Suplementos para mulheres que sentem dores nos seios no período pré-menstrual

O ciclo menstrual é composto por três fases: (1) folicular; (2) lútea; (3) secretora. A fase folicular vai do primeiro dia que a mulher menstrua até a próxima ovulação. Nesta fase são produzidos folículos, que abrigam os ovócitos ou células germinativas femininas. Um destes folículos vai se desenvolver mais rapidamente, tornando-se responsável pelo aumento da produção de estrogênio. Este hormônio influencia o tamanho dos seios, o brilho da pele e prepara o útero para uma possível gravidez.

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A fase lútea tem a duração de 11 a 16 dias, dependendo da mulher e começa quando o folículo que continha o ovócito se transforma em corpo lúteo. A partir de então, passa a produzir progesterona e estrogênio. É nesta fase que o útero se prepara para o possível surgimento do embrião. O endométrio se alarga e fica cheio de líquidos e nutrientes que alimentarão o bebê. O muco do colo do útero aumenta para impedir a entrada de espermatozóides e bactérias. A temperatura corporal aumenta e surgem os sintomas da TPM. Para algumas a fase é marcada por irritabilidade, para outras por crises de choro e para outras por dores nos seios ou cólicas. Nesta fase, a mulher também sente-se com menos energia, sendo importante trocar as práticas de cross fit por yoga, caminhadas ou outros exercícios mais restaurativos.

A dieta precisa ser antiinflamatória, rica em sementes como gergelim, semente de girassol e vitamina E (como abacate, avelã, azeite de oliva extra virgem, castanha do Pará). Mulheres que sentem mais dores beneficiam-se da suplementação de ácido gamalinoleico (GLA), um tipo de gordura que ajuda a reduzir inchaço, inflamação e dores. Para aquelas com poucos sintomas a suplementação poderia ser feita nesta fase. Contudo, para mulheres muito inflamadas sentirem os benefícios precisarão suplementar por 30 a 90 dias. Algumas ainda suplementam e não observam melhoras. Um dos motivos pode ser a compra de suplementos com pouco GLA. Os mais caros nem sempre são os melhores neste sentido. O importante é comprar uma marca com níveis mais altos deste lipídio. Exemplo:

Evening primrose oil (now) - 2 cápsulas = 180 mg de GLA

Gama lift (essential) - 2 cápsulas = 200 mg de GLA

Boraprim (vitafor) - 2 cápsulas = 300 mg de GLA

Na fase secretora a mulher tem uma nova menstruação.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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A mãe é a primeira nutricionista

O que a mulher come durante a gravidez nutre seu corpo e o do seu bebê. Além disso, começa a ensinar para a criança o que são os alimentos. Isto porque a partir das 21 semanas após a concepção o bebê já consegue, dentro da barriga da mãe, sentir gostos. Os alimentos possuem moléculas de aromas e sabores e as mesmas passam para o líquido amniótico. O bebê engole várias gramas deste líquido todos os dias e começa a se habituar aos sabores. Se a mãe consome cenoura, suco com hortelã ou alimentos temperados com alho o bebê vai perceber. Se consome apenas alimentos industrializados, quando começar a se alimentar não vai aceitar tão facilmente os alimentos saudáveis e naturais.

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O mesmo acontece enquanto a mãe amamenta. As mesmas moléculas passam para o leite materno e o bebê consegue distinguí-las. Assim, se você quer que seu bebê goste de brócolis, beterraba ou cenoura, passe a consumir mais estes alimentos (Forestell, 2017; Menella, Daniels, & Reiter, 2017).

Se o bebê tem cólicas, a mãe também pode modificar a própria alimentação minimizando o consumo de alimentos que causam flatulência, reduzindo o consumo de açúcares, chocolates, bebidas com gás e laticínios. Também pode suplementar na própria dieta Lactobacillus reuteri (Koonce et al, 2011; Fatheree et al., 2017). Um nutricionista poderá prescrever este probiótico para que manipule em farmácia especializada.

Conforme as crianças vão crescendo as mães (e os pais) continuam sendo os primeiros nutricionistas, os primeiros educadores em relação à alimentação. Sendo exemplos, comprando e oferecendo alimentos da estação, levando os filhos à feira para que eles vejam abóboras, morangos, melancia, chuchus, abacates e muito mais. Torne os passeios especiais, provem novos alimentos, cozinhe com ternura e tenha paciência.

Tem espaço? Faça uma horta. Ou plante em vasos com a ajuda das crianças. Ela são mais propensas a consumirem os alimentos que plantaram e viram crescer. Envolva-as também no preparo. Neste momento você pode conversar sobre os benefícios do que está preparando na cozinha. Fale sobre nutrição. Crianças entendem as cores e conceitos como "Coma um arco-íris".

Comam juntos à mesa. Faça deste um momento de confraternização e união familiar. Não force a criança a comer o que não quer mas continue oferecendo diariamente uma variedade de alimentos saudáveis. Crianças que começam a fazer muitas restrições podem precisar de suplementos para não desenvolverem carências nutricionais. Neste caso, marque uma consulta.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Suplementação no tratamento do lúpus

O Lúpus Eritematoso Sistémico é uma doença crónica inflamatória autoimune. No lúpus o sistema imune parece atacar o núcleo das células e seu DNA, causando danos a muitos órgãos, como os rins (Borchers et al., 2012). Afeta menos de 1% da população, sendo que mulheres parecem ser 9 vezes mais susceptíveis à doença do que homens. A doença costuma aparecer com mais frequência na idade reprodutiva, entre os 15 e 44 anos de idade (Askanase, Shum e Mitnick, 2012). 

Gatilhos ambientais para o lúpus

A causa da doença é multifatorial, contribuindo fatores genéticos, hormonais, imunológicos e ambientais. Viroses e outras infecções (como Epstein-Barr), contato com produtos químicos, exposição solar ou uso de medicamentos (sulfas; sulfisoxazol, tolbutamida, sulfassalazina, diuréticos, minociclina, penicilina ou outros antibióticos, ampicilina, cloxacilina) exaustão, estresse emocional estão entre os gatilhos ambientais que aumentam o risco de lúpus. A evolução da doença pode ser crônica, com sintomas constantes e persistentes, ou, ser intercalada entre períodos sintomáticos e assintomáticos. A gravidade da doença também é variável, das benignas às mais graves.  

Sinais e sintomas e sinais do Lúpus

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Entre os sintomas e sinais mais frequentes estão as manifestações cutâneas e/ou articulares. As dores articulares podem ser acompanhadas de inchaço e calor, principalmente pela manhã. Na face é comum a vermelhidão das bochechas. Em casos mais graves a doença pode atingir órgãos internos, incluindo coração, o pulmão, o sistema nervoso central e o sistema sanguíneo, mas o rim é, sem dúvida, o mais frequentemente afetado (cerca de 40% dos doentes).

A doença pode ser controlada com corticosteróides (cortisona) e imunossupressores, além de anti-palúdicos (ou antimaláricos) como hidroxicloroquina. O tratamento deve ser acompanhado de proteção solar adequada, dieta antiinflamatória, prática de exercício físico regular. Além disso, pessoas com lúpus não devem fumar ou consumir bebidas alcoólicas.

SUPLEMENTAÇÃO NO TRATAMENTO DO LÚPUS

Entre os suplementos, estudos têm mostrado a importância dos ácidos graxos ômega-3 no controle das concentrações de proteína C-reativa (PCR), eicosanoides pró-inflamatórios, citocinas, quimiocinas e de outros biomarcadores da inflamação (Borges et al., 2014). Em geral, pequenas doses de ômega-3 não funcionam. O ideal é utilizar pelo menos 2 gramas de EPA, sem nunca ultrapassar 4g de ômega-3, para não prejudicar a coagulação sanguínea.

A suplementação de curcumina e o uso de açafrão também estão entre as estratégias capazes de controlar a inflamação e reduzir as complicações da doença. O açafrão é barato e capaz de reduzir a proteinúria, hematúria (perda de sangue na urina), a pressão arterial sanguínea em pacientes com nefrite (Khajehdehi et al., 2012), de acordo com estudo aleatorizado, controlado e duplo cego. Para tudo isso bastou os pacientes utilizarem 1/4 de colher de chá de açafrão em cada refeição, junto à comida, por 3 meses.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/