O fim do Alzheimer - o estilo de vida proposto pelos médicos David Perlmutter e Dale Bredesen

David Perlmutter e Dale Bredesen são dois médicos que acreditam que, independentemente da genética por você herdada, há muito a que se fazer para a saúde do cérebro. Nossas escolhas diárias em relação à atividade física, alimentação, controle do estresse exercem grande impacto sobre nossa reserva cognitiva.

GENÉTICA E ALZHEIMER

Uma série de variações genéticas influenciam o risco de uma pessoa desenvolver a doença de Alzheimer ao longo da vida e existem exames genéticos que informam se existem polimorfismos que aumentam o risco de degeneração do tecido nervoso.

Screen Shot 2020-08-29 at 3.11.46 PM.png

A apolipoproteína E (APOE) é um importante transportador de colesterol que suporta o transporte lipídico e a reparação de lesões no cérebro. Os alelos polimórficos da APOE são os principais determinantes genéticos do risco da doença de Alzheimer. Pessoas portadoras do alelo ε4 apresentam risco aumentado de doença de Alzheimer em comparação com os portadores do alelo ε3 (mais comum) e ε2 (protetor). A presença do alelo APOE ε4 também está associada ao aumento do risco de angiopatia amilóide cerebral e declínio cognitivo relacionado à idade durante o envelhecimento normal.

As isoformas ApoE2, E3 e E4 são codificadas pelos alelos ε2, ε3 e ε4 do gene APOE, respectivamente. A ApoE tem dois domínios estruturais: o domínio do terminal NH2 (em vermelho), que contém a região de ligação ao receptor (resíduos 136-150), e o dom…

As isoformas ApoE2, E3 e E4 são codificadas pelos alelos ε2, ε3 e ε4 do gene APOE, respectivamente. A ApoE tem dois domínios estruturais: o domínio do terminal NH2 (em vermelho), que contém a região de ligação ao receptor (resíduos 136-150), e o domínio do terminal COOH, que contém a região de ligação do lipídeo (resíduos 244-272). Os dois domínios são unidos por uma região de dobradiça (hinge). O alelo ε4 de APOE aumenta o risco de doença de Alzheimer e diminui a idade de início da mesma de maneira dependente da dose do gene (Liu et al., 2013).

De acordo com os médicos David Perlmutter e Dale Bredesen pessoas portadoras da isoforma ApoE4 devem modificar o estilo de vida desde cedo, adotando dieta cetogênica e suplementação protetora do tecido nervoso. Discuto o protocolo ReCode neste vídeo:

Eu acredito que estas recomendações podem ser ainda melhor ajustadas a partir de exames nutrigenéticos. É esta a base da nutrição de precisão. Para mais informações agende sua consulta.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

OBESIDADE E NUTRIÇÃO DE PRECISÃO

A obesidade é uma condição complexa e um importante fator de risco para doenças cardiovasculares. Mas apenas saber disso não ajuda o emagrecimento. Aliás, muitas pessoas já tentaram de tudo sem sucesso. Algumas das causas da dificuldade de emagrecimento incluem:

1 - Desrespeito à sua fome. Você passa fome mas não come, depois descontrola-se e come o mundo inteiro (mesmo quando já não há fome)? A mentalidade de tudo ou nada não contribui para a perda de peso. Ao excluir tudo o que gosta a compulsão pode surgir de forma extrema. Outro erro é trocar tudo por alimentos diet e light. O nome na embalagem parece saudável, porém produtos cheios de adoçantes desregulam a microbiota intestinal, deixam o organismo mais inflamado e mais lento. Alguns produtos diet e light não contém adoçantes mas eliminam toda a gordura do alimento substituindo-a por amido, o que eleva a insulina e estimula os estoques de gordura. Por fim, existem produtos diet e light que não são menos calóricos (podem ter, por exemplo, menos sódio). Uma dica importante aqui é simplesmente consumir menos produtos industrializados (que nos enganam) e mais produtos caseiros.

2 - Sua genética dificulta a perda de peso. Modificações genéticas (polimorfismos) fazem com que algumas pessoas queimem gordura com maior facilidade do que outras. Escrevi sobre estes genes aqui e aqui. Dependendo da alteração genética presente, podem ser necessárias modificações de estilo de vida maiores, como aumento da prática de atividade física para 300 minutos por semana e uso de suplementos adequados. Se tem interesse em saber mais sobre sua genética indico o painel de nutrição funcional da fulldna. Para profissionais de saúde que desejam aprender a interpretar os exames nutrigenéticos indico o curso online de Genômica nutricional. Para consultas na área de nutrição de precisão clique aqui.

rodízio de alimentos.jpg

3 - Faça rodízios de alimentos e treinos. O nosso corpo precisa ter flexibilidade metabólica. Desta forma, podem ser necessários rodízios de alimentos, de padrões alimentares (vegetariano, ayurvédico, cetogênico, mediterrâneo…) e até do exercício praticado. Mas cuidado para não malhar demais. A atividade física excessiva contribui para o overtraining, para a perda de massa muscular, inflamação e, em vários casos, desaceleração do metabolismo. Outro fator importante a observar é que pessoas que malham excessivamente também podem ficar famintas e ao chegar em casa repõe todas as calorias, não conseguindo emagrecer.

4 - Você está muito estressado. A sobrecarga em atividades é real para muitas pessoas que trabalham, estudam, cuidam da casa, dos filhos, do cachorro. O estresse também aumenta com o excesso de atividades online. Você passa o dia pendurado na internet, assiste milhões de lives e depois fica drenado? Sentindo que não sabe nada, que todo mundo está dando passos maiores que os seus? Pois saiba que o estresse aumenta os níveis de cortisol, hormônio que contribui para o estoque de gordura na região abdominal. Desligue o telefone e faça meditação, yoga, caminhada, passeie na praça, na praia, no mato ou simplesmente deite no chão da sala e respire. Aprenda a fazer pausas e a cuidar-se melhor.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

6 razões para consumir alimentos fermentados

A fermentação é um processo antigo de conservação dos alimentos. Alimentos fermentados são mais ácidos, evitando a contaminação por bactérias ruins. Por outro lado, algumas bactérias probióticas boas para saúde amam este ambiente e ao serem consumidas melhoram a digestão, a absorção de minerais e a imunidade.

Alimentos como kefir de leite, iogurte, kimchikombucha passam por um processo chamado fermentação lática, em que bactérias ou leveduras se alimentam de açúcares naturais, para criar compostos que preservam os alimentos. Existem muitas outras razões para incluir estes alimentos em sua alimentação:

Chucrute preparado pela minha filha Julia (https://instagram.com/juliamaciel)

Chucrute preparado pela minha filha Julia (https://instagram.com/juliamaciel)

1. Pele bonita e brilhante. Alimentos fermentados reduzem a disfunção da microbiota intestinal e contribuem para maior saúde. Isto se reflete na pele, que é um indicador de como vai a saúde geral do organismo.

2. Melhor saúde digestiva - a microbiota intestinal é vulnerável ao estresse, ao uso de antibióticos, à presença de pesticidas nos alimentos, ao consumo de gordura hidrogenada (trans). Com a saúde digestiva comprometida aparecem sintomas como gases, constipação, mal estar, dores de cabeça, indigestão. A inclusão de alimentos fermentados na dieta, como chucrute, melhora a composição da microbiota intestinal e reduz estes sintomas desagradáveis.

3. Melhora da imunidade - como setenta por cento do nosso sistema imunológico se encontra no intestino, melhorar a microbiota ajuda a melhorar a imunidade e reduz o risco de doenças como artrite, alergias, eczema e doenças como esclerose múltipla, diabetes e fibromialgia.

4. Melhor destoxificação corporal. Quando o intestino funciona melhor menos toxinas são absorvidas e o corpo fica mais saudável.

5. Reduz a compulsão. Um intestino saudável é essencial para a produção local de serotonina e redução da compulsão alimentar. Só isso já vale a pena para muita gente!

Passa mal quando consome alimentos fermentados?

Kefir é ótimo mas você come e passa mal? Ou sente-se mal com outros alimentos fermentados? Pois é, nem todo mundo tolera bem alimentos fermentados. O que acontece é que os mesmos podem conter aminas biogênicas (AB), como histamina e tiramina, que podem causar sintomas e intolerância em pessoas mais suscetíveis (Mah et al., 2019). As aminas biogênicas também podem estar presentes em queijos, vinhos, cervejas, carnes embutidas e derivados lácteos fermentados. Os sintomas mais comuns são náuseas, vômitos, dores de cabeça, zumbido nos ouvidos e crises hipertensivas.  

Outra questão é que pessoas com sistema imune debilitado podem apresentar infecções quando consomem alimentos com bactérias ou outros microorganismos vivos. O mesmo se dá em relação aos suplementos probióticos. Estudo de caso descreve a gravidade do quadro de choque séptico em criança de 1 ano com síndrome de Down, após uso do probiótico Saccharomyces para tratamento de diarreia (Romanio et al., 2017). O tema é controverso, mas o ideal é que alterações importantes na dieta sejam feitas com acompanhamento profissional.

AGENDE SUA CONSULTA

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/