Estresse oxidativo na síndrome de Down

A síndrome de Down é a causa genética mais comum de deficiência intelectual. O estímulo precoce garante o adequado desenvolvimento motor e cognitivo das pessoas com a trissomia do cromossomo 21. Programas de fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia são importantes, assim como a alimentação adequada. Para que os ganhos não sejam perdidos durante a vida adulta, especialmente a partir dos 40 anos, o estresse oxidativo deve ser limitado. Indivíduos com síndrome de Down produzem mais radicais livres, em decorrência da superexpressão do gene superóxido dismutase (SOD-1). No cérebro o estresse oxidativo aumentado contribui para a aceleração da demência na velhice.

Atrofia do hipocampo (principal região relacionada à memória)

Atrofia do hipocampo (principal região relacionada à memória)

Receba a newsletter semanal. Dra. Andreia Torres é nutricionista, mestre em nutrição, doutora em psicologia clínica, especialista em yoga.

A dieta adequada associada à suplementação de antioxidantes vem sendo investigadas na redução do estresse oxidativo e prevenção do Alzheimer. Apesar do pequeno tamanho do efeito das intervenções ser em geral baixo, existe a expectativa de que as medidas dietoterápicas tenham efeito a longo prazo, visto que uma pessoa se alimenta por toda a vida várias vezes ao dia. Mas lembre-se, tudo deve ser individualizado:

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

O que é um antioxidante?

Nossas células produzem radicais livres durante o processo de "queima" ou oxidação dos alimentos. O radical livre é qualquer espécie na qual há um ou mais elétrons não pareados em sua órbita externa. 

A produção em quantidades normais não é prejudicial ao organismo. Pelo contrário, é importante para o reparo celular, para o crescimento muscular e para a destruição de patógenos.

Por outro lado, a produção excessiva de radicais livres desestabiliza a membrana de células, danifica mitocôndrias e o próprio material genético (DNA), acelerando o envelhecimento e aumentando o risco de mais de 40 doenças, incluindo o câncer e a aterosclerose. A vida moderna contribui para a maior produção de radicais livres. Alguns fatores associados ao estresse oxidativo são a radiação ultravioleta, a poluição ambiental, o estresse fisico ou mental, o tabagismo e a dieta inadequada. 

Para miminizar o dano gerado pelos radicais livres nosso organismo conta com um complexo sistema antioxidante, para neutralização dos mesmos. Os antioxidantes são definidos cientificamente como:

Rodrigues et al. (2003): Substâncias capazes de prevenir os efeitos deletérios da oxidação, inibindo o início da lipoperoxidação, sequestando radicais livres e/ou quelando íons metálicos.

Shamil & Moreira (2004): Qualquer substância que, presente em baixas concentrações, quando comparada a um substrato oxidável, atrasa ou inibe a oxidação desse substrato de maneira eficaz.

Os antioxidantes vão então reduzir danos celulares e o aparecimento de doenças. Nosso organismo conta com dois sistemas de defesa antioxidante: (1) enzimático; e (2) não-enzimático.

As enzimas Superoxido Dismutase (SOD), Glutationa peroxidase (GPx) e catalases (CAT) são produzidas no próprio corpo. A SOD é dependente de dos minerais manganês, zinco e cobre. Frutos do mar, feijões, nozes e germe de trigo são boas fontes de manganês. Ostras, carnes, leguminosas e linhaça são ricos em zinco. Já os ovos, o cacau, a semente de girassol e a aveia são fontes de cobre.

A GPx é dependente de selênio. O selênio está presente em castanhas. O consumo de 1 castanha do Brasil (Pará) a cada 3 dias já fornece todo o selênio que você precisa para seu corpo funcionar bem. Fácil, certo? Já a catalase é dependente de ferro. Carnes vermelhas e vegetais verde escuros são boas fontes deste mineral.

Os alimentos fornecem também compostos que participam das reações antioxidantes não-enzimáticas. As vitaminas A, E, C, o beta-caroteno e o licopeno, assim como o magnésio e inúmeros fitoquímicos possuem propriedades antioxidantes importantes. 

Portanto, dieta variada é fundamental para que estejamos sempre bem protegidos. Cuidado, entretanto, com a suplementação excessiva. Como vimos, radicais livres são importantes. Quando há um consumo excessivo de radicais livres reações importantes podem deixar de ocorrer. Com isto, o reparo muscular pode ser prejudicado, pode haver inibição da apoptose, a morte programada de células envelhecidas. A inibição da apoptose aumenta o risco de câncer. Também há redução da ação de várias medicações, inclusive drogas utilizadas no tratamento do câncer. Por isto, se for suplementar, marque antes uma consulta.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Estresse oxidativo em crianças com síndrome de Down

Causas do estresse oxidativo. Adaptação de: http://www.barrekailua.com/

Causas do estresse oxidativo. Adaptação de: http://www.barrekailua.com/

O estresse oxidativo (desequilíbrio entre a produção de radicais livres e a disponibilidade de antioxidantes) desempenha um papel importante nos processos degenerativos no cérebro de pessoas com síndrome de Down (SD). A coenzima Q10 vem sido estudada por seu possível papel no reparo enzimático e também na regulação da expressão de genes. Crianças com SD apresentam redução significativa nos níveis de coenzima Q10 e aumento da inflamação (Zaki et al., 2016). 

Estudos com indivíduos típicos mostram que a suplementação de Q10 reduz o dano oxidativo após exercício físico (Pala et al., 2016), em pacientes com doença de Parkinson (Seet et al., 2014) e Alzheimer (Azza et al., 2016). Estudos de larga escala específicos com pessoas com Síndrome de Down ainda fazem-se necessários.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/