Prepare azeite funcional em casa e reduza o risco de doenças

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O azeite de oliva é um alimento rico em ácidos graxos (gorduras) monoinsaturados e hidroxitirosol, com propriedades antiinflamatórias e antioxidantes capazes de: 

  • Combater o estresse oxidativos;

  • Reduzir o risco de doenças cardiovasculares;

  • Diminuir a incidência de problemas no fígado e na vesícula;

  • Reduzir o risco de câncer de cólon.

Os efeitos do azeite extra-virgem podem ser potencializados com a inserção de ervas e condimentos ao seu frasco. Seguem duas receitas funcionais:

Receita 1

  • 40 g de açafrão (Curcuma longa L.) em pó

  • 40g de gengibre (Zingiber officinale Roscoe) em pó

  • 40g de alho (Allium sativum L.) ou urucum (Bixa orellana L.) em pó

  • 500 ml de azeite de oliva extra virgem

  • 50 ml de álcool de cereais (para extração dos compostos ativos das ervas e condimentos)

Acrescente os pós das plantas em um vidro limpo (ex: vidro de azeitona ou palmito). Umedeça o pó com álcool de cereais mexendo com uma colher. Deixe secar o excesso de álcool com o vidro aberto por 2 horas. Incorpore o azeite e feche o vidro. 

Deixe descansar por 1 semana ao abrigo da luz e calor. Coe com filtro de pano trocendo-o retirando bem o oleato. Conserve a preparação em vidro âmbar. Utilizar 2 a 3 colheres de sopa/dia por pessoa.

Receita 2

  • 500 ml de azeite extra-virgem com baixa acidez

  • 2 dentes de alho triturados

  • 1 ramo de alecrim lavado e seco

Coloque o alho e o alecrim dentro do vidro do azeite. Tampe e deixe descansar por 1 semana ao abrigo da luz e calor. 

Utilizar 1 a 3 colheres de sopa/dia por pessoa

O alecrim tem ótimo poder antioxidante. Também é um digestivo e antiinflamatório poderoso, reduzindo a formação de gases. Não deve ser utilizado em excesso por gestantes, devido a suas propriedades abortivas.

O azeite extra-virgem é o mais saudável visto que sofre menos processamento, sendo extraído logo na primeira prensagem das azeitonas. Possui mais compostos fenólicos e por isto traz maiores benefícios à saúde. O ideal é comprar um produto com acidez abaixo de 0,8 e em vidro escuro para melhor preservação das substâncias antioxidantes.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Tratamento nutricional da biotinidase - mais uma doença rara

A deficiência da biotinidase é um erro inato do metabolismo causado por mutação no gene HLCS, localizado no cromossomo 3. Nesta doença a capacidade de extrair a vitamina do complexo B biotina do alimento está prejudicada.

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A biotina, também conhecida como vitamina H, vitamina B7 ou vitamina B8, participa de várias reações metabólicas no corpo humano. Sua carência gera fadiga, depressão, dores musculares, perda de cabelo, anemia, convulsões, hipotonia muscular e ataxia. A deficiência também pode causar ainda alterações na visão, audição e dermatites.

O diagnóstico pode ser feito no bebê já no teste do pezinho. Em outras fases da vida a deficiência de biotinidase pode ser avaliada, após suspeita clínica, solicitando-se o exame que mede a atividade da biotinidase no soro.

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O tratamento inicia-se imediatamente após a confirmação do diagnóstico. Consiste na suplementação oral de 5 a 10 mg de biotina livre ao dia por toda a vida. 

Ovos crus não devem ser consumidos por conterem avidina, um anti-nutriente que impede o uso da biotina. Para saber mais marque sua consulta de nutrição online.

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA DE BIOTINA PODEM TER MAIS PROBLEMAS INTESTINAIS

A biotina é uma vitamina essencial do complexo B. Sua deficiência já foi relacionada com desordens como as doenças inflamatórias intestinais (DII) e a permeabilidade intestinal. Estudo de 2023 mostrou que camundongos deficientes em biotina apresentam mudanças negativas na microbiota intestinal, gerando disbiose, baixa diversidade microbiana, com aumento de bactérias pró-inflamatórias.

Essa disbiose foi associada ao desenvolvimento de sintomas semelhantes à doença inflamatória intestinal (DII), incluindo diarreia e inflamação no cólon. O estudo também constatou que a deficiência de biotina pode provocar alterações na expressão de genes relacionados à função imunológica e à inflamação no intestino. Aprenda a tratar o intestino clicando aqui.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Terapia nutricional na síndrome de Smith-Magenis

Uma doença rara é aquela que atinge 65 pessoas ou menos em cada 100.000 indivíduos. Ou seja, seriam 1,3 casos ou menos para cada 2.000 pessoas. É o caso da síndrome de Smith-Magenis, que ocorre em 1 a cada 15.000 nascidos vivos. A síndrome ocorre pela deleção de parte do cromossomo 17, gerando alterações clínicas reconhecíveis.

Cada pessoa com síndrome de Smith-Magenis é diferente porém é bastante comum: proeminência da região frontal do crânio, rosto mais largo e quadrado, anomalias dentárias, baixa estatura, excesso de peso, deficiência cognitiva, dificuldade parar aprender e/ou focar, irritabilidade, alterações de humor.

Algumas outras alterações também são observadas:

  • Problemas endócrinos (50%)
  • Desordens do sono (75%)
  • Neuropatia (75%)
  • Escoliose (50%)
  • Aumento do colesterol (50%)
  • Problemas cardíacos (30%)
  • Queda da imunidade (30%)
  • Problemas auditivos (60%)
  • Problemas visuais (60%)

A nutrição é um aspecto fundamental para a boa saúde de qualquer pessoa. Na síndrome de Smith-Magenis o acompanhamento nutricional tem o papel de corrigir parcialmente o metabolismo.

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Correção metabólica é o termo utilizado na bioquímica funcional para descrever as melhorias que ocorrem no metabolismo (menor produção de substâncias inflamatórias, melhoria da imunidade, modulação da produção hormonal, enzimática ou de neurotransmissores) com a reposição de nutrientes selecionados. 

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A suplementação nutricional deve ser individualizada e é proposta após a avaliação de exames bioquímicos, genéticos, imunológicos para apoiar o tratamento das desordens do sono, desordens no metabolismo lipídico, reduzir a neuroinflamação, melhorar a imunidade e o aprendizado.

Anualmente alguns exames devem ser solicitados: hemograma completo, colesterol total e frações, triglicerídeos, exames tireoidianos, enzimas hepáticas, marcadores inflamatórios e de disfunção mitocondrial, marcadores de alterações na metilação. O acompanhamento oftalmológico, postural, audiológico também costuma ser anual.

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Estudos mostram que pessoas com Síndrome de Smith-Magenis muitas vezes preenchem os critérios para o diagnóstico dentro do espectro do autismo, apesar de serem condições diferentes. Estereotipias, irritabilidade, alterações de humor, dificuldades de dormir, comportamentos autopunitivos, alterações comportamentais, disfunção sensorial, agressividade são frequentemente observados em pessoas com síndrome de Smith-Magenis. Desta forma, o acompanhamento psicológico/psiquiátrico/neurológico também costuma beneficiar este grupo.

É bom lembrar que devido a natureza complexa da síndrome muitos profissionais poderão ser necessários durante o tratamento, incluindo  neonatologistas, pediatras, cirurgiões, fonoaudiólogos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas, neurologistas, cardiologistas, educadores, pneumologistas, gastroenterologistas, educadores físicos, psicólogos e terapeutas educacionais. 

Diferentes profissionais trabalharão aspectos como o estímulo do desenvolvimento social e comunicativo, o aprimoramento da fala, do aprendizado e da capacidade de solucionar problemas, a diminuição das estereotipias e comportamentos agressivos, a correção de carências nutricionais, dentre outros demandas que surgirem.

A união faz a força

Quanto mais rara é a síndrome menos financiamento aparece para pesquisa. Desta forma, a colaboração entre pais e entre estes e profissionais de saúde e clínicas torna-se imprescindível para trocas de experiências bem sucedidas. Alguns países, como a Espanha, tem se mobilizado para que pessoas com a síndrome recebam do estado medicamentos e suplementos necessários ao bem estar e adequado desenvolvimento destes indivíduos.

Apesar de incomuns as doenças raras afetam milhões de pessoas no mundo e o direito à saúde é básico a qualquer ser humano. Como forma de unir forças Salli Hunt criou em 2009 o mapa da síndrome de Smith-Magenis numa tentativa de mostrar aos profissionais de saúde e também aos grupos de pesquisa que há muito gente precisando de ajuda.

    Para incluir o nome de seu familiar com síndrome de Smith-Magenis no mapa envie um email para Salli Hunt (Salli@Watersidegrange.com) com os seguintes dados:

    1. Name (Nome):
    2. City and Country (Cidade e país):
    3. Year of Birth (Ano do nascimento):
    4. Year of diagnosis (Ano do diagnóstico):

    É bom lembrar que pessoas com a síndrome de Smith-Magenis que encontram-se mal assistidas interferem na rotina de toda a família. Algumas crianças dormem apenas 2 a 3 horas por noite, fazendo com que os pais também durmam muito pouco. Isto afeta o rendimento no trabalho, a saúde física e emocional e a geração de renda para a família, que já tem tantos desafios.

    Assim, apesar de rara é muito importante que a sociedade conheça mais sobre a síndrome, que linhas de pesquisa sejam criadas e que sejam garantidos todo o suporte para os afetados pela síndrome e suas famílias.

    Para saber mais:

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    Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/