Ansiedade: o papel da erva Ashwagandha

Os mecanismos de estresse podem ser benéficos conduzindo-nos à ação. Contudo, o estresse crônico geralmente resulta em declínio na saúde. Assim, o controle do estresse e ansiedade deve ser levado à sério. Praticar exercícios, ouvir música, meditar, entrar em contato com a natureza, dormir e tirar férias são estratégias frequentemente citadas nos estudos para a redução da ansiedade.

Comer bem também é importante. O jejum aumenta o estresse fisiológico e piora o humor. Quando o estresse é grande podem aparecer sintomas como cansaço, redução da memória, distúrbios menstruais, dores de cabeça, musculares ou articulares, insônia e irritabilidade.

Distúrbios mais graves de ansiedade podem ser tratados com antidepressivos, ansiolíticos e betabloqueadores. Mas antes de partir para medicamentos é recomendável tentar alternativas nutricionais. Isto porque os medicamentos vem juntos com uma série de possíveis efeitos colaterais que incluem indisposição, visão desfocada, fadiga, pesadelos, náuseas, tonturas, fraqueza, vertigens e dependência química.

O papel de nutrientes e ervas na redução da ansiedade vem sendo estudado sistematicamente. Já falei anteriormente no blog sobre taurina, inositol, GABA, valeriana, vitamina B6, zinco, cobre, magnésio, ômega-3, fosfatidilserina, kava-kava, lisina, arginina, triptofano, Griffonia simplicifolia, L-teanina, SAME,  e carboidratos complexos.

Conheça o adaptógeno Withania somnifera

Hoje trago informações sobre a Withania somnifera, conhecida popularmente na medicina ayurvedica como Ashwagandha. Apesar da erva ser usada na Índia a centenas de anos apenas recentemente começou a ser investigada clinicamente. É considerada um adaptógeno, tornando a pessoa mais ativa quando está para baixo e menos ativa quando está muito agitada/ansiosa.

Em cinco estudos, no qual a erva foi suplementadas por períodos de 6 a 12 semanas, em quantidades variando de 125 mg a 12.000 mg por dia, mostraram redução na ansiedade. Em geral, recomenda-se cerca de 300 mg/dia. Contudo, a dose deve ser ajustada individualmente por seu nutricionista.

Gestantes, pessoas com úlceras, indivíduos com doenças autoimunes como esclerose múltipla, artrite reumatóide e lúpus não devem fazer uso da erva. Indivíduos fazendo uso de sedativos ou imunosupressores também não devem utilizar suplementos de Ashagandha.

Lembre que o tratamento da ansiedade é complexo e a psicoterapia também ajuda muito. Falar sobre sentimentos reduz a ansiedade e ajuda no gerenciamento da medicação. Indico a Julia Maciel, psicóloga formada pela UnB e que atende online, por videoconferência Atividade física, meditação, acupuntura e yoga também vêm mostrado-se importantes complementos ao tratamento tradicional medicamentoso. Cuide-se!

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Suplementos para veganos

Frutas e verduras são alimentos maravilhosos. Fornecem milhares de nutrientes importantes incluindo vitaminas, minerais e fitoquímicos que protegem a saúde mais do que qualquer outro alimento. Contudo, alguns nutrientes estão indisponíveis ou poucos disponíveis nas plantas. São eles:

Vitamina B12

Nutriente essencial, fundamental para o amadurecimento de células sanguíneas, manutenção dos nervos e função cerebral normais. É encontrado quase exclusivamente em alimentos de origem animal. Lacto-ovo-vegetarianos não estão sob risco de deficiência. Já veganos estão sob maior risco de:

  • Fraqueza, cansaço

  • Redução da memória

  • Desordens neurológicas ou psiquiátricas

  • Anemia megaloblástica

  • Aumento do risco de doença de Alzheimer

  • Aumento do risco de falhas cardíacas

Além da suplementação de vitamina B12, veganos podem ainda adotar o consumo de alga nori e tempeh, que possuem pequenas quantidades do nutriente. Apesar da espirulina possuir uma pseudovitamina B12 a mesma não é biologicamente ativa, não sendo uma boa opção como fonte.

- Leia mais: Deficiência de B12 em veganos

Creatina

Quem malha provavelmente já ouviu falar desse peptídio que funciona como uma reserva de energia rápida. Apesar da creatina não ser essencial na dieta, vegetarianos comprovadamente possuem baixos estoques de creatina. A suplementação de creatina melhora o rendimento de vegetarianos durante a atividade física, o que auxilia na manutenção ou ganho de massa muscular.

Vitamina D

A carência de vitamina D é comum em vegetarianos e não vegetarianos, estando associada a maior risco de câncer, osteoporose, doenças cardiovasculares, esclerose múltipla, depressão, memória, Parkinson e Alzheimer, doenças autoimunes e obesidade.

A melhor fonte alimentar de vitamina D é a gema do ovo. Nossa produção endógena depende da exposição solar. A suplementação é recomendada para todos que estejam com níveis plasmáticos abaixo de 30 ng/mL.

Ácido docosahexaenóico (DHA)

Este ácido graxo essencial é importante para o desenvolvimento adequado do cérebro. Sua suplementação é muito importante na gestação e aleitamento.

É principalmente encontrado em peixes. Pode ser produzido a partir do Ácido alfa-linolênico (ALA), encontrado na linhaça, chia e castanhas, se não houver deficiência de vitaminas do complexo B. Mesmo assim, alguns estudos mostram que essa conversão pode ser insuficiente (Arterburn, Hall e Oken, 2006Talahalli et al., 2010)

Para Barceló-Coblijn e colaboradores (2008) a conversão de ALA para DHA pode ser conseguida sim, mesmo em dietas veganas. A lâmina abaixo mostra a importância de alguns nutrientes para que isto aconteça, como as vitaminas B3, B5, B6, Biotina, C e os minerais zinco e magnésio.

Um cuidado é que o ácido linoléico (ômega-6) pode reduzir a conversão de ALA em DHA (Gibson et al., 2013). Cuidado portanto com os excessos de óleo de soja, girassol, cártamo, milho e alimentos feitos com estes óleos.

A tabela abaixo mostra o percentual de ácido linoléico em diferentes óleos:

A suplementação de óleo de microalgas também vem sendo sugerida por pesquisadores (Arterburn et al., 2008Doughman, Krupanidhi e Sanjeevi, 2007) para indivíduos veganos.

Aninoácidos essenciais

  • Valina: castanha do Brasil, feijão vermelho, alho, milho, nozes, ervilha, soja, amêndoa, avelã, cacau, centeio, cevada, berinjela, beterraba, cebola

  • Triptofano: amendoim, caju, ervilha, amêndoa, abacate, couve-flor, batata, banana, semente de girassol

  • Treonina: castanha de caju, castanha do Brasil, nozes, abacate, cogumelos, ervilha, feijões, batata, chuchu, berinjela, beterraba, rabanete, quiabo, nabo, chicória, aspargos, brócolis, salsa, pepino, cebola roxa, espinafre, tomate, couve, centeio e cevada

  • Fenilalanina; amêndoa, amendoim, nozes, castanha de caju, castanha do Brasil, avelã, pistache, pinhão, soja, grão de bico, feijões, ervilha, lentilha, alface, batata, agrião, maçã, cenoura, tomate

  • Isoleucina: castanha de caju, nozes, amêndoa, amendoim, avelã, gergelim, abóbora, batata, ervilha, feijões

  • Metionina: castanha do Brasil, semente de abóbora, soja, arroz 

  • Histidina: trigo, cevada, centeio, cacau, ervilha, feijões, cenoura, beterraba, berinjela, nabo, mandioca, batata

  • Lisina: soja, ervilha, tremoço, amendoim

  • Leucina: amendoim, castanha de caju, castanha do Brasil, avelã, pepino, tomate berinjela, repolho, quiabo, espinafre, feijões, ervilha

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Melhore o funcionamento intestinal e reduza o risco de doenças do fígado e do coração

O intestino mal funcionante, com desequilíbrios da flora bacteriana (disbiose) parece ser um dos responsáveis pelo aumento da inflamação sistêmica. Esta inflamação aumenta a permeabilidade intestinal e a passagem de toxinas para a corrente sanguínea e fígado. A resposta inflamatória intensifica-se, como mostrada na figura, publicada em artigo de 2015. Isto promove ou intensifica a esteatose hepática.

As bactérias intestinais também degradam a colina com aumento do composto tóxico trimetilamina, que tanto é tóxico ao sistema circulatório quanto ao fígado.

Fonte: Parekh et al., 2015 - http://www.nature.com/ctg/journal/v6/n6/pdf/ctg201516a.pdf

Fonte: Parekh et al., 2015 - http://www.nature.com/ctg/journal/v6/n6/pdf/ctg201516a.pdf

OUTRAS ESTRATÉGIAS PARA REDUZIR A INFLAMAÇÃO E O RISCO DE DOENÇAS DO FÍGADO E CORAÇÃO:

  1. uso de condimentos e fitoquímicos com ações específicas no cérebro. Muitos deles possuem efeitos neuroprotetores incluindo: Allium sativum, Bacopa monnierae, Centella asiatica, Celastrus paniculatus, Nicotiana tabaccum, Withania somnifera, Ricinus communis, Salvia officinalis, Ginkgo biloba, Huperiza serrata, Angelica sinensis, Uncaria tomentosa, Hypericum perforatum, Physostigma venosum, Acorus calmus, Curcuma longa, Terminalia chebula, Crocus sativus, Enhydra fluctuans, Valeriana wallichii, Glycyrrhiza glabra, Ledebouriella divaricata, Scutellaria baicalensis, Angelica pubescens, Morus alba, Salvia miltiorrhiza, Uncaria rhynchophylla, e Ligusticum chuanxiong (Kumar e Khanum, 2012);

  2. dieta antiinflamatória baseada em plantas;

  3. sono reparador;

  4. equilíbrio ácido-básico;

  5. atividade física moderada;

  6. exercícios respiratórios (aprenda no curso “tudo sobre yoga”)

  7. meditação;

  8. autoconhecimento e equilíbrio emocional;

  9. redução do estresse oxidativo;

  10. suplementação adequada.

Aprenda mais no curso online:

Diagnóstico e Tratamento da disbiose intestinal

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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