Dieta cetogênica e Alzheimer

Processos neurodegenerativos como a demência são condições sensíveis ao tempo. Quanto mais você esperar para buscar ajuda, entender as causas dos seus problemas de memória, maiores serão os danos lá na frente.

As opções atuais de tratamento recomendadas para a doença de Alzheimer (DA) são desanimadoras. Os medicamentos atualmente aprovados, como inibidores da colinesterase e antagonistas dos receptores NMDA, controlam os sintomas por pouco tempo e não tratam as causas.

Como funcionam os medicamentos para Alzheimer?

Inibidores da colinesterase, como Donepezil (Aricept), Rivastigmina (Exelon) e Galantamina (Razadyne) agem retardando a degradação da acetilcolina, um neurotransmissor envolvido na memória e na cognição e que pode estar esgotado em pacientes com Alzheimer. Os efeitos colaterais comuns do uso da medicação são náuseas, vômitos e diarreia.

Antagonistas dos receptores NMDA como Memantina (Namenda) funcionam regulando a atividade do glutamato, outro neurotransmissor que desempenha um papel na memória e no aprendizado. A hiperatividade do glutamato pode causar danos celulares, que a Memantina tenta prevenir. Os efeitos colaterais mais comuns da memantina são tontura, dores de cabeça e confusão mental.

Embora esses medicamentos possam fornecer alívio temporário para alguns sintomas, como distúrbios de memória e confusão, eles geralmente falham em interromper ou mesmo retardar a progressão da doença.

Existem também as drogas anti-betaamilóide (anti-βA), mas as mesmas não têm mostrados bom resultados. Infelizmente, existem evidências de que podem até comprometer a saúde do cérebro a longo prazo (Alves et al., 2023).

Quais são as causas do Alzheimer?

Não compreendemos totalmente as causas da doença de Alzheimer. Contudo, o hipometabolismo glicolítico cerebral parece central na fisiopatologia da doença. Isto significa que o cérebro torna-se, ao longo dos anos, menos capaz de captar e utilizar a glicose presente em alimentos fontes de carboidratos (pães, arroz, batatas, biscoitos, macarrão, doces, frutas…). Essa alteração metabólica gera falta de energia no corpo e no cérebro, prejudicando a função neuronal e interrompendo a comunicação entre as células cerebrais.

Os neurônios são altamente dependentes de energia; mesmo um leve déficit de energia pode afetar significativamente sua capacidade de funcionar bem. Sem a utilização da glicose como combustível, as células do sistema nervoso falham na transmissão de sinais, na capacidade de formar novas conexões - essenciais para o aprendizado e a memória - e também na capacidade de limpeza.

Com o tempo, o hipometabolismo sustentado pode levar à perda de neurônios e subsequente redução do volume cerebral (encolhimento do cérebro), agravando o declínio cognitivo e aumentando a gravidade dos sintomas associados à doença de Alzheimer.

Esta não é uma questão de debate ou disputa na comunidade científica. Estudos de imagem cerebral mostraram consistentemente uma redução na captação de glicose em certas áreas do cérebro com Alzheimer. Numerosos estudos revisados por pares relacionaram essa atividade metabólica diminuída ao declínio cognitivo e à perda de memória que caracteriza a doença de Alzheimer. Assim, limitar carboidratos na dieta torna-se importante.

Outra causa das alterações relacionadas ao Alzheimer é a disfunção mitocondrial (Kalani et al., 2023). Se as mitocôndrias não funcionam bem o estresse oxidativo aumenta. Este termo descreve o desequilíbrio que ocorre em nossos corpos entre moléculas nocivas chamadas espécies reativas de oxigênio (ROS) e nossa capacidade de nos defender contra elas. No cérebro, o estresse oxidativo, ou seja, o excesso de radicais livres gera danos aos nossos neurônios, proteínas e DNA e contribui para o avanço da doença de Alzheimer.

A peroxidação lipídica é um dos resultados mais comuns do estresse oxidativo. Radicais livres começam a atacar a membrana de gordura das células, roubando elétrons e afetando a fluidez das células, a permeabilidade das membranas e a função das proteínas ligadas à elas. Algo comum é a exacerbação na produção e o acúmulo de beta-amilóide. Este peptídeo pode induzir estresse oxidativo por si só, criando um ciclo vicioso de danos. Além disso, proteínas e lipídios danificados por oxidação são propensos a formar agregados, o que pode exacerbar a formação de placas de beta-amilóide.

O papel do estresse oxidativo também é evidente na hiperfosforilação da tau, outra característica do Alzheimer. Em condições de estresse oxidativo, há aumento da ativação de várias quinases (enzimas que adicionam grupos fosfato a outras proteínas), o que pode contribui para a hiperfosforilação da tau. A tau hiperfosforilada (cheia de fósforos) é mais propensa à agregação, levando à formação de emaranhados neurofibrilares, outra característica da DA.

Além disso, o estresse oxidativo pode levar à morte neuronal na DA por meio de um processo chamado apoptose ou morte celular programada (Sharma, & Kim, 2021).

Regiões mais afetadas pelo metabolismo glicolítico cerebral

Duas regiões frequentemente afetadas pela falta de glicose são o lobo parietal e o córtex cingulado posterior. O lobo parietal, localizado próximo à parte posterior do cérebro, é responsável por várias tarefas, incluindo navegação espacial, atenção e processamento de linguagem. O comprometimento desta área faz com que o paciente perca-se com maior facilidade, tenha dificuldade para manter a atenção ou problemas para ler ou compreender a fala.

O córtex cingulado posterior, localizado no meio do cérebro, desempenha um papel vital na recuperação da memória e no controle cognitivo. A disfunção nessa área pode contribuir para dificuldades em recordar informações e tomar decisões. Ao longo do tempo várias outras regiões cerebrais vão sendo afetadas. É o caso do lobo frontal.

O lobo frontal é a sede de funções executivas como tomada de decisão, resolução de problemas e controle emocional. Torna-se hipometabólico nos estágios posteriores da doença, fazendo com que o paciente apresente mais alterações comportamentais, julgamento prejudicado e dificuldades na realização de tarefas rotineiras.

Finalmente, o lobo temporal, que abriga o hipocampo – o epicentro da memória do cérebro é afetado, tornando os sintomas cada vez mais graves. O quanto antes começarmos a cuidar do cérebro melhor. Estudos mostram que essas disfunções na verdade começam pelo menos 15 anos (possivelmente 30) antes do diagnóstico da doença.

Terapia metabólica na prevenção e tratamento do Alzheimer

Como o cérebro não está utilizando a glicose com eficiência, recomenda-se a dieta cetogênica. Esta dieta restringe carboidratos e aumenta gorduras. Isto muda o metabolismo celular, que passa a produzir corpos cetônicos, como beta-hidroxibutirato e acetoacetato. Estas substâncias estabilizam o metabolismo energético mitocondrial, tem ação antiinflamatória e podem ser utilizadas pelo cérebro como fonte de energia (Achanta, & Rae, 2017; Sridharan, & Lee, 2022; Zhu et al., 2022).

Corpos cetônicos ativam genes que permitem que mais mitocôndrias (usinas de energia das células) sejam criadas e também permitem que as já existem funcionem com mais eficiência (Dilliraj et al., 2022). Quando as mitocôndrias não funcionam bem, produzem radicais livros em excesso, envelhecendo as células e gerando sintomas relacionados ao Alzheimer (Sharma, & Kim, 2021). A dieta cetogênica mantém o estresse oxidativo sob controle.

O β-hidroxibutirato (BHB) possui propriedades antioxidantes. A redução de ROS é alcançada aumentando a eficiência da cadeia de transporte de elétrons na mitocôndria, reduzindo o vazamento de elétrons e, posteriormente, a formação de radicais livres. As dietas cetogênicas também aumentam um poderoso antioxidante endógeno conhecido como glutationa (Jarrett et al., 2008).

O aumento na produção de glutationa é possível porque a cetose promove a produção de NADPH, uma coenzima que desempenha um papel vital na regeneração da glutationa. Quando as células têm um suprimento adequado de NADPH, elas podem converter com mais eficiência a glutationa oxidada (GSSG) de volta à sua forma ativa reduzida (GSH), mantendo assim uma defesa antioxidante robusta (Milder, & Patel, 2012).

Ao apoiar a produção e a regeneração da glutationa, o BHB ajuda a manter um pool de glutationa ativa e reduzida, pronta para neutralizar as ROS e reduzir o estresse oxidativo, exibindo suas próprias propriedades antioxidantes independentes. Essa relação simbiótica entre BHB e glutationa serve para reforçar as defesas antioxidantes, particularmente importantes no cérebro, onde o estresse oxidativo pode ter efeitos devastadores.

Monitore os níveis de glicose e corpos cetônicos

APARELHOS PARA MONITORAÇÃO DE GLICOSE E CORPOS CETÔNICOS:

Aliar medicação, treino cognitivo, atividade física e dieta cetogênica

Por que não usaríamos a dieta cetogênica como uma defesa de primeira linha contra os estragos do estresse oxidativo? Esta é uma importante terapêutica metabólica, que ao ser associada aos tratamentos clássicos, reduz os efeitos devastadores da doença.

Um acúmulo de estudos pré-clínicos e clínicos mostraram que a dieta cetogênica é benéfica para o tratamento de pacientes com Alzheimer. Além de melhorar a função mitocondrial também otimiza a composição da microbiota intestinal e reduz a neuroinflamação (Xu et al., 2023).

Também foi observado que a acetona e o β-hidroxibutirato (βHB) atuam como inibidores de glutamato no receptor NMDA, destacando especificamente a atividade exibida pelo βHB (Pflanz et al., 2019). Ao mesmo tempo que reduz neurotransmissores excitatórios, como o próprio glutamato, ajuda a aumentar os relaxantes, como o GABA (Pietrzak et al., 2022).

O ácido gama-aminobutírico (GABA) é um neurotransmissor inibitório. Seu aumento é elevante porque a sinalização GABAérgica é frequentemente perturbada em pacientes com Alzheimer. Melhorar o tônus GABAérgico pode ajudar a restaurar o equilíbrio das redes neurais interrompidas pela doença (Murakami, & Tognini, 2022).

Suplementos podem ajudar

Já falei sobre a suplementação no Alzheimer em alguns vídeos do YouTube. Mas abaixo vou falar de uma substância que ainda não discuti: a lactoferrina.

Uso da lactoferrina no Alzheimer

A lactoferrina é uma glicoproteína que liga-se fortemente ao ferro. É naturalmente secretada por fluidos corporais, incluindo leite, saliva, lágrimas, fluidos vaginais, sêmen, secreções de pulmões e nariz, bile, sucos digestivos e urina.

Tem atividade antibacteriana, aumenta as funções imunológicas e ajuda a desenvolver o sistema gastrointestinal e imunológico em recém-nascidos. O mais interessante é que um estudo mostrou que o uso de 300mg/dia de lactoferrina, por 3 meses, melhora a cognição e de vários parâmetros inflamatórios e antioxidantes de idosos (Mohamed, Salama, & Schaalan, 2019). Provavelmente por sequestrar ferro, um metal que, quando em excesso, aumenta o estresse oxidativo celular.

Suplementos contendo lactoferrina:

TERAPIAS METABÓLICAS NO ALZHEIMER

Andreia Torres é uma especialista em terapias metabólicas. Nutricionista com doutorado (UnB/Harvard) e experiência clínica de quase 30 anos. Há mais de 10 anos treina nutricionistas e médicos no uso seguro e eficaz das terapias metabólicas para o tratamento da obesidade, câncer, transtornos do neurodesenvolvimento, câncer, epilepsia, depressão, Alzheimer e transtorno bipolar. Atualmente disponibiliza vídeos de treinamento na plataforma t21.video e atende em seu consultório particular e online.

Ajudo meus pacientes a fazerem a transição para a dieta cetogênica. Marque aqui sua consulta.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Lactoferrina para redução da neuroinflamação e melhora cognitiva em pacientes com Alzheimer

A doença de Alzheimer (DA) é a causa mais comum de demência na população idosa, levando a um progressivo declínio mental, comportamental e funcional, grave comprometimento da memória e da capacidade de aprender.

Patologicamente, a DA é caracterizada pela presença de duas características neurológicas: placas senis e emaranhados neurofibrilares intracelulares. As placas senis consistem principalmente de peptídeo β-amilóide extracelular (Aβ), particularmente depósitos de Aβ42, enquanto os emaranhados neurofibrilares intraneuronais são formados pela agregação de proteína tau anormalmente hiperfosforilada.

Causas do Alzheimer

Mutações genéticas (APP, PSEN1, PSEN2, APOE4) estão entre as causas da doença. Contudo, outras hipóteses vem sendo perseguidas. A mais famosa é o estresse oxidativo, atribuído principalmente aos oligômeros Aβ42 insolúveis que promovem a hiperfosforilação da tau, resultando em efeitos tóxicos nas sinapses e mitocôndrias dos neurônios, além de danos às membranas ricas em colesterol encontradas em oligodendrócitos e mielina.

A neuroinflamação é outro componente envolvido na doença, gerando aumento de placas Aβ42, que ativam a microglia (células de defesa e limpeza do cérebro) pela ligação com CD36 e receptores semelhantes a Toll 4 e 6. As células da microglia ativadas estimulam a liberação de citocinas pró-inflamatórias, como interleucina 1β (IL-1β), TNF-α e IFN-γ, que por sua vez promovem a produção de mais oligômeros Aβ42.

A lesão oxidativa e a resposta inflamatória leva a uma homeostase iônica neuronal alterada e atividades de quinase/fosfatase, em que a superexpressão de fosfatase e homólogo de tensina (PTEN) causa desregulação da fosfatidilinositol-4,5-bifosfato 3-quinase (PI3K)/proteína quinase B (PKB ou Akt) em conjunto com atividade elevada de glicogênio sintase quinase-3-beta (GSK3β) e atividade de proteína quinase ativada por mitogênio (MAPK). Isto agrava a disfunção neuronal e sináptica e perda seletiva de neurônios de acetilcolinérgicos (ACh), com subseqüentes déficits do neurotransmissor acetilcolina.

Funções da acetilcolina

A acetilcolina tem muitos papéis. Quando se liga aos receptores muscarínicos, gera diversas respostas.

  • Regula as contrações cardíacas e a pressão sanguínea e diminui a frequência cardíaca.

  • Move o alimento através do trato digestivo, contraindo os músculos intestinais e aumentando as secreções estomacais e intestinais.

  • Faz com que as glândulas secretem substâncias como lágrimas, saliva, leite, suor e sucos digestivos.

  • Controla a liberação de urina.

  • Contrai os músculos que controlam a visão de perto.

  • Causa ereção peniana.

A acetilcolina também pode se ligar a receptores nicotínicos. Neste caso:

  • Permite que o músculo esquelético se contraia.

  • Causa a liberação de adrenalina e norepinefrina das glândulas supra-renais.

  • Ativa o sistema simpático com a liberação de norepinefrina.

Ambos os tipos de receptores estão envolvidos na memória, incluindo memória de longo prazo e de trabalho, formação de memória e consolidação e recuperação. Dentro do cérebro, a acetilcolina também está envolvida na motivação, excitação, atenção, aprendizado e promoção do sono de movimento rápido dos olhos (REM). A falta de acetilcolina é um dos componentes da doença de Alzheimer.

Desregulação da via fosfatidilinositol-4,5-bifosfato 3-quinase (PI3K)/proteína quinase B (PKB ou Akt) em resposta à superexpressão da fosfatase e ao homólogo da tensina (PTEN ).

Reparando a disfunção metabólica

Cinquenta pacientes (28 homens e 22 mulheres) com diagnóstico clínico de Alzheimer foram submetidos à avaliação por ressonância magnética, bem como ao Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) para avaliar a gravidade da doença.

Posteriormente, os pacientes (egípcios idosos com mais de 65 anos de idade) foram divididos aleatoriamente em dois grupos pareados por idade e sexo que receberam terapia padrão (grupo 1, pacientes com DA sem LF) ou cápsulas de lactoferrina (Jarrow Formulas®, EUA, 250 mg/ dia) por três meses.

A lactotransferrina ou lactoferrina (LF) é uma glicoproteína ligante de ferro multifuncional. Está presente no leite humano, sendo conhecida por seus efeitos imunomoduladores contra infecções bacterianas, fúngicas e virais. Também tem ação antioxidante e efeito anti-inflamatório, decorrentes da sua capacidade de eliminação do ferro excessivo.

A presença de LF no cérebro humano foi confirmada. Como está presente em maior quantidade no cérebro de pessoas mais velhas e com Alzheimer, acreditava-se que seria um problema. Contudo, na verdade ela está ali tentando defender o cérebro.

Pacientes com DA apresentaram diminuição sérica de acetilcolina (ACh), serotonina (5-HT), marcadores antioxidantes e anti-inflamatórios e diminuição da expressão de Akt em linfócitos do sangue periférico (PBL), bem como níveis de PI3K e p-Akt no lisado de PBL.

Todos esses parâmetros melhoraram significativamente após a administração diária de lactoferrina por 3 meses. Da mesma forma, níveis séricos elevados de β amilóide (Aβ) 42, colesterol, marcadores de estresse oxidativo, IL-6, proteína de choque térmico (HSP) 90, caspase-3 e p-tau, bem como aumento da expressão de tau, MAPK1 e PTEN em Pacientes com DA, foram significativamente reduzidos após a ingestão de lactoferrina.

A melhora nos marcadores foi refletida na função cognitiva aprimorada avaliada pelos questionários Mini-Mental State Examination (MMSE) e Alzheimer's Disease Assessment Scale-Cognitive Subscale 11 (ADAS-COG 11) como parâmetros clínicos.

Esses resultados fornecem uma base para um possível mecanismo protetor da lactoferrina na doença de Alzheimer por meio de sua capacidade de aliviar a cascata patológica da DA e o declínio cognitivo por meio da modulação da via p-Akt/PTEN, que afeta os principais atores da inflamação e do estresse oxidativo envolvidos na patologia da DA (Mohamed, Salama, & Schaalan, 2019).

Suplementos contendo lactoferrina:

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Comprometimento celular cerebral

As células do nosso corpo não sofrem todas ao mesmo tempo. Se você bater o dedinho do pé na mesinha de centro da sala, estas células podem estar comprometidas enquanto as demais estarão funcionando normalmente.

Mesmo em doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, observamos o comprometimento no metabolismo celular em algumas regiões do cérebro, mas não em todas. Nestas células cerebrais que não estão funcionando bem é frequente um metabolismo glicolítico comprometido. E isto é mal. Quando o cérebro não consegue utilizar glicose, há maior produção de beta amilóide, um dos fatores comprometedores da cognição. Além disso, se as mitocôndrias estão comprometidas e só conseguem produzir, digamos, 60% da energia que precisam, as células de reparo não conseguirão realizar o seu trabalho, agravando a névoa mental e deteriorando, ao longo do tempo, a cognição.

Os mecanismos que levam ao Alzheimer são complexos. No caso do metabolismo glicolítico comprometido, grupos de pesquisas têm sugerido e demonstrado benefícios do plano alimentar keto Flex 12/3. Quando fornecemos corpos cetônicos começam a funcionar melhor.

Este plano alimentar é cetogênico, rico em plantas e altamente nutritivo. Deve ser combinado com jejum noturno de pelo menos 12 horas, sendo que a última refeição deve ser realizada com um intervalo mínimo de 3 horas antes de dormir. O protocolo Recode utiliza este plano, associando-o a outros fatores que melhoram a função cerebral, como atividade física de alta intensidade, sono reparador e suplementação de nutrientes selecionados:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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