Leucemia na síndrome de Down - barreiras a serem vencidas

Crianças com síndrome de Down (SD), causada pela trissomia do cromossomo 21, têm um risco 20 vezes maior de leucemia linfoblástica aguda e um risco 500 vezes maior de leucemia megacarioblástica aguda. Além disso, entre 10 e 15% dos bebês com SD nascem com a síndrome pré-leucêmica de mielopoiese anormal transitória.

Genes e leucemia

Estudos genéticos mostram que recém nascidos com SD apresentam frequentemente variações em genes envolvidos na imunidade, o que leva a menor produção de linfócitos B, linfócitos T CD4 e monócitos. Evidenciam também hipermetilação de genes como RUNX1 e do promotor de FLI1, que desempenham um papel crítico na proliferação e maturação de células da medula (Kubota et al., 2019; Wiemels et al., 2019).

Estresse oxidativo e leucemia

Na trissomia do cromossomo 21 (T21), níveis elevados de estresse oxidativo têm sido associados a aceleração do envelhecimento, desregulação da produção de enzimas digestivas, comprometimento da tireóide e leucemia.

Radicais livres (ROS) podem ser produzidos pela mitocôndria, nas membranas, em peroxissomos e no retículo endoplasmático (Trombetti et al., 2021).

Radicais livres (ROS) podem ser produzidos pela mitocôndria, nas membranas, em peroxissomos e no retículo endoplasmático (Trombetti et al., 2021).

A indústria farmacêutica é riquíssima e investe muito em estudos que focam no uso de medicações para a redução do estresse oxidativo na leucemia. O problema é que medicamentos apresentam muitos efeitos colaterais e nem sempre funcionam da forma esperada, além de não terem, em geral, um papel preventivo.

Existe um papel evidente dos compostos bioativos e antioxidantes na redução do estresse oxidativo, na prevenção de doenças e na programação metabólica fetal. Contudo, são pouquíssimos os estudos na leucemia, uma vez que alimentação e suplementação é uma área bem menos lucrativa para a indústria, em comparação ao custo dos medicamentos.

Os estudos genéticos e epigenéticos têm aprofundado nossa compreensão sobre o metabolismo e individualidade de pessoas com trissomia do cromossomo 21. Além disso, estudos pré-clínicos utilizam modelos com células tronco pluripotentes induzidas, e estudos clínicos utilizam marcadores plasmáticos e genéticos. Mesmo assim, existem muitas barreiras para a melhor compreensão da leucemia, sua prevenção e tratamento em indivíduos com síndrome de Down.

Barreiras para o estudo da síndrome de Down:

  • falta de verba crônica;

  • pequeno número de pesquisadores especialistas na área;

  • caracterização inadequada dos novos modelos celulares;

  • caracterização inadequada dos novos modelos fenotípicos da SD;

  • falta de treinamento clínico de pesquisadores de ciência básica sobre SD;

  • baixo engajamento de médicos e outros profissionais de saúde na SD;

  • dificuldade de recrutamento de indivíduos com SD para pesquisa clínica;

  • baixo acesso da população com SD e seus pais a testes genéticos.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Glutationa para redução do estresse oxidativo

A glutationa é uma proteína formada pelos aminoáciodos cisteína, glicina e ácido glutâmico. Desempenha um papel fundamental na proteção contra doenças, redução do estresse oxidativo, promoção dos processos de destoxificação e regulação da função imune. Em doenças como Alzheimer e Parkinson os nívels de glutationa no cérebro costumam estar mais baixos (Dwivedi et al., 2020).

A glutationa é produzida no corpo e os níveis podem ser aumentados com suplementação tanto da glutationa lipossomal, quanto da glutationa sublingual. Além disso, vários nutrientes ajudam a aumentar a produção de glutationa pelas células: NAC ( N-acetil-cisteína), vitamina E, Vitamina C, ácido alfa lipóico, proteínas, ômega-3, selênio, vitaminas B1, B5 e B12.

Fitonutrientes, compostos presentes em plantas, como os metabólitos de glucosinolato e ditiotionas do repolho, couve, couve-flor, rabanete e brócolis, os sulfetos de dialila da família allium, os limonoides e flavonoides derivados das frutas cítricas, o EGCG do chá verde e várias outras substâncias de ervas e condimentos também otimizam a quantidade de glutationa no sangue (Minich, & Brown, 2019).

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Carboidratos acessíveis à microbiota

A dieta que promove saúde longevidade é a mais natural possível. Quanto mais nos afastamos de um estilo de vida tradicional, menos diversidade nosso intestino mantém. A redução da diversidade bacteriana está associada a doenças crônicas, como doenças intestinais, inflamação, resistência à insulina e obesidade.

As crianças desenvolvem diversidade intestinal quando expostas ao ambiente. Andam descalças, pegam na terra, brincam na grama, beijam os animais de estimação. Essa variedade de exposições influencia positivamente o ecossistema intestinal. Não nascemos para ficar dentro de uma bolha.

As cepas bacterianas centrais pertencem a seis gêneros: Faecalibacterium, Eubacterium, Clostridium, Blautia, Ruminococcus e Roseburia. Quebram a fibra alimentar para formar butirato, que regula o funcionamento intestinal, hepático e a imunidade.

A colonização bacteriana intestinal não é estática, muda de acordo com o que comemos, com os nossos níveis de estresse, exposição a medicamentos, vacinas, com o estilo de vida. Quando a diversidade bacteriana é reduzida ficamos mais expostos a patógenos e o risco de doenças aumenta.

Alguns probióticos de cepas específicas são clinicamente benéficos para restaurar o microbioma e melhorar sua função. Um exemplo é o Lactobacillus Rhamnosus LGG, que além de produzir butirato, altera a expressão gênica, fortalecendo a imunidade.

O Saccaromyces Boulardii reduz a perda de bactérias associada ao uso de antibióticos e restaura rapidamente o microbioma, particularmente as bactérias centrais. S. Boulardii poupa bactérias produtoras de butirato.

Bifidobacterium animals spp. Lactis (BB-12) previne o crescimento de patógenos pela secreção de antimicrobianos que impedem a adesão de patógenos à parede intestinal e evitam a diarreia associada a antibióticos. O BB-12 também melhora a função intestinal e reduz os efeitos colaterais dos antibióticos. BB-12 aumenta a resistência do corpo a infecções respiratórias comuns e reduz a incidência de infecções agudas do trato respiratório.

Essas cepas também melhoram a integridade da barreira, apóiam o sistema imunológico, interagem com o sistema nervoso, produzindo benefícios de amplo espectro para o hospedeiro. Quando se trata de escolher um probiotico, procure cepas que foram testadas em pesquisas, específicas para a condição que você está tratando. Também é importante escolher um fabricante de boa qualidade e armazenar os probióticos corretamente para proteger sua força e potência. Os probióticos são vulneráveis ​​ao calor e à umidade.

Os probióticos podem ser tomados ao mesmo tempo que os antibióticos, com um intervalo de pelo menos 2 horas entre eles. Tome os probióticos por um mínimo de 3 semanas e cuide da dieta. É reconhecido que uma grande variedade de alimentos específicos também pode aumentar a diversidade microbiana, aumentar os butirato e beneficiar a saúde. O amido resistente é um alimento que melhora a microbiota que alimenta o Ruminococcus Bromii, uma espécie importante envolvida na alimentação cruzada para manter o combustível intestinal ideal. Alimentos prebióticos adicionais incluem fibra dietética, polifenóis como os encontrados em mirtilos e chá verde, bem como 'carboidratos acessíveis à microbiota’ (CAMs)

Carboidratos acessíveis à microbiota (CAMs)

Os CAMs são carboidratos, frequentemente encontrados nas fibras dietéticas e em alguns tecidos animais, que podem ser usados ​​metabolicamente pelas bactérias intestinais. A fibra é comumente considerada a primeira consideração dietética para a saúde intestinal. No entanto, são os CAMs dentro da fibra que moldam o ecossistema microbiano.

Tomar probiótico e não consumir carboidratos acessíveis a microbiota (CAMs) vai impedir seu intestino e saúde de melhorarem. Dietas que restringem carboidratos podem ter seu lugar mas não podem ser eternas. Veja onde estão os CAMs:

- Amido resistente. Arroz, batata e aveia que foram cozidos e resfriados. Batata-doce, castanhas, ervilha, lentilha, banana-da-terra, banana verde, trigo sarraceno e yuka.
- Betaglucanos. Presentes em algas, aveia e cogumelos. Além de tratarem a disbiose ajudam a modular o sistema imunológico.
- Fruto-oligossacarídeos e inulina: alho, cebola, aspargos e banana.
- Mucilagem: ágar-ágar, chia, tomate e sementes de linhaça.
- Pectina: presente em mirtilos, groselhas, limões, tangerinas, maçãs, marmelos, laranjas e uvas.

Em resumo, frutas e vegetais protegem a diversidade e a funcionalidade do microbioma. A dieta ocidental típica com alto teor de gordura e baixo teor de fibras prejudica a diversidade microbiana e traz riscos à saúde.

Testes como este permitem a individualização da dieta, abrindo caminho para o encontro mais rápido de sua saúde. você recebe um desconto para fazer seu teste genético da microbiota, usando o código promocional andreiatorres no site da BiomeHub.

BENEFÍCIOS DAS FIBRAS

1) a fibra aumenta o volume das fezes e acelera o trânsito dos alimentos através do cólon,

2) a fibra é fermentada por bactérias intestinais para produzir ácidos graxos de cadeia curta (SCFA) (butirato, propionato, acetato) que aumentam a retenção de água e aceleram o movimento de alimentos através do cólon,

3) osAGCCs diminuem o pH do cólon aumentando o movimento dos alimentos através do cólon,

4) a fibra contém água. Todas essas coisas melhoram a consistência e a quantidade de fezes produzidas.

As ocasiões em que reduzimos mais o consumo de fibras é quando há diarreia ou SIBO. Mas não é para sempre.

Abaixo cito algumas marcas de fibras prebióticas. Antes do uso converse com seu nutricionista ou médico sobre a melhor opção par seu caso:

- Muke: inulina e frutooligossacarídeos (fos) e galactooligossacarídeos (gos) e goma guar (cyamoposis tetragonolobus)

- FiberFor - Fibra de Trigo, Frutooligossacaríos (FOS) e Inulina.

- FiberMais - Goma Guar Parcialmente Hidrolisada e Inulina.

- Fiber Balance - gomar guar parcialmente hidrolisada SUNFIBER e inulina

- Mix de fibras catarinense - inulina e polidextrose

- FOS maxinutri - frutooligossacarídeos (fos)

- Nesh fibras - inulina e goma guar

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/