Saúde integrativa para mulheres a partir dos 45 anos

Se você mulher viver muito, chegará à menopausa. Mas não espere sentada. Quando a mulher prepara-se chega à esta fase com saúde, vigor e sofre muito menos com os possíveis sintomas. Aí sobra tempo e vitalidade para curtir a vida, a família, para viajar, trabalhar, aproveitar os amigos e sem a preocupação de engravidar!

Muitas mulheres a partir dos 45 anos buscam informações sobre como se cuidar nesta fase da vida em que a produção hormonal começa a declinar. Contudo, nem sempre encontram ajuda de verdade. E o ideal, é começar essa busca antes dos 45 anos.

Uma paciente me relatou esta semana que chegou ao médico com várias questões, pois está há um ano sem menstruar, apresenta alguns sintomas desconfortáveis (como calorões e irritabilidade) mas gostaria de alternativas à reposição hormonal uma vez que a mãe teve câncer de mama. A resposta do médico? “Você tem que escolher entre o câncer e continuar sendo a mulher do seu marido”. Como não se chocar com uma resposta desta? O marido também está muito chocado. O modelo de atenção à saúde precisa mudar urgentemente pois a resposta não encontra-se nos remédios. Estes são os últimos recursos e não os primeiros. Ainda assim, é comum que a primeira sugestão de vários médicos quando a mulher relata, por exemplo, alterações de humor seja um antidepressivo (ao invés de terapia, mudanças na dieta, atividade física, melhoria na qualidade do sono etc). Felizmente a medicina também está mudando e conheço médicos fantásticos na área integrativa e que tratam a mulher com respeito, em toda sua complexibidade, não reduzindo-a a uma reprodutora.

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Uma das perguntas que mais me fazem é como perder gordura teimosa da barriga. Freqüentemente, a resposta está mesmo no desequilíbrio hormonal. Mas uma mulher de 45 anos não precisa automaticamente tomar hormônios bioidênticos. Por exemplo, a suplementação de vitamina C em uma dose mais alta já é suficiente para aumentar progesterona. O suplemento Vitex agnus castus também contribui para a elevação da progesterona. Agende uma consulta para conversarmos sobre a melhor estratégia no seu caso.

Estresse também afeta a qualidade de vida da mulher nesta fase. O excesso de cortisol altera o funcionamento intestinal, gera resistência à perda de peso. Alcaçuz, rhodiola rosea, vitamina C, theanina são suplementos que ajudam a equilibrar os picos de cortisol. Para que fiquem em níveis normais também é importante jantar cedo (nunca após 20h), dormir bem e praticar yoga e/ou meditação.

Beba água em quantidade suficiente e consuma alimentos ricos em fibras para garantir o funcionamento intestinal diário. Consuma também alimentos ricos em probióticos, kefir, kimchi, kombucha, iogurte ou suplementos probióticos. Sem probióticos surge o desequilíbrio entre bactérias boas e ruins no intestino (disbiose intestinal), que também interfere na atuação dos hormônios femininos (Kwa et al., 2016; Baker, Al-Nakkash, Herbst-Kralovetz, 2017).

Melancia protege mulheres na menopausa

As doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte entre as mulheres que estão acima do peso e na menopausa. Um estudo mostrou que aquelas que consumiram melancia por seis semanas apresentaram melhorias em marcadores relacionados a aterogênese sem alterar a composição corporal e o controle glicêmico. ⠀

A melancia é uma fruta saudável, rica em licopeno e flavonoides com poder antioxidante, anti-inflamatório e cardioprotetor. É fonte também de citrulina, que ajuda na redução da pressão arterial. Fora isso, é rica em vitamina C, vitaminas do complexo B, potássio...

ANÁLISE MULTIÔMICA NA MENOPAUSA

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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O que são compostos bioativos dos alimentos?

O corpo humano possui cerca de 10 trilhões de células que dependem de nutrientes para funcionar (proteínas, carboidratos, lipídios, vitaminas, minerais), além de fibras e água. Essas substâncias são essenciais para a atividade biológica do organismo. São como os alimentos das células e são indispensáveis à saúde.

Já os compostos bioativos não são sempre indispensáveis. Contudo, sua presença na dieta melhora as atividades e reações químicas que acontecem dentro das células. São compostos bioativos dos alimentos:

  • Carotenóides (licopeno, luteína, betacaroteno) - estes pigmentos dão a cor alaranjada dos vegetais. Possuem também função antioxidante e ação anticancerígena. Tomate, melancia, goiaba vermelha, pimentão vermelho, cenoura, manga, mamão, abóbora são boas fontes.

  • Polifenóis, como flavonóides (quercetina, catequinas, antocianinas, isoflavonas, estilbenos) - possuem ação antiinflamatória, antioxidante e destoxificante. Presentes em alimentos de origem vegetal. Coma um arco-íris. Quanto mais colorida a dieta melhor.

  • Fitosteróis (beta-sitosterol) - inibem a ação do colesterol no intestino. Boas fontes: nozes, castanhas, abacate, germe de trigo, soja.

  • Compostos organossulfurados - inibidores da formação de complexos carcinógenos-DNA. Alho, cebola, repolho, couve, couve-flor, couve de bruxelas devem aparecer sempre na dieta.

  • Probióticos - microorganismos vivos capazes de melhorar o funcionamento intestinal. Estão presentes em alimentos como kefir, kimchi, kombucha, iogurte ou suplementos probióticos.

  • Prebióticos - fibras que garantem a proliferação de bactérias benéficas, principalmente no intestino grosso. Fibras prebióticas são encontradas em vários alimentos como aveia, alho poró (alho francês), aspargo, banana verde, batata yacon, semente de linhaça e nas algas.

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Principais mecanismos de ação dos compostos bioativos

  • Modulação epigenética: transcrição de miRNA, metilação do DNA, modificação de histonas

  • Ação antioxidante e antiinflamatória

  • Modulação da atividade de enzimas

  • Modulação da microbiota intestinal

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Não existe milagre no tratamento do autismo

O autismo é um transtorno complexo e seu tratamento envolve terapias (a mais indicada costuma ser a ABA), acompanhamento com fonoaudiólogo, integração sensorial com terapeuta ocupacional, neurologista para avaliação da necessidade de medicação, psicólogo, educadores e nutricionistas. Muitas pessoas procuram-me para conversar sobre a suplementação. Veja, qualquer pessoa, autista ou não, com carências nutricionais beneficia-se de suplementação. Qualquer pessoa, autista ou não, com alergias ou intolerâncias alimentares beneficia-se da exclusão do que o corpo não aceita. Tratamos então, dentro da nutrição, a pessoa e sua individualidade e não o autismo. Agora, o acompanhamento nutricional não cura o autismo e nem substitui as outras intervenções. Dito isso, podemos começar.

Alimentação e autismo

A alimentação da criança com autismo pode ser desafiadora para a família e para os profissionais que acompanham o desenvolvimento infantil. Sem nutrientes, não há fabricação de neurotransmissores, hormônios, enzimas, anticorpos. Sem nutrientes o metabolismo muda. Muitas pessoas com autismo apresentam seletividade alimentar. Uma criança que aceita apenas nuggets ou apenas arroz apresentará carências nutricionais que podem sim comprometer crescimento, desenvolvimento, aprendizagem.

A seletividade é influenciada por alterações sensoriais, que geram resistência à novos aromas, texturas, cores e assim por diante. O tratamento envolve aproximações sucessivas, lentas, de forma calma, em um ambiente descontraído. A perseverança é muito importante e o processo pode ser auxiliado por fonoaudiólogo ou terapeutas ocupacionais especialistas na questão. Claro, enquanto não come a criança beneficia-se da suplementação dos nutrientes que estejam carentes na dieta.

Com paciência e persistência, pessoas com autismo acabam se habituando e aceitando novos alimentos. Não desista pois com os nutrientes adequados a criança dormirá melhor, ficará menos agitada ou irritada. Se precisar procure um gastro e faça testes de alergias alimentares ou um exame nutrigenético que possa auxiliar na melhor compreensão do metabolismo da criança. Se ela chora muito após a alimentação pode estar tendo desconfortos gastrointestinais que acabam aumentando a rejeição a certos alimentos.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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