Cada pessoa com síndrome de Down é única, não uma média estatística

Exames nutrigenéticos estão revolucionando a forma de fazer nutrição. Aqui, comparo o teste de 3 crianças com síndrome de Down:

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Depressão na gravidez

Durante a gestação as mamães orgulhosas enchem as redes sociais de fotos da barriga, das roupinhas, do bercinho. A alegria de estar grávida faz parte do nosso imaginário. É por isso que é muito mais comum ouvirmos falar de depressão pós-parto do que de depressão na gravidez. Não porque não aconteça, mas porque pode estar sendo romantizada e escondida pelas mulheres. Isto não deveria acontecer, as gestantes não deveriam sentir-se tão pressionadas e culpadas. Deveriam ser livres para buscar ajuda, aliviando o estresse que afeta o seu corpo e o de seu bebê.

Outro ponto é que durante a gravidez há uma enxurrada hormonal que naturalmente gera uma gama de emoções diferentes. Então, se não tiver certeza se o que está acontecendo com você é normal ou não busque aconselhamento. A depressão na gravidez é surpreendentemente alta. Pesquisa publicada na revista científica Psychoneuroendocrinology (2019) mostrou que a depressão na gravidez é mais comum do que se pensa, podendo atingir uma em cada 10 mulheres graves e podendo chegar, dependendo do contexto, a quase 50% das mulheres, encurtando a gravidez em cerca de 8 dias.

As causas da depressão são muito variadas como genética, tensões no relacionamento, complicações na gravidez atual ou anterior, eventos estressantes, dificuldades financeiras, abuso, história familiar de depressão, gravidez não planejada, preocupações. Os sintomas são ansiedade persistente, extrema irritabilidade, cansaço excessivo, tristeza, choro fácil, pensamentos suicidas. Não é culpa sua então busque ajuda até porque a depressão também prejudica o bebê. Crianças nascidas de mulheres que não foram tratadas eram mais hiperativos, chorosos e produziam mais cortisol, sendo mais difícil consolá-los e acalmá-los.

Com a depressão, a duração e a qualidade do sono da gestante também podem piorar. E como tudo está interligado, dormindo mal também há maior risco de diabetes gestacional e complicações no parto. Mas há muito a ser feito. Além da avaliação psiquiátrica para cuidados medicamentosos em caso de depressão grave, muitas estratégias contribuem para a qualidade de vida da gestante. Psicoterapia, massagens, yoga ajudam no combate ao estresse.

O consumo de gorduras boas melhora a qualidade do sono (Bennett, Cain, & Blumfield, 2019). O ômega-3 é um neuroprotetor. Artigo de 2020 mostrou que o ômega-3 do tipo EPA reduz a produção de citocinas pró-inflamatórias, TNF alfa, IL-1beta, IL-6, IL-8 e interferon gama, que têm estreita associação com depressão. Além disso, o produto da EPA (leucotriento B5 ou LTB5) é um antagonista competitivo do LTB4 altamente pró-inflamatório e derivado do ácido araquidônico. Por fim, o EPA é um ligante natural do gene PPAR gama, impedindo a expressão do NF-kB e inibindo a ativação da sinalização relacionada às vias fisiopatológicas da depressão (Zhang et al., 2020).

Temperos como o açafrão ajudam a reduzir a inflamação (inclusive no cérebro), sendo também eficaz no tratamento da depressão (Lopresti et al., 2017; Sanmukhani et al., 2014). Outros condimentos e alimentos com propriedades antiinflamatórias ajudam também na regulação da glicemia, o que é importante para a prevenção do diabetes gestacional.

A psicoterapia também ajuda muito. Falar sobre sentimentos reduz a ansiedade e ajuda no gerenciamento da medicação. Indico a Julia Maciel, psicóloga formada pela UnB e que atende online, por videoconferência Atividade física, meditação, acupuntura e yoga também vêm mostrado-se importantes complementos ao tratamento tradicional medicamentoso. Cuide-se!

Marque uma consulta para discutir sua alimentação. Todas as vitaminas do complexo B são extremamente importantes para o adequado desenvolvimento da gestação e também para prevenir a depressão durante a gravidez, asism como no pós-parto. A vitamina B9, por exemplo, deve ser suplementada durante a gestação e lactação e não só nas primeiras 12 semanas, como muitas pessoas fazem.

Compartilhe conhecimento.
Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

O que são transtornos do neurodesenvolvimento?

Nosso desenvolvimento começou dentro da barriga de nossas mães. Os primeiros 1.100 dias de vida foram fundamentais e, dependendo de como ocorreram, podem ter contribuído para um neurodesenvolvimento típico ou não. As estatísticas variam muito entre os países mas os transtornos do neurodesenvolvimento parecem ocorrer entre 10 e 15% das crianças menores que 10 anos. As causas biológicas parecem ser as mais importantes. Explico mais neste vídeo:

O cérebro desempenha um conjunto de funções superiores, como o reconhecimento de sensações, a identificação e interpretação de eventos, tomada de decisões, memória, linguagem. No transtorno do déficit de atenção/hiperatividade, por exemplo, pode haver comprometimento de algumas destas funções. Assim, uma pessoa com TDAH pode subestimar a quantidade de tempo que precisará para realizar uma tarefa, ou pode não conseguir planejar bem o futuro, ou pode arriscar-se sem necessidade. Isto pode estar acontecendo por menor recrutamento de redes neurais em várias regiões do cérebro.

Características do TDAH

Com o amadurecimento o lobo frontal do cérebro desenvolve maior capacidade de autocontrole. Assim, vamos aprendendo a refletir mais antes de tomar decisões. Porém, nas pessoas com TDAH este processo pode não ser perfeito, por isso, podem ser menos controlados e mais impulsivos.

A mente também é mais dispersa. Em estudos de imagem isto aparece com maior ativação de redes neurais associados a uma mente que está sempre a vagar. Isto reflete-se no dia a dia em menor motivação e menor rendimento. Infelizmente, ainda não existem testes de imagem para diagnóstico do TDAH, pois a variabilidade dos cérebros das pessoas no espectro é enorme. Contudo, espera-se que estes métodos continuem aperfeiçoando-se e que, no futuro, o diagnóstico torne-se mais fácil e preciso.

Um dos problemas é que pessoas com TDAH podem ter outras condições relacionadas ao neurodesenvolvimento, que podem ser confundidos nos exames de imagem cerebral. Por enquanto, estes testes não conseguem distinguir o TDAH do autismo, desordens relacionadas à coordenação ou problemas de conduta.

Uma forma de contornar isso parece ser pela união dos dados de imagem e da avaliação clínica, com análises genéticas capazes de identificar alterações relacionadas ao TDAH. Este aqui é um pedacinho do meu teste genético:

tdah.jpg

Estes estudos estão apenas começando, mas o futuro é o da medicina cada vez mais personalizada.

Livros para explicar o TDAH para crianças

Quanto pesa o cérebro?

A gestação e os primeiros anos de vida são momentos cruciais para o neurodesenvolvimento. O encéfalo cresce absurdamente no primeiro ano de vida e por volta dos 10 a 12 anos o cérebro já tem o seu volume total, com o peso do cérebro de um adulto (cerca de 1,5kg).

Mas, depois, especialmente após os 55 anos, o cérebro começa a perder volume. Aos 65 anos pesa cerca de 1,3 kg. Além do próprio envelhecimento, o estilo de vida influencia muito o que acontece com o cérebro. Consumo excessivo de carboidratos simples, sedentarismo, consumo excessivo de álcool e falta de sono estão entre os fatores que geram mais perda de massa cerebral.

Precisamos cuidar do cérebro em todas as fases (antes de engravidar, gravidez, infância, adolescência, fase adulta), com um estilo de vida saudável, manejo do estresse e tratamento de doenças mentais (depressão, transtornos de ansiedade etc) para a prevenção da neurodegeneração.

CURSO: NUTRIÇÃO NO TDAH

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/