As doenças inflamatórias intestinais são extremamente complicada e representam um grande desafio para os profissionais de saúde, tanto no que diz respeito ao diagnóstico, quanto no tratamento dos pacientes. Na era da medicina de precisão, o diagnóstico, o tratamento e o acompanhamento devem ser baseados em 3 pontos: (1) marcadores genéticos individuais, (2) características fenotípicas e (3) características psicossociais.
Atualmente, os fatores genéticos identificados explicam apenas uma pequena porção da variância geral da doença. Por isso, há necessidade de investigarmos o papel de outros fatores, como modificações epigenéticas, geradas por dieta, exposição tóxica, suplementação, atividade física, estresse etc.
Fatores ambientais podem gerar mudanças epigenéticas que desregulam a imunidade intestinal, assim como interferem na manutenção da barreira epitelial intestinal e modulação da autofagia. A pesquisa epigenética das doenças inflamatórias intestinais está em sua infância e ainda existem alguns desafios a serem enfrentados.
O que é epigenética?
Epigenética é a ciência que estuda as reações químicas que influenciam a expressão genética, com a ativação ou da desativação dos genes em momentos e locais específicos. Estas mudanças na expressão genética não envolvem uma mudança na sequência do DNA. Embora as mudanças epigenéticas ocorram regularmente e naturalmente, podem ser influenciadas por vários fatores tais como o ambiente, a dieta, o estilo de vida, a idade e o estado da doença.
Polifenóis de alimentos de origem vegetal reduzem a inflamação e o estresse oxidativo, por meio da regulação da expressão genética. É o que estuda a epigenômica:
O que é epigenômica?
Epigenômica é a ciência que estuda o epigenoma, o grupo de compostos químicos e das proteínas que podem se anexar ao genoma e controlar ou alterar a expressão dos genes ativando-os ou desativando-os. Enquanto a epigenética tem foco nos processos que regulam a expressão genética (como metilação, acetilação e modificação de histonas), a epigenômica centra-se na análise de mudanças epigenéticas em todo o DNA. Em relação à dieta, estudamos compostos que podem ligar ou desligar genes que aumentam o risco de doenças inflamatórias intestinais.
Vários compostos fenólicos melhoram ainda a composição da microbiota intestinal, fator também importante para a melhoria dos sintomas do paciente com doenças inflamatórias intestinais.