A influência da alimentação no sono do bebê

O parto vaginal e o aleitamento materno reduzem o risco de alergias alimentares e inflamação no bebê. Contudo, a genética, também influencia o desenvolvimento de alergia, assim como o que a gestante consumiu e suplementou.

A suplementação de ômega-3 na gestação reduz o risco de parto prematuro, um fator de risco para alterações imunológicas. O ômega-3 na gestação e lactação também o risco de alergias. Isso é muito importante, especialmente quando o bebê possui pais alérgicos. A alimentação da gestante deve ser diversificada. Quando os alimentos se repetem e não há diversidade, a flora intestinal fica menos variada e, por conseguinte, a do bebê também, o que é outro fator de risco para alergias.

Alergias pioram o sono

O aleitamento é um promotor do sono. Porém, alguns pais acreditam que se o bebê acorda logo é porque o leite é fraco. Não é nada disso. O que acontece é que o leite materno possui proteínas de fácil digestibilidade para o bebê. Já o leite animal e as fórmulas para bebês podem demorar mais tempo a serem digeridas. Por isso, o bebê amamentado acorda mais vezes no início. Mas essa diferença desaparece até os 9 meses de vida. A maioria dos bebês dorme a noite toda a partir desta idade.

Não existe um alimento único para o bebê dormir melhor. Claro, se a criança estiver cheia de alergias, pode apresentar edema de vias aéreas, o que dificultará a respiração. Por isso, o ideal dos mundos é o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de vida.

Se o seu filho conta com problemas para dormir consulte um pediatra. Alterações no ambiente ou na rotina, ansiedade de separação, desequilíbrios nutricionais, alergias e doenças podem interferir no sono. Crianças que consomem precocemente leite de vaca, farinha de trigo, bebidas com cafeína, alimentos com corantes ou açúcares também podem ficar com o sono mais atrapalhado. Alimentos com triptofano, precursor de serotonina e melatonina devem ser incluídos na introdução alimentar. Banana, nozes, couve são exemplos de fontes de triptofano.

Existe um remédio para o bebê dormir melhor?

Não preocupe-se: seu bebê vai dormir. Mas ajustes podem levar tempo. Crianças raramente precisam de medicamentos. Mesmo aqueles com diagnóstico de hiperatividade ou autismo não costumam precisar de remédios para dormir. Mas tudo deve ser individualizado. Aconselhe-se com bons profissionais.

Não existem estudos sobre os benefícios ou malefícios do uso de melatonina em bebês. A melatonina é um hormônio com sua produção regulada pelo ciclo circadiano. Esta produção inicia-se por volta das 19 horas, quando começa a escurecer. Por isto, neste horário, vá diminuindo as luzes da casa, apague a TV, evite ficar no celular, não deixe seu bebê no tablet. Esses aparelhos liberam luz azul que bloqueia a liberação da melatonina.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Epigenética, abortos e partos prematuros

De forma simplificada, podemos dizer que a epigenética estuda os mecanismos biológicos que ativam e desativam genes. Como assim?

Relembrando a genética

Todas as instruções necessárias para dirigir suas atividades estão contidas no ácido desoxirribonucleico químico, também conhecido como DNA. O DNA humano é constituído por aproximadamente 3 bilhões de bases de nucleotídeos.

Existem quatro tipos fundamentais de bases que compreendem o DNA - adenina, citosina, guanina e timina, comumente abreviados como A, C, G e T. A sequência, ou a ordem, das bases é o que determina nossas instruções de vida.

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Os genes são sequências específicas de bases nitrogenadas e contém as instruções para que as células produzam proteínas, sejam elas anticorpos, hormônios, enzimas, fibras musculares… Esta sequência de bases nitrogenadas e genes é nossa herança. Não muda ao longo da vida. Contudo, ter um gene que favorece, por exemplo, a obesidade, não determina que seremos obesos. Genes podem se expressar ou não. É o que estuda a epigenética.

A epigenética também influencia a especialização dos tecidos

Nossa genética é a mesma da cabeça aos pés. Contudo, nosso pâncreas “sabe” que precisa produzir insulina. Já o fígado também tem as informações para produção de insulina, mas “entende” que deve produzir sais biliares. Pois é, a epigenética afeta a maneira como os genes são lidos pelas células. Vejamos um outro exemplo: o gene COL1A1 está presente em todos os tipos de células, mas é "expresso" apenas nas células da pele para produzir proteínas de colágeno tipo 1. A epigenética determina a especialização de uma célula.

O que e quanto você come, onde mora, que tipo de ar respira, como movimenta-se, com quem interage, quando e quanto dorme - tudo isso e muito mais podem causar modificações químicas em substâncias que ativam ou desativam a expressão de genes. Mesmo que você tenha um irmão gêmeo univitelino, com um DNA idêntico ao seu, vocês não serão iguais. Se comerem algo diferente os genes serão ativados de formas diferentes. As diferentes combinações de genes que são ativadas ou desativadas é o que torna cada um de nós único.

A epigenética é herdada, mas reversível

O que sua avó comeu na gestação pode ter modificado a metilação de genes de sua mãe. A metilação é um dos possíveis modificadores epigenéticos. Consiste na união de um grupo metil (CH3) ao carbono 5 da base nitrogenada citosina. Com isso, a leitura da informação genética é alterada. Isto pode ser bom, por exemplo, se um gene que aumenta o risco de hipertensão estiver metilado, o risco de doença cardiovascular na idade adulta é menor.

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Epigenética, abortos e prematuridade

A perda recorrente da gravidez é uma das áreas mais frustrantes e difíceis na medicina materno-fetal. O risco de abortos aumenta com o avanço da idade materna, se a mulher apresenta a síndrome do anticorpo antifosfolípide, diabetes mellitus não tratada, síndrome dos ovários policísticos, hipo ou hipertireoidismo ou hiperprolactinemia. Alterações no gene CREB5 também parecem aumentar o risco de abortos recorrentes ou prematuridade. Para redução do risco este gene deve estar bem metilado. Para tanto não podem faltar na dieta nutrientes como vitamina B6, B9 e B12. Outras carências nutricionais também precisam ser corrigidas para redução do risco de abortos. Falo um pouco mais sobre o tema neste vídeo:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Gengibre para redução das cólicas menstruais

As cólicas menstruais afetam até 90% das mulheres mais jovens. Para a descamação uterina e menstruação o corpo produz prostaglandinas (substâncias inflamatórias). O excesso de prostaglandinas aumenta a dor. Mas estudos mostram que o uso do gengibre reduz bastante este desconforto. Por isso, o ideal é o uso de uma colher de chá do pó ou raiz fresca, 3 vezes ao dia. Pode ser no chá, na salada, na sopa, no suco…

Você também pode aplicar uma compressa quente sobre o ventre e marcar uma avaliação nutricional. Se for o caso, seu nutricionista poderá prescrever suplementos, que variam conforme a necessidade da mulher.

Correção de carências nutricionais

  • Cálcio elementar - 300 a 500 mg

  • Piridoxal 5 fosfato - 20 a 40 mg

  • Vitamina D3 - 400 a 2.000 UI

  • Magnésio elementar - 50 a 200 mg

Outros suplementos que garantem dias mais tranquilos:

  • Serenzo (extrato da laranja Citrus sinensis) - 250 a 500 mg (promove tranquilidade e bem-estar)

  • Vitex agnus castus - 20 a 40 mg (redução de dores nas mamas)

  • 5HTP ou griffonia simplicifolia - 50 a 200 mg (aumento da serotonina e redução da irritabilidade)

  • Óleo de prímula - 1 a 3 g (aumenta absorção de cálcio e tem ação antiinflamatória). Mulheres muito inflamadas sentirem os benefícios precisarão suplementar por 30 a 90 dias. Algumas ainda suplementam e não observam melhoras. Um dos motivos pode ser a compra de suplementos com pouco GLA. Os mais caros nem sempre são os melhores neste sentido. O importante é comprar uma marca com níveis mais altos deste lipídio. Exemplo:

Evening primrose oil (now) - 2 cápsulas = 180 mg de GLA

Gama lift (essential) - 2 cápsulas = 200 mg de GLA

Boraprim (vitafor) - 2 cápsulas = 300 mg de GLA

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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