Nosso corpo abriga trilhões de bactérias, localizadas especialmente no intestino grosso. A composição da microbiota intestinal é única, como uma impressão digital. Esta composição varia com a idade, com os níveis de estresse, com o uso de medicamento e a dieta.
Pesquisas recentes mostram também que a genética exerce um papel na diversidade da microbiota. Com tecnologias de sequenciamento do genoma inteiro é possível entender quais são os filos que possuem mais facilidade de se instalar em cada pessoa. Este é o resultado do meu teste genético:
A composição da microbiota influencia a saúde e a doença, no trato digestivo e fora dele. No meu caso, o filo mais representativo não é de bactéria mas de euryarchaeota. Este filo de archaea é muito diverso incluindo microorganismos que sobrevivem em altas quantidades de sal e enxofre, em extremos de temperatura. Estes microorganismos produzem mais gases e frequentemente associam-se a doenças inflamatórias intestinais.
Chamou-me atenção também que o filo de bactérias lentisphaerae aparece em grande proporção e isto não é muito comum. Porém, também não é mal uma vez que este filo é comum em pessoas com melhor qualidade de sono (realmente durmo como um anjo) e maior flexibilidade cognitiva.
As actinobactérias são um filo gram-positivo, de organização filamentosa. É um filo bem diversificado e na maioria das vezes composto de bactérias aeróbias (que usam oxigênio). Também não costumam estar em grande quantidade no intestino mas são fundamentais para o equilíbrio da microbiota. Fazem parte deste filo as famosas bifidobactérias.
As proteobactérias estão muito ligadas a doenças intestinais e extraintestinais. Fazem parte deste grupo de bactérias gram-negativas as especies Escherichia coli, salmonella e helicobacter.
O filo bacteroidetes que abriga os bacteróides é muito importante para a regulação da função endotelial e redução da inflamação local. Pacientes com Alzheimer parecem possuir uma menor proporção de bacteróides e uma maior proporção de outras bactérias como lactobacilos e bifidobactérias (proporção alta de firmicultes/bacteroidetes), pelo menos na população japonesa (Saji, Niida & Sakurai, 2019).
Por fim, temos os firmicutes. Fazem parte deste filo os diferentes tipos de lactobacilos (vários vão mudar de nome - saiba mais sobre este tema clicando aqui). No trato digestivo os lactobacilos produzem ácidos que favorecem o meio, contribuem para uma boa colonização probiótica. Em conjunto com outras espécies de microorganismos ajudam a manter a imunidade.
No filo firmicutes está também a espécie Clostridium difficile, bactéria muito associada a colite relacionada ao uso de antibióticos. O painel de análise do microbioma da FULLDNA apresenta os genes que favorecem ou desfavorecem a colonização por cada um dos filos apresentados e espécies apresentados. Mostra, por exemplo, que em meu caso a colonização por Clostridium difficile não é comum.
O objetivo do painel genético é possibilitar uma melhor identificação de desequilíbrios microbianos, do ponto de vista genético. Contudo, o teste deve ser usado com outras ferramentas clínicas, bioquímicas e de análise de consumo alimentar para diagnósticos mais adequados e para possibilidade de relacionamento com questões de saúde e doença. O objetivo é reduzir a quantidade de bactérias capazes de produzir metabólitos com o trimetilamina, que está associada, por exemplo, às doenças cardiovasculares, aumento do risco de trombose e Alzheimer.
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