Mindfulness resume-se a repetidamente prestar atenção ao que acontece no momento presente com aceitação. Em um mundo tão conectado em que as crianças assistem a TV, estudam (mal) e jogam videogame ao mesmo tempo, um novo tipo de educação parecer ser importante. A meditação e as práticas de mindfulness surgem neste cenário, sendo indicados por pesquisadores influentes da área.
Uma pesquisa publicada na revista Heliyon sugere que o equilíbrio nas redes cerebrais em crianças obesas é diferente em relação ao das crianças mais magras. As primeiras tendem a ser mais impulsivas, em geral comem mais e apresentam maior dificuldade na perda de peso.
Para evitar a obesidade seriam necessárias então modificações na forma como o cérebro funciona, além de mudanças na dieta e na rotina de exercícios. Os autores do estudo sugerem que a identificação precoce das crianças em risco de obesidade é muito importante. Identificadas, devem passar por programas que envolvam abordagens naturais e não restritivas para o controle do peso.
As práticas de atenção plena são indicadas pois reduzem a impulsividade, são baratas, sem contra-indicações e simples. A criança é ensinada a prestar atenção a uma coisa por vez. Quando estiver escovando os dentes ou lavando as mãos, prestar atenção apenas à atividade em curso, quando estiver estudando focar só nisso. Exercícios que incluem movimentos corporais com atenção e práticas onde o foco está na respiração também são trabalhados. E na hora de comer? O ideal é sentar-se à mesa e observar a cor, textura, disposição dos alimentos. Avaliar o aroma, a sabor, mastigar lentamente e prestar atenção nos efeitos do alimento no corpo. É uma prática para a família toda. Temos muitas oportunidades de praticar mindfulness ao longo do dia, enquanto fazemos nossas atividades normais. Ensine aos seus filhos!
Os resultados revelaram uma ligação entre peso, comportamento alimentar e equilíbrio na função cerebral. Para os pesquisadores da área, as práticas de atenção plena podem reequilibrar as conexões cerebrais associadas à obesidade infantil, em três áreas: (1) o lobo parietal inferior, associado à inibição, a capacidade de substituir uma resposta automática (neste caso, comer ); (2) o lobo frontal, que está associado à impulsividade; (3) o núcleo accumbens, que está associado à recompensa.
Práticas meditativas podem ser incluídas. As mesmas reduzem o estresse e a ansiedade, os níveis de cortisol e a compulsão.
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Artigo: Chodkowski et al. (2016). Imbalance in resting state functional connectivity is associated with eating behaviors and adiposity in children. DOI: 10.1016/j.heliyon.2015.e00058