Como parar de se preocupar sobre o que os outros pensam sobre minha aparência?

As preocupações com a aparência são muito comuns. Não é à toa que nos templos budistas os monges têm os cabelos raspados. Assim, colocam o foco onde precisam, que no caso deles, é a prática espiritual. Nós, que vivemos em um mundo que julga pela aparência, que estamos sempre imersos em redes sociais precisamos adotar estratégias de proteção da saúde mental. Algumas dicas:

  1. Seja gentil consigo mesmo. Muitas pessoas gostarão de sua autoconfiança, independentemente de sua aparência. Valorize quem tem valoriza.

  2. Se alguém te criticar ou machucar, lembre: somos todos imperfeitos e pessoas magoadas, magoam mais os outros também. Pessoas negativas, criticam mais os outros. Não tem nada a ver com você. Existe uma frase que gosto muito: “quem critica a religião do outro, não tem tempo de praticar a própria religião”. Perdemos tanto tempo, não seja mais um.

  3. Escolha onde colocar sua atenção. A prática de meditação ajuda no autoconhecimento, no bem-estar, no centramento, na satisfação em se ser o que é. 

Neurotransmissores que nos dão bem-estar, independentemente da opinião alheia

Existem quatro substâncias químicas principais, naturalmente produzidas em nosso corpo para regular nossas emoções: endorfina, serotonina, dopamina e ocitocina. Cada um desses neurotransmissores tem um papel especial em nosso organismo. Conheça um pouco mais:

1. Endorfinas

São como analgésicos naturais. Nos deixam eufóricos, mascaram a dor. Dançar, cantar e trabalhar em equipe também são atividades que estimulam a liberação de endorfinas. Quando comemos alimentos picantes também há estímulo na produção das endorfinas. Troque os salgadinhos de pacotes, os refrigerantes e fast foods por comida de verdade, feita em casa. E capriche nos picantes como pimenta, cominho, cúrcuma, cebola, alho, mostarda, gengibre e rabanete.

2. Serotonina

A serotonina flui quando nos sentimos valorizados e importantes. A solidão gera depressão como uma resposta química à ausência de serotonina. A estratégia mais simples para elevar o nível de serotonina é recordar momentos felizes. Pessoas com intestino saudável também possuem mais serotonina circulante. Alimentos como peru, ovos, salmão, banana, abacate, abacaxi, soja, espirulina , cacau, nozes, amendoim e castanha de caju também contribuem para aumento deste neurotransmissor.

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3. Dopamina

A dopamina costuma ser descrita como responsável por sentimentos como amor e luxúria. Segundo John Salamone, professor de Psicologia da Universidade de Connecticut (EUA), baixos níveis de dopamina fazem que pessoas e animais sejam menos propensos a trabalhar para um propósito. Dar os primeiros passos de um objetivo e depois alcançá-lo aumenta os níveis do neurotransmissor. Defina metas de curto prazo ou dividir objetivos de longo prazo em metas mais rápidas. Quando alcançá-las, celebre!

Alimentos ricos no aminoácido tirosina facilitam a produção de dopamina. Entre estes alimentos estão leite e derivados, carne de gado, frango, peru, salmão, cavala, ovos, nozes e banana.

4. Ocitocina

A oxitocina é conhecida como o "hormônio dos vínculos emocionais", “hormônio do amor”. É um composto cerebral importante na construção da confiança, que é necessária para desenvolver relacionamentos emocionais. A mulher que amamenta seu bebê produz muita ocitocina. Abraçar e ter contato físico é uma forma simples de aumentar a ocitocina. Dar ou receber presentes, praticar boas ações também! Estudos também mostram que pessoas que possuem animais de estimação possuem menores níveis de cortisol (hormônio do estresse) e maiores níveis de ocitocina.

A alimentação equilibrada e saudável, à base de legumes, frutas, verduras e cereais ajuda o corpo aumentar a produção de ocitocina e outros hormônios do bem-estar. Estes alimentos possuem nutrientes como vitamina C, magnésio e taurina, que são essenciais à regulação do humor.

O que você come muda a forma como você se sente

Pessoas que comem mal, pulam refeições, que possuem carências nutricionais não tratadas tendem a ter mais oscilações de humor. Tem dúvidas? Marque aqui sua consulta.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Epigenética e doenças inflamatórias intestinais

As doenças inflamatórias intestinais são extremamente complicada e representam um grande desafio para os profissionais de saúde, tanto no que diz respeito ao diagnóstico, quanto no tratamento dos pacientes. Na era da medicina de precisão, o diagnóstico, o tratamento e o acompanhamento devem ser baseados em 3 pontos: (1) marcadores genéticos individuais, (2) características fenotípicas e (3) características psicossociais.

Atualmente, os fatores genéticos identificados explicam apenas uma pequena porção da variância geral da doença. Por isso, há necessidade de investigarmos o papel de outros fatores, como modificações epigenéticas, geradas por dieta, exposição tóxica, suplementação, atividade física, estresse etc.

Fatores ambientais podem gerar mudanças epigenéticas que desregulam a imunidade intestinal, assim como interferem na manutenção da barreira epitelial intestinal e modulação da autofagia. A pesquisa epigenética das doenças inflamatórias intestinais está em sua infância e ainda existem alguns desafios a serem enfrentados.

O que é epigenética?

Epigenética é a ciência que estuda as reações químicas que influenciam a expressão genética, com a ativação ou da desativação dos genes em momentos e locais específicos. Estas mudanças na expressão genética não envolvem uma mudança na sequência do DNA. Embora as mudanças epigenéticas ocorram regularmente e naturalmente, podem ser influenciadas por vários fatores tais como o ambiente, a dieta, o estilo de vida, a idade e o estado da doença.

Polifenóis de alimentos de origem vegetal reduzem a inflamação e o estresse oxidativo, por meio da regulação da expressão genética. É o que estuda a epigenômica:

O que é epigenômica?

Epigenômica é a ciência que estuda o epigenoma, o grupo de compostos químicos e das proteínas que podem se anexar ao genoma e controlar ou alterar a expressão dos genes ativando-os ou desativando-os. Enquanto a epigenética tem foco nos processos que regulam a expressão genética (como metilação, acetilação e modificação de histonas), a epigenômica centra-se na análise de mudanças epigenéticas em todo o DNA. Em relação à dieta, estudamos compostos que podem ligar ou desligar genes que aumentam o risco de doenças inflamatórias intestinais.

Vários compostos fenólicos melhoram ainda a composição da microbiota intestinal, fator também importante para a melhoria dos sintomas do paciente com doenças inflamatórias intestinais.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Epigenética e doenças vasculares

O envelhecimento biológico é um poderoso fator de risco cardiovascular. A velocidade com que envelhecemos é parcialmente determinada geneticamente, mas fortemente influenciado por fatores de risco tradicionais, refletindo a modulação epigenética. Dieta, atividade física, exposição à toxinas e estresse influenciam a regulação epigenética (a forma como genes ligam-se ou desligam-se).

Os mecanismos reguladores epigenéticos, abrangem diversos processos moleculares, incluindo metilação de DNA, modificações pós-tradução de histonas e RNAs não codificantes, são essenciais para vários processos, como diferenciação celular, crescimento e desenvolvimento, adaptação ambiental, envelhecimento e estados de doença.

Recentemente, o conceito de um relógio epigenético baseado nos níveis de metilação do DNA surgiu como um determinante potencialmente poderoso e preciso da idade biológica e uma ferramenta promissora para entender os mecanismos de risco de doenças vasculares relacionadas à idade.

Você pode ter 60 anos mas um DNA pouco metilado (com pouco CH3 doado pelos alimentos). Isso pode fazer com que seu corpo comporte-se como se tivesse 90. Outra pessoa pode ter 60 anos e um DNA mais protegido, o que faz com que tenha a vitalidade de alguém com 40 anos de vida.

A boa notícia é que a metilação do DNA não é uma modificação estáticaDependendo do que você come seu DNA pode estar mais ou menos metilado (mais ou menos unido a carbono e hidrogênios - CH3) e isto influenciará seu estado de saúde ou doença.

Relógio epigenético é influenciado pela dieta, atividade física, tabagismo etc. (Zarzour et al., 2019)

Relógio epigenético é influenciado pela dieta, atividade física, tabagismo etc. (Zarzour et al., 2019)

Sua saúde, de seus filhos e netos estão entrelaçadas

O que sua mãe comeu influenciou a metilação do seu DNA. O que você fizer durante a vida influenciará a metilação do DNA de seus filhos e netos. É o que chamamos de memória epigenética. Ou seja, você é responsável não só por sua saúde mas também pela saúde das gerações futuras.

Uma dieta baseada em plantas é um bom primeiro passo para uma herança epigenética familiar de qualidade. Saiba mais:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/