Falamos frequentemente da ligação entre intestino e cérebro. Na verdade, todo o corpo está ligado. Aqui, fica clara a ligação entre tecido adiposo e tecido hepático. As células e tecidos do corpo todo estão sempre comunicando-se.
Intestino e fígado também estão sempre comunicando-se. O intestino absorve gordura que é levada ao fígado e incorporada em partículas de lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL), ricas em triglicerídeos. As VLDLs transportam as gorduras para os tecidos. Nos tecidos os triglicerídeos são quebrados pela lipoproteína lipase (LPL), e transformados em IDL e depois LDL, que retêm quantidades consideráveis de colesterol. Já as partículas de HDL têm um papel fundamental no processo de transporte reverso de colesterol, dos tecidos de volta ao fígado.
A HDL é protetora e é produzida a partir da apoA1, que por sua vez é produzida tanto no fígado quanto no intestino. Assim, em situações de disbiose intestinal ou de inflamação do fígado, há menor produção de apoA1 e queda da HDL. Ou seja, o risco cardiovascular aumenta independentemente do peso. Se o peso for alto, com inflamação, tanto pior.