Terrorismo nutricional na síndrome de Down

Tenho atendido muitas crianças com síndrome de Down que chegam ao consultório com uso de mais de 10 (às vezes 20) suplementos diferentes. Esta suplementação tão grande (e caríssima) tem surtido efeito? Enquanto muitas famílias juram que a suplementação mudou tudo para melhor, outras chegam frustradas, dizendo que gastam rios de dinheiro há anos e não vêem mudança alguma em termos de desenvolvimento ou comportamento.

O mesmo se dá com as milhões de restrições alimentares (de glúten, leite e tantas outras). As mesmas podem beneficiar um grupo de crianças, mas obviamente não todas. Precisamos de uma nutrição mais individualizada e responsável.

Temos uma tendência grande a pensarmos nos alimentos unicamente em termos de composição de nutrientes. A laranja é fonte de vitamina C, o leite é fonte de cálcio, o feijão é fonte de ferro, o mamão é fonte de carotenos, o pão da padaria contém glúten. Também é muito comum avaliarmos os alimentos como sendo muito ou pouco calóricos, bons ou ruins, engordativos ou emagrecedores.

A indústria muitas vezes também faz um desfavor, confundindo todo mundo e nos fazermos pensar que se não comprarmos esse ou aquele alimento ou suplemento milagroso ficaremos para trás, ou as crianças não se desenvolverão. Será que é assim ou é tudo uma estratégia de marketing? Afinal, todo mundo sabe que o mais importante é a dieta variada, rica em alimentos de origem vegetal, com o mínimo possível de alimentos ultraprocessados.

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Conheço também famílias que não acreditam no poder do alimento, mas ele tem sim poder. Crianças com carências nutricionais são mais imunodeprimidas e estudos mostram a importância de muitas vitaminas, minerais, aminoácidos, ácidos graxos e compostos bioativos no neurodesenvolvimento, principalmente nos primeiros 1.000 dias da criança. Um bom estado nutricional é um bom indicador de saúde em todas as fases da vida. Precisamos achar um caminho do meio, em que pessoas que não tenham dinheiro para gastar fortunas inteiras em suplemento também possam viver de forma saudável.

Os especialistas em nutrição tem uma grande responsabilidade, ajustando a dieta e prescrevendo alimentos e suplementos, não com base em suposições e achismos mas em ciência. A prescrição deve ser resultado da avaliação nutricional completa, que inclui histórico pessoal e familiar (vulnerabilidades), estado de saúde, avaliação clínica (incluindo sinais e sintomas de intolerâncias, alergias, funcionamento intestinal), dietética, bioquímica, antropométrica, genética, ambiental (acesso à alimentos, sazonalidade, renda, exposição tóxica), aspectos psicológicos e culturais que influenciam as escolhas alimentares.

Crianças excessivamente suplementadas e mal acompanhadas correm o risco de hipermetilação e de alterações hepáticas importantes. Basear o acompanhamento nutricional na síndrome de Down na suplementação é reduzir esta ciência. Além disso, devemos lembrar que a neurose tem tirado o prazer de muitas famílias. Comer significa partilha, significa aprendizado, significa amor, significa tanto em nossas vidas e muito mais do que este ou aquele nutriente. A saúde deve ser física, mental, espiritual e para toda a família. Por isso, para ser personalizada de verdade devemos levar em consideração os mais múltiplos fatores.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

CONSEQUÊNCIAS DA DIABETES GESTACIONAL

A diabetes mellitus gestacional (DMG) é a condição metabólica mais comum durante a gravidez e pode resultar em complicações de curto e longo prazo para a mãe e os filhos. A complexidade dos resultados da desregulação dos níveis de açúcar no sangue é influenciada pela suscetibilidade genética, interações nutriente-gene e estilo de vida.

Toda mulher precisa preparar-se para engravidar e fazer o pré-natal direitinho. Um dos motivos é que esta desregulação glicêmica altera os níveis de metilação do DNA, modifica histonas e a expressão de microRNAs. Com isso a criança herda alterações que contribuem para futura obesidade e doenças como diabetes e problemas cardiovasculares.

Às alterações epigenéticas unem-se outros fatores de vida, como dieta desequilibrada, sedentarismo, tabagismo, alto consumo de álcool, poluentes ambientais, estresse psicológico e assim por diante. Revisão publicada por Franzano e colaboradores (2019) explica bem o tema.

O acompanhamento nutricional é importante. Um outro aspecto relacionado à diabetes gestacional é a desregulação do gene SIRT-1. Este gene é regulado epigeneticamente pela metilação do DNA mediada por radicais livres. As enzima sirtuínas, codificadas pelo gene SIRT-1, agem cuidando do corpo, para que ele seja mais longevo. Por exemplo, o SIRT-1 atua como protetor contra doenças cardiovasculares e outras desordens crônicas. Para modular SIRT-1 a gestante precisa manter a glicemia sobre controle e reduzir a inflamação. Alimentos ricos em resveratrol (ou suplementos deste composto presente em frutas roxas, amendoim, casca da jaboticaba, mirtilos e até no cacau.

A modulação da microbiota intestinal também é importante. Um intestino inflamado contribui para o aumento do risco de diabetes gestacional. Aprenda mais aqui.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Maximize o ganho de massa magra

Com a pandemia muitas pessoas estão treinando em casa e tentando se alimentar melhor. Frequentemente me perguntam sobre o jejum e tenho algumas dicas:

DICA DE SUPLEMENTO PARA PRESERVAÇÃO DA MASSA MAGRA

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É importante aumentar o consumo proteico e melhorar o treino para conseguir minimizar a perda de massa muscular quando estiver tentando emagrecer. Estudos mostram que a restrição calórica (déficit de 500 a 750 kcal diárias) deve ser acompanhada de consumo de 1,8 a 2,2g de proteína por quilo de peso, acompanho de treino resistido. Agora, quem quer hipertrofiar mesmo deve adotar uma dieta hipercalórica pois o superávit potencializa o ganho de massa magra.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/