Cansaço extremo, dores, formigamentos, perda da clareza mental, problemas de memória são sintomas comuns das doenças autoimunes. As mesmas ocorrem quando anticorpos passam atacar os próprios tecidos, gerando inflamação e danos no funcionamento de órgãos.
As doenças autoimunes mais comuns incluem doença de Graves, tireoidite de Hashimoto, diabetes tipo 1, lúpus artrite reumatóide, glomerulonefrite, alopécia areata, esclerose múltipla e doenças inflamatórias intestinais. Os sintomas dependerão da doença e órgãos atingidos. Na verdade, já foram descritas mais de 150 doenças autoimunes diferentes. Em comum, encontram-se estes 8 fatores:
1 - Genética
Vários estudos identificaram genes suspeitos de estarem envolvidos no surgimento de doenças autoimunes. O reconhecimento de variantes genéticas específicas pode ser útil na elucidação dos mecanismos agressores e das melhores formas de tratamento no futuro (Ceccarelli, Agmon-Levin, & Perricone, 2017).
2 - Epigenética
Genética não é necessariamente destino. Você pode ter herdado um gene para o diabetes tipo 1 e nunca desenvolver a doença. Isto acontece porque as vias epigenéticas desempenham um papel central no desenvolvimento e na função do sistema imunológico. Alterações na metilação do DNA, modificações de histonas e RNAs não codificantes, além de carências nutricionais estão envolvidas na patogênese de doenças autoimunes principalmente pela regulação da expressão gênica (Mazzone et al., 2019).
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3 - Permeabilidade intestinal
O intestino é uma importante linha de defesa contra pedaços de alimentos, metais pesados, agrotóxicos, bactérias e outros agentes invasores. Contudo, quando o espaço entre as células intestinais aumenta demais, o intestino torna-se hiperpermeável, permitindo com que partículas prejudiciais caiam na corrente sanguínea. Mas existe tratamento. Aprenda mais aqui.
4 - Alimentação
Os alimentos devem fornecer nutrientes e substâncias protetoras. Contudo, a partir da alimentação também entramos em contato com toxinas, metais, pesticidas, moléculas de difícil digestão ou alergênicas. Como nos alimentamos várias vezes ao dia e por toda a vida, a comida parece ser um dos principais fatores desencadeantes de doenças autoimunes.
Muitas pessoas possuem dietas monótonas, ricas em alimentos industrializados, cheios de conservantes, corantes, açúcares e farinhas. Este padrão alimentar frequentemente desequilibra a microbiota intestinal, gera hiperpermeabilidade, intolerâncias e alergias. Descobrir o que te faz bem e o que te faz mal é um passo importante para prevenir ou manter uma doença autoimune sobre controle.
Converse com seu nutricionista sobre a dieta antiinflamatória, sobre suplementos que podem ajudar seu intestino a funcionar melhor e sobre carências nutricionais que agravam as doenças autoimunes.
5 - Infecções
Existe uma forte co-relação entre infecções e condições autoimunes. Nós entramos em contato com micróbios infecciosos todos os dias. Quando nosso sistema imunológico funciona corretamente, somos capazes de combatê-los. Porém, uma infecção mal tratada gera inflamação e estressa o sistema imune. Isto aumenta a vulnerabilidade às doenças autoimunes.
6 - Desequilíbrios hormonais
Hormônios são mensageiros químicos microscópicos, produzidos pelo sistema endócrino e que tem como função instruir as células a desempenharem suas funções adequadamente. A falta ou excesso de um hormônio pode impedir que essas instruções sejam recebidas como deveriam. No nosso organismo, tudo funciona em sincronia. Por isso, ao melhorar a dieta, reduzir o estresse, tratar o intestino, evitar o contato com toxinas, a produção hormonal também tende a se regularizar.
7 - Toxinas
Diariamente entramos em contato com partículas de ar poluído, com pesticidas presentes nos alimentos, metais pesados com produtos de limpeza e outras substâncias estranhas ao nosso corpo. Quando a carga tóxica aumenta demais sintomas podem aparecer. Neste post falo sobre os processos que o corpo segue para a eliminação de toxinas, evitando o surgimento de problemas autoimunes. Outros pontos importantes incluem o consumo de alimentos orgânicos, dieta antiinflamatória, abstenção de álcool e fumo, evitação de medicamentos não prescritos por profissional de saúde habilitado.
8 - Estresse
O estresse é uma parte inevitável da vida. Gera um pouco de desconforto mas mobiliza nossas energias para a ação. O problema é quando torna-se crônico e tóxico, pois pode ser desastroso para a saúde física e mental. Inflama o corpo todo, mexe com os hormônios, com o intestino, mas pode ser controlado. Isto significa abraçar o autocuidado, dormindo bem, praticando atividade física, alimentando-se adequadamente, respirando bem e meditando. Que tal iniciar o desafio de 1 ano de yoga?
Conviver com uma doença crônica é desafiador, cansativo. Exige coragem, paciência, serenidade, ajuste de expectativas. Muitas pessoas com doenças crônicas desesperam-se, adotam uma perspectiva negativa ou fatalista acerca da vida. Pensamentos podem surgir e vários destes são comuns e relatados por meus pacientes durante as consultas: “Eu não 'consigo mais”, “ Nada dá certo”, “Tudo é tão difícil”, “Eu não tenho força de vontade”, “Sou muito velho/ou muito jovem”.
Sim, cuidar-se dá muito trabalho mas palavras negativas geram um ciclo de negatividade, que reforça as dificuldades. A psicoterapia é muito importante. Fortalecer o que tem de melhor também, assim como ajustar expectativas e dar pequenos passos. Faça o que for possível e parabenize-se por isso. Troque os pensamentos anteriores por: “Este é apenas um pequeno revés", “Talvez eu não saiba a resposta, mas a encontrarei”, “Eu posso lidar com isso”, “O que posso aprender com isso?”, “Vou encontrar minha tribo”.
Encontrar objetivos fora da doença também é muito importante. Volte a explorar, experimentar, mesmo que caia. É só levantar. Adote uma estratégia. Por exemplo, ao invés de falar: “vou tentar parar de comer açúcar”, adote uma estratégia. Por exemplo: “vou trocar a sobremesa por uma fruta”, vou trocar a torta por queijos. Lembre, que às vezes, a primeira tentativa não funciona. O que mais você pode explorar?
Tenha em mente seu crescimento. Nossas vidas são feitas de muitas áreas. Em alguns momentos, mudar de foco ajuda a relaxar.
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