Imunidade de pessoas com síndrome de Down em tempos de coronavírus

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COVID-19 é uma nova doença que afeta os pulmões e as vias aéreas. É causada pelo coronavírus. Este vírus nasceu na China e o risco de pegá-lo no Brasil e em Portugal continua baixo, mas isto pode mudar. A maior parte das pessoas continuará a ir para o trabalho, escolas e continuará frequentando espaços públicos, a não ser quando em decisão contrária do governo e das empresas.

Não temos informações sobre como o coronavírus está afetando pessoas com síndrome de Down (SD) ao redor do mundo. Contudo, as mesmas precisam cuidar bem da imunidade pois a alteração cromossômica pode gerar menor resposta imune, quimiotaxia alterada, anormalidades nas vias aéreas aumentando o risco de contrair infecções.

Por isso, alguns cuidados são necessários para aumentar sua proteção ou daquela pessoa que ama:

  • O cuidado mais importante é lavar muito bem as mãos. Cada lavagem deve durar pelo menos 20 segundos. Esta é a técnica correta:

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Imprima a imagem e coloque bem visível acima da torneira. Se a criança não souber o que são 20 segundos use um despertador ou ensine a lavar as mãos cantando parabéns para você duas vezes. As mãos devem ser lavadas sempre que tossir, usar o banheiro, antes de comer, antes e depois de preparar seu lanche, se entrar em contato com pessoas doentes, se suas mãos estiverem sujas, após brincar, se tiver tocado animais ou lixo, após andar em transportes públicos.

Após a lavagem de mãos você pode também usar álcool gel pois o mesmo também previne a transmissão não só de vírus mas também de bactérias. O álcool gel também pode ser utilizados em momentos em que seja impossível lavar as mãos.

  • Evite tocar pessoas, abraçar, beijar, principalmente desconhecidos.

  • Não coloque as mãos nos olhos, nariz ou boca. Se o fizer, lave a região toda depois. Máscaras só precisam ser usadas por pessoas já infectadas ou com sintomas do Covid-19 (especialmente tosse).

  • Não espirre ou tussa nas mãos. Use um papel ou dobre o braço e use a parte interna do cotovelo como barreira, já que ela não faz tanto contato com outras superfícies como as mãos fazem.

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  • Evite locais onde existam aglomerações de pessoas. O ideal é manter um metro de distância de pessoas desconhecidas e não entrar em contato com pessoas que estejam tossindo ou espirrando.

  • Não vá ao hospital desnecessariamente. Este é o melhor local para pegar o coronavírus. A visita ao médica geralmente só é necessária quando há dificuldade respiratória, febre e tosse.

  • Cuide da sua alimentação. Previna-se. Alimentos e suplementos não curam viroses mas fortalecem o sistema imune para que este possa fabricar substâncias de defesa. A vitamina C aumenta a geração de células de defesa, além de ser um antioxidante importante. Goiaba, pitanga, agrião, caju, espinafre, melão, frutas cítricas (laranja, limão, lima), pimentão, salsa, são boas fontes de vitamina C. A vitamina E é outro antioxidante fundamental e é encontrada em alimentos como germe de trigo, abacate, azeite, açaí, gema de ovo, folhosos, açafrão e azeite de oliva. Carotenóides são convertidos em vitamina A, nutriente com ação antiinflamatória e que contribui para formação de linfócitos de defesa. Capriche no consumo de cenoura, abóbora, espinafre, melão, pêssego, mamão, abóbora, alecrim. O zinco atua no reparo de tecidos e na produção de células de defesa. Frutos do mar, semente de girassol, cogumelos, carnes devem fazer parte de um cardápio variado. O ômega-3 possui também ação antiinflamatória e efeitos imunoregulatórios. Está presente em peixes como sardinha, salmão, atum, linhaça e chia. Para individualização da dieta consulte um nutricionista.

  • Use probióticos, especialmente se tiver feito tratamento com antibióticos. Os antibiótiicos reduzem a diversidade de bactérias boas e protetoras do intestino. O uso de probióticos melhora a resposta imune e reduz o risco de infecções virais (Yan & Polk, 2011).

  • Não compartilhe objetos pessoais (pratos, copos, talheres, canudos etc). Limpe frequentemente os elementos de uso contínuo como móveis, mesas, maçanetas, banheiros, cozinhas, com soluções de água sanitária (lixívia) ou hipoclorito de sódio.

  • Mantenha os ambientes de casa bem ventilados.

  • Cuide da hidratação, com chás, água, água de coco, sopas, frutas frescas (melão, melancia, laranja, tangerina, morango, abacaxi).

Veja que estes são os mesmos cuidados que qualquer pessoa precisa ter. Agora, pessoas com síndrome de Down que tenham alguma doença cardíaca em curso, doença pulmonar crônica ou outros problemas respiratórios, complicações de outras doenças, e idosos com SD são mais vulneráveis. Por isso, evite passeios e viagens desnecessárias.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Coração é o primeiro órgão a envelhecer

O coração trabalha sem parar, dia e noite, bombeando sangue para todo lado e levando com ele nutrientes e oxigênio a cada célula. Com tanto esforço pode envelhecer mais rápido que outros órgãos. Estudos mostram que metade dos homens adultos e 20% das mulheres adultas nos países ocidentais têm um coração cinco anos mais velho que a idade cronológica. Para as pessoas negras, a diferença pode chegar a 11 anos. Corações envelhecidos possuem artérias mais rígidas e calcificadas, tecido muscular espessado e mais rígido, anormalidades no sistema de condução e válvulas disfuncionais. E, quanto mais o coração envelhece, maior o risco de hipertensão, arritmias, ataque cardíaco, derrame cerebral e morte súbita.

Causas do envelhecimento cardíaco prematuro

Os genes que você herdou da mãe e pai desempenham seu papel na taxa de envelhecimento cardiovascular. Genes não podem ser modificados mas, a maior parte dos fatores que contribuem para o envelhecimento acelerado podem. Dentre eles, destacam-se:

  • Hipertensão. A pressão elevada (acima de 120/80 mmHg) envelhece o coração. Para saber como controlá-la clique aqui.

  • Colesterol elevado e oxidado. Quanto maior o seu nível de colesterol, mais velho o seu coração será, já que o colesterol contribui para o entupimento das artérias e a má oxigenação cardíaca.

  • Tabagismo. O tabaco é muito viciante e parar pode ser difícil. Mas as chances de sucesso aumentam se você procurar ajuda médica.

  • Consumo alcoólico excessivo. O consumo exagerado de álcool aumenta a pressão sanguínea e o risco de arritmias.

  • Excesso de peso. Muita gordura acumulada sobrecarrega o coração, que precisará bombear mais para levar sangue aos tecidos extras. A obesidade também aumenta níveis de colesterol, a pressão arterial e o risco de diabetes, fatores de risco para as doenças cardiovasculares.

  • Pré-diabetes e diabetes. Com o tempo, o aumento da glicose sanguínea danifica artérias, tornando-as mais duras e rígidas. Isso facilita o acúmulo de gordura dentro dos vasos, condição conhecida como aterosclerose. A mesma pode eventualmente bloquear o fluxo sanguíneo para o coração ou cérebro, causando ataque cardíaco ou derrame.

  • Problemas na tireóide. Esta glândula produz hormônios que controlam todo o metabolismo corporal. O hipotireoidismo (baixa produção de hormônios da tireóide) pode afetar o coração e o sistema circulatório pois diminui a frequência cardíaca, as artérias ficam menos elásticas, a pressão arterial e os níveis de colesterol aumentam. O problema oposto, hipertireoidismo ou excesso de hormônio tireoidiano, também pode prejudicar o coração, pois este começa a bater cada vez mais rápido e de forma menos organizada. A hipertensão também pode ocorrer no hipertireoidismo.

  • Sedentarismo. O coração é uma bomba que precisa ser estimulada. Procure uma atividade física que goste e adequado à sua idade e habilidades. O exercício aumenta o poder de bombeamento do coração, contribui para a manutenção do peso e redução da pressão sanguínea.

  • Estresse. Este é considerado o mal do século. Em situações de estresse o corpo libera adrenalina, hormônio que acelera a respiração e os batimentos cardíacos. A pressão arterial sobe e o corpo fica pronto para lutar ou fugir. Mas, quando o estresse é constante coração, cérebro e outros órgãos começam a sofrer (e a envelhecer). Por isso, o gerenciamento do estresse é tão importante. Atividade física, mudança de rotinas, psicoterapia, meditação e yoga são ótimas estratégias para o controle dos níveis de estresse.

  • Descuido com a saúde. Faça exames clínicos com a regularidade adequada à sua faixa etária. Escute seu corpo e não ignore sintomas estranhos, como falta de ar, inchaço nas pernas, dor no peito, cansaço sem explicação, palpitações cardíacas, confusão mental ou tonturas.

  • Dieta rica em gorduras trans e alimentos ultraprocessados. Lanches, cereais e bebidas açucaradas, carnes processadas, doces, refrigerantes, sopas e macarrões instantâneos aumentam a inflamação do corpo e o risco de doenças cardiovasculares. Pessoas que ingerem mais de quatro porções de alimentos ultraprocessados ​​diariamente têm um risco 62% maior de morrer de todas as causas em comparação com aquelas que ingeriam apenas duas porções por dia. Por isso, o ideal é adotar uma dieta antiinflamatória, que seja adequada à sua constituição e necessidades.

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A pirâmide acima mostra uma dieta onívora (contendo todos os tipos de alimentos). A primeira camada mostra que nossas refeições devem conter mais frutas e verduras, ricas em fitoquímicos protetores e antiinflamatórios. A segunda camada concentra-se em carboidratos complexos, como arroz integral, aveia e quinoa. Os alimentos da primeira e segunda camada são de origem vegetal e se forem orgânicos será melhor para você já que o excesso de agrotóxicos enche o corpo de metais pesados, prejudiciais ao coração.

Se você consome alimentos de origem animal laticínios e carnes poderão entrar em sua dieta de forma moderada. Consuma peixes e frutos do mar ricos em ômega-3 para reduzir a inflamação. Dê preferência também a gorduras saudáveis (como aquelas vindas do azeite de oliva, óleo de abacate, nozes, castanhas e sementes como chia e linhaça). Esta dieta segue o padrão alimentar mediterrâneo, protetor para o coração.

Hidrate-se bem e evite os doces (que estão lá em cima, na última camada). Consulte-se com um nutricionista e verificar a necessidade de suplementar nutrientes como folato, vitamina D, B12, zinco, vitamina E, coenzima Q10 ou selênio, essenciais para a saúde cardiovascular. A bandeira indica suplementos de cálcio, vitamina D e vitamina B12.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Remédios para ansiedade aumentam o risco de morte súbita

Medicamentos hipnóticos e ansiolíticos são frequentemente prescritos para o tratamento de quadros agudos de ansiedade, transtorno de humorinsônia e outras alterações nervosas. Porém, evidências científicas sugerem maior risco de mortalidade em pessoas tomando medicamentos como benzodiazepínicos (como diazepam e alprazolam). Usuários possuem risco aumentado de desenvolverem hipertensão, doença cardiovascular isquêmica, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral (AVC), aumento de colesterol, diabetes, doença renal, câncer e morte súbita.

Desta forma, outras estratégias são necessárias para o controle da ansiedade, perturbações do humor, insônia e depressão, contribuindo para o desmame medicamentoso. Dentre estas estratégias destacam-se:

  • psicoterapia

  • meditação (saiba mais aqui)

  • yoga (saiba mais aqui)

  • alimentação antiinflamatória (saiba mais aqui)

  • reposição de nutrientes necessários à produção de neurotransmissores (saiba mais aqui)

  • atividade física moderada

  • controle do estresse

  • redução do consumo de álcool

  • cessação do tabagismo

  • redução do consumo de açúcar e alimentos ultraprocessados

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/