Problemas gastrointestinais na síndrome de Down

Pacientes com trissomia do cromossomo 21 podem apresentar alterações estruturais e funcionais do trato gastrointestinal. Certos defeitos, como atresia, estenose (estreitamento) duodenal ou do intestino delgado, anormalidades pancreáticas, ânus imperfurado e doença de Hirschsprung são mais comuns na síndrome de Down do que na população típica.

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O duodeno é o local mais comum de obstrução intestinal neonatal, sendo responsável por 50% de todas as atresias intestinais. A obstrução duodenal (OD) é frequentemente complicada pela prematuridade e anomalias associadas. A doença de Hirschsprung é uma forma de obstrução intestinal, resultando em um segmento sem peristaltismo normal. Com isso, há falha no reflexo de defecação, causando obstrução e sintomas como distensão abdominal, prisão de ventre, dor abdominal ou vômitos.

Na última década, a aplicação de técnicas cirúrgicas minimamente invasivas e o advento de instrumentos laparoscópicos menores permitiram o tratamento mais eficaz do problema com reparo da obstrução intestinal. A sobrevida costuma ser superior a 95% quando a intervenção cirúrgica é rápida, combinada com cuidados intensivos adequados e suporte nutricional precoce.

Além dos defeitos estruturais, bebês com síndrome de Down podem apresentar outros distúrbios gastrointestinais, como refluxo gastroesofágico (DRGE) ou doença celíaca (Akhtar, Rizwan, & Bokhari, 2018). O acompanhamento e identificação precoce destes problemas de saúde são fundamentais para o tratamento adequado, para a prevenção de carências nutricionais e garantia de bom crescimento e desenvolvimento.

Como existe uma forte associação de doença celíaca com a síndrome de Down, alguns profissionais recomendam uma triagem anual da doença, após a inserção do glúten na dieta (em geral, após um ano de vida). Se diagnosticados, esses pacientes terão que permanecer com uma dieta isenta de glúten por toda a vida.

Estudos tem demonstrado que a microbiota intestinal podem afetar a regulação epigenética de células intestinais. Uma flora bacteriana ruim gera um meio proinflamatório que prejudica a metilação de genes das células do intestino, reduz a produção de butirato e aumenta a permeabilidade intestinal à substâncias que aumentam o risco de doenças metabólicas.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Bebidas antioxidantes matutinas para facilitar o emagrecimento

A obesidade é um problema de saúde pública considerável em todo o mundo. A prevalência continua a aumentar no Brasil e as causas são múltiplas incluindo o aumento do consumo de alimentos ultraprocessados, redução no consumo de alimentos ricos em fibras (como os feijões), alterações metabólica e hormonais s e inflamação.

A medida em que o peso aumenta o metabolismo muda. Instala-se a síndrome metabólica, caracterizada por resistência à insulina, acúmulo de gordura na região abdominal e aumento da pressão arterial. Esta é responsável por um número substancial de mortes e doenças nos países ocidentais, em todas as classes sociais.

Alguns metabólitos estão fortemente correlacionados com o ganho de peso corporal e podem ser avaliados por exames de sangue como subclasses de VLDL, LDL e HDL exageradamente grande, aminoácidos de cadeia ramificada, triglicerídeos e produtos gerados pela presença de radicais livres em quantidade excessiva (como urato).

Radicais livres em excesso comprometem a função mitocondrial, comprometem o funcionamento de receptores de insulina e facilitam ainda mais o ganho de gordura. O consumo excessivo de gordura na dieta prejudica o funcionamento intestinal, reduz a diversidade de bactérias boas e a produção de ácido indolepropiônico, um poderoso antioxidante.

Assim, entre as estratégias para a redução do peso encontram-se a redução do consumo de gorduras (especialmente as saturadas presentes em carnes, leite e queijos), jejum e aumento do consumo de antioxidantes, presentes em frutas, verduras, condimentos.

Uma estratégia durante o jejum é começar o dia com uma bebida antioxidante, tomar chás e fazer a primeira refeição apenas após 12 a 16 horas após a última alimentação da noite. Você pode adotar esta bebida antioxidante em alguns dias pela manhã:

  • 1 copo de água, água de coco ou kefir de água

  • 1 colher de sopa de semente de chia, cânhamo ou linhaça

  • 1/2 colher de chá de canela

  • 1/2 colher de chá de açafrão

  • 1 pitada de pimenta preta

  • 1/4 colher de chá de cardamomo

  • 1 lasca de gengibre

  • 1 colher de sopa de colágeno hidrolisado em pó

Bater tudo no liquidificador e beber pela manhã. Nos demais horários tomar chás de ervas variadas sem açúcar, até o horário da primeira refeição sólida.

Outra opção para quem precisa de um pouco mais de calorias de manhã é um latte dourado, com açafrão. A curcumina desta raiz é um potente antioxidante que pode neutralizar os radicais livres e reduzir o risco de doenças, como as cardiovasculares. A pimenta do reino deve ser salpicada na bebida para melhorar a absorção da curcumina. Ingredientes:

  • 2 xícaras de leite de coco ou amêndoa

  • 1 colher de chá de açafrão em pó

  • 1 colher de chá de extrato de baunilha

  • ¼ colher de chá de canela em pó

  • Pitada de pimenta do reino

Em uma panela pequena, aqueça todos os ingredientes, em fogo médio-baixo. Mexa conforme necessário. Use um batedor elétrico ou bata com um garfo, se quiser uma consistência espumosa. Retire do fogo e divida em duas canecas. Pode colocar um pouquinho de mel ou estévia, se precisar adoçar.

Lembrete: para reduzir a compulsão ansiedade é importante ainda praticar yoga e meditar pela manhã. Tomar banho gelado pela manhã ativa o metabolismo. Quem puder fazer sauna depois também beneficia-se. Existem evidências de que a prática contribui para a longevidade. Quando for comer sente-se à mesa, respire, mastigue devagar, adote técnicas de alimentação consciente.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Estresse oxidativo cerebral, alterações na produção de neurotransmissores e depressão

Vários fatores (genéticos e ambientais) aumentam o estresse oxidativo e a incidência de neurodegeneração, demência e comprometimento cognitivo. Entre estes fatores encontram-se a hiperglicemia crônica, hiperinsulinemia, abuso de álcool, contato com xenobióticos (toxinas), dislipidemia, carências nutricionais e / ou inflamação prolongada.

A obesidade aumenta o risco de resistência periférica à insulina e esta acelera a degeneração cerebral, o comprometimento cognitivo, aumenta o risco de depressão e doença de Alzheimer. Um denominador comum entre tudo isso é o estresse oxidativo crônico. Em várias doenças alterações nos sistemas antioxidantes enzimáticos e não enzimáticos, bem como aumento da oxidação dos componentes celulares, são os principais fatores que danificam o tecido cerebral e promovem a degeneração cerebral

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A insulina influencia a sobrevivência neuronal, participa da plasticidade sináptica e regula o funcionamento do cérebro, incluindo memória, cognição, aprendizado e atenção. O problema é que o excesso de insulina reduz a quantidade de receptores AMPA para glutamato. E, quando o glutamato não entra nos neurônios acaba sendo tóxico para o tecido cerebral.

Uma das causas da resistência à insulina cerebral é o acúmulo de ceramida no tecido nervoso. A ceramida pertence a um grande grupo de compostos que constroem membranas celulares de neurônios e células da glia (dão suporte e nutrição aos neurônios). Grandes quantidades de ceramida também são produzidas no fígado, principalmente quando há resistência à insulina ou quando há o consumo de muita gordura (especialmente trans e saturada). A ceramida, como outros lipídios neurotóxicos, passa pela barreira hematoencefálica, contribuindo para aumentar ainda mais a resistência à insulina no cérebro.

O excesso de ceramida prejudica a viabilidade das células cerebrais, o metabolismo energético e a atividade mitocondrial e, portanto, pode gerar déficits neuro-cognitivos em pacientes com resistência à insulina. A principal causa de resistência à insulina é o excesso de gordura corporal. Pessoas com síndrome metabólica, hipertensos, mulheres com síndrome dos ovários policísticos, esteatose hepática também associam-se à resistência insulínica.

Por seus efeitos neurotóxicos, o excesso de ceramida gera morte de células do cérebro e aumenta o risco de demência. Além da hiperglicemia crônica outro fator à prejudicar o cérebro é o estresse oxidativo gerado pela disfunção mitocondrial. O estresse oxidativo é definido como um desequilíbrio entre a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) e nitrogênio (RNS), e a presença de fatores antioxidantes protetores, tanto enzimáticos (catalase, glutationa peroxidase, superóxido dismutase) e não enzimáticas (vitamina C, vitamina A, vitamina E etc.).

Radicais livres em excesso podem gerar danos às membranas das mitocôndrias e causar mutações genéticas, aumentar a produção de substâncias inflamatórias, agravar a resistência à insulina. O cérebro é particularmente sensível ao ataque de radicais livres pois tem muitas mitocôndrias e utiliza mais de 20% do oxigênio consumido pelo corpo. As membranas dos neurônios possuem muitas gorduras que são facilmente atacadas por estes radicais livres, são oxidadas e inflamam ainda mais o tecido.

Outros fatores complicam bastante a função cerebral. Além de fatores genéticos individuais a cada um, sedentarismo e excesso de consumo de alimentos também geram mais inflamação, resistência à insulina, e estresse oxidativo.

Estas alterações todas vão prejudicar a neuroplasticidade, alterar a produção de neurotransmissores, prejudicar a sobrevivência de neurônios. Dentre as alterações destacam-se desequilíbrios na produção de glutamato e GABA. Um cérebro inflamado e com alterações de neurotransmissores também pode ser mais depressivo e compulsivo (Duman, Sanacora, & Krystal). Saiba como modular a produção de neurotransmissores para proteger seu cérebro e vencer a depressão no curso online PSICONUTRIÇÂO.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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