita a síntese das proteínas mesmo sob altas doses de agrotóxico. Vários estudos já haviam sido publicados acerca do potencial carcinogênico do glifosato. Em 2016, um novo estudo, publicado em parceria entre instituições europeias alertou novamente para o risco de câncer advindo do uso do glifosato.