Influência da genética na microbiota intestinal

Sua microbiota é única, sendo influenciada por vários fatores, especialmente a sua genética e a sua dieta. A microbiota é o somatório de todos os microorganismos que colonizam o corpo. Bactérias, fungos, vírus, archaea localizam-se em muito maior proporção (95%) no intestino grosso, em relação às outras partes do corpo.

Esta microbiota possui um genoma próprio que, de tão grande, é considerado por muitos nosso segundo genoma. O microbioma intestinal representa a somatório de todos os microorganismos ali presentes, além do seu genoma e dos fatores ambientais do seu habitat. Além disso, nossos genes interagem com nosso microbioma. Por exemplo, apesar de polimorfismos nos genes NOD2 e CARD9 serem fatores de risco para doenças inflamatórias intestinais, estas apenas manifestam-se se a microbiota estiver desregulada (situação de disbiose intestinal).

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Cada pessoa, segundo sua própria genética e microbioma, pode reagir de forma diferente aos alimentos consumidos. Estudos tentam mostrar como as pessoas diferem em sua microbiota com base em alterações no próprio material genético. Todos os cromossomos possuem genes que influenciam o metabolismo de nutrientes e a composição da microbiota intestinal. A identificação de associações entre a genética humana e o microbioma intestinal e a exploração de suas interações pode fornecer informações sobre o papel do microbioma em doenças complexas e impulsionar o desenvolvimento de terapias para modular o microbioma em busca de uma melhor saúde (Bonder et al., 2016).

Como não podemos mexer na nossa genética a melhor maneira de modular a microbiota intestinal continua sendo a dieta. Explico tudo sobre isto neste curso online - tratamento da disbiose intestinal. Mas aqui vai uma dica: aumente o consumo de compostos fenólicos para uma microbiota mais saudável. Compostos fenólicos são uma classe de compostos químicos com um grupo hidroxila (OH) ligado a um anel aromático (este nome existe pois estas substâncias presentes nos vegetais possuem aromas característicos). São capazes de modular a microbiota intestinal, ajudando no tratamento da disbiose, o que pode trazer benefícios para várias patologias (Yang et al., 2020). Exemplos de compostos fenólicos e alimentos que os contém:

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Incluindo alimentos de verdade em seu cardápio você estará estimulando o crescimento de lactobacilos e bifidobactérias importantes para a saúde, para a imunidade, para a manutenção do peso adequado. Por exemplo, você pode começar o dia com chá verde. Pode comer uma banana com canela e cacau em pó no lanche da manhã. Incrementar o almoço com feijão, brócolis e azeite de oliva, e assim por diante.

Testes como este permitem a individualização da dieta, abrindo caminho para o encontro mais rápido de sua saúde. você recebe um desconto para fazer seu teste genético da microbiota, usando o código promocional andreiatorres no site da BiomeHub.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Intestino saudável facilita a perda de peso

Somos 7,8 bilhões de pessoas no mundo. Mas dentro de nós vivem 3,8 trilhões de bactérias - só para dar uma ideia de proporção. Estas bactérias possuem importantes funções de defesa e localizam-se em maior proporção no intestino grosso (95%). Representam aproximadamente 0,3% do peso corporal de uma pessoa e influenciam a saúde como um todo.

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A obesidade, por exemplo, têm sido associados a alterações no microbioma intestinal. Comparados com indivíduos magros, aqueles com obesidade apresentaram diferenças em seu microbioma intestinal nos níveis composicional (diversidade alfa reduzida) e funcional. No nível funcional, indivíduos com obesidade apresentam capacidade diminuída de conjugação da superóxido redutase (um importante antioxidante) em comparação com pessoas não obesas (Thingholm et al., 2019).

Os mecanismos pelos quais os micróbios intestinais e seus metabólitos interagem no contexto de distúrbios metabólicos não estão totalmente elucidados. Mas uma revisão científica realizada por pesquisadores da Bélgica mostra a importância de alterarmos nossas escolhas alimentares para influenciar positivamente a composição e os metabólitos produzidos pela microbiota. O motivo é que vários destes metabólitos inflamam o intestino - um gatilho para várias doenças e para o ganho de peso. A saúde intestinal também influencia a produção de hormônios, peptídeos e neurotransmissores, que impactam no sistema nervoso central, no apetite, ingestão de alimentos, metabolismo de glicose e gorduras (Rastelli, Knauf, & Cani, 2018).

Nossos genes contribuem com 41% de nossa variação de peso. A obesidade é uma doença multifatorial. Outros fatores incluem estilo de vida, doenças e, claro, a composição da microbiota. A capacidade de modificar a composição do microbioma intestinal em direção a um ambiente metabólico mais favorável por meio de modulação alimentar torna-o um alvo atraente para regular positivamente as alterações no peso. Por exemplo, mulheres que ingerem grandes quantidades de fibra dietética são menos propensas a ganhar peso do que aquelas que ingerem pouca fibra, mesmo que consumissem aproximadamente a mesma quantidade de calorias. As fibras alimentam as bactérias probióticas e este aumento leva à maior produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), os quais são menos associados a alterações desfavoráveis no peso corporal (Vijay & Valdes, 2019)

Sem AGCC o intestino fica mais vazado (como na foto à direita a seguir). Podem aparecer sintomas como prisão de ventre e/ou diarreia, desregulação da comunicação intestino-cérebro, com aumento de ansiedade e episódios compulsivos de alimentação.

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A desregulação da microbiota (disbiose intestinal) também pode desencadear uma endotoxemia metabólica, contribuindo para doenças como a tireoidite de Hashimoto, que desacelera o metabolismo e contribui para mais ganho de peso e falta de energia.

Para um intestino saudável precisamos tratar esta desregulação e explico tudinho neste curso online para você aprender a cuidar bem do seu intestino. O tratamento da disbiose reduz os níveis circulantes de endotoxinas, melhora a sensibilidade à insulina e o perfil glicêmico, contribui para atenuação dos níveis de colesterol e triglicerídeos e controle do peso corporal (Sabico et al., 2019).

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Painel genético de análise do microbioma

Nosso corpo abriga trilhões de bactérias, localizadas especialmente no intestino grosso. A composição da microbiota intestinal é única, como uma impressão digital. Esta composição varia com a idade, com os níveis de estresse, com o uso de medicamento e a dieta.

Pesquisas recentes mostram também que a genética exerce um papel na diversidade da microbiota. Com tecnologias de sequenciamento do genoma inteiro é possível entender quais são os filos que possuem mais facilidade de se instalar em cada pessoa. Este é o resultado do meu teste genético:

Filos de microorganismos - todos são importantes, depende da quantidade e localidade no trato digestivo

Filos de microorganismos - todos são importantes, depende da quantidade e localidade no trato digestivo

A composição da microbiota influencia a saúde e a doença, no trato digestivo e fora dele. No meu caso, o filo mais representativo não é de bactéria mas de euryarchaeota. Este filo de archaea é muito diverso incluindo microorganismos que sobrevivem em altas quantidades de sal e enxofre, em extremos de temperatura. Estes microorganismos produzem mais gases e frequentemente associam-se a doenças inflamatórias intestinais.

Chamou-me atenção também que o filo de bactérias lentisphaerae aparece em grande proporção e isto não é muito comum. Porém, também não é mal uma vez que este filo é comum em pessoas com melhor qualidade de sono (realmente durmo como um anjo) e maior flexibilidade cognitiva.

As actinobactérias são um filo gram-positivo, de organização filamentosa. É um filo bem diversificado e na maioria das vezes composto de bactérias aeróbias (que usam oxigênio). Também não costumam estar em grande quantidade no intestino mas são fundamentais para o equilíbrio da microbiota. Fazem parte deste filo as famosas bifidobactérias.

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As proteobactérias estão muito ligadas a doenças intestinais e extraintestinais. Fazem parte deste grupo de bactérias gram-negativas as especies Escherichia coli, salmonella e helicobacter.

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O filo bacteroidetes que abriga os bacteróides é muito importante para a regulação da função endotelial e redução da inflamação local. Pacientes com Alzheimer parecem possuir uma menor proporção de bacteróides e uma maior proporção de outras bactérias como lactobacilos e bifidobactérias (proporção alta de firmicultes/bacteroidetes), pelo menos na população japonesa (Saji, Niida & Sakurai, 2019).

Por fim, temos os firmicutes. Fazem parte deste filo os diferentes tipos de lactobacilos (vários vão mudar de nome - saiba mais sobre este tema clicando aqui). No trato digestivo os lactobacilos produzem ácidos que favorecem o meio, contribuem para uma boa colonização probiótica. Em conjunto com outras espécies de microorganismos ajudam a manter a imunidade.

No filo firmicutes está também a espécie Clostridium difficile, bactéria muito associada a colite relacionada ao uso de antibióticos. O painel de análise do microbioma da FULLDNA apresenta os genes que favorecem ou desfavorecem a colonização por cada um dos filos apresentados e espécies apresentados. Mostra, por exemplo, que em meu caso a colonização por Clostridium difficile não é comum.

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O objetivo do painel genético é possibilitar uma melhor identificação de desequilíbrios microbianos, do ponto de vista genético. Contudo, o teste deve ser usado com outras ferramentas clínicas, bioquímicas e de análise de consumo alimentar para diagnósticos mais adequados e para possibilidade de relacionamento com questões de saúde e doença. O objetivo é reduzir a quantidade de bactérias capazes de produzir metabólitos com o trimetilamina, que está associada, por exemplo, às doenças cardiovasculares, aumento do risco de trombose e Alzheimer.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/