Brássicas são um grupo de vegetais ricos em substâncias antiinflamatórias e anticancerígenas. Brócolis, couve, couve-flor, rabanate e repolho fazem parte deste grupo que, por outro lado, contém substâncias goitrogênicas, as quais teoricamente interferem com o funcionamento da enzima tireoperoxidase responsável pela produção do hormônio da tireóide. Por isto, pessoas com hipotireoidismo frequentemente questionam-se se devem ou não consumir tais alimentos.
Estudos recentes mostram que precisaríamos consumir uma quantidade muito grande de brássicas para que esta interferência na tireóide ocorresse. O consumo de 100 gramas ao dia, por exemplo, representa um risco mínimo de problemas (Felker, Bunch & Leung, 2016).
Um único alimento também não pode ser responsabilizado pelo hipotireoidismo que também possui causas genéticas e autoimunes. Precisamos olhar a dieta como um todo. Uma pessoa com carência de iodo, selênio ou zinco também produzirá menos T3. O selênio funciona também como antioxidante melhorando a função da tireoide. No caso da tireoidite de Hashimoto, a deficiência de vitamina D e o excesso de glúten na dieta parecem ser fatores muito mais prejudiciais (Liontiris & Mazokopakis, 2017).
Estudos mostram ainda que as substâncias goitrogênicas são em grande parte destruídas pelo calor. Então se a tireóide é sua preocupação não abuse do grupo e consuma as brássicas cozidas, assadas, grelhadas... Excluir totalmente? A escolha é sua, mas lembre que o sulforafano das brássicas também parece reduz o risco de câncer de tireóide (Wang et al., 2015), equilíbra hormônios em mulheres e reduz orisco de câncer de mama (Liu, 2013).