Fitoterápicos indicados na menopausa

A menopausa é o período da vida da mulher marcado por alterações na estrutura e função dos ovários. O número de folículos ovarianos decrescem em até 10 vezes na menopausa. O início desta fase é mais dramático com a queda abrupta de estrogênio progesterona e aumento dos hormônios FSH e LH, o que causa o desaparecimento dos períodos menstruais e sintomas como ondas de calor e suores noturnos, além de sintomas psicossomáticos, náuseas e falta de concentração.

PLANTAS MEDICINAIS NO TRATAMENTO DA MENOPAUSA

Alguns fitoterápicos podem ajudar muito a mulher a atravessar este período. A indicação dependerá das alterações clínicas e metabólicas apresentadas:

  • Trevo vermelho / Red Clover (Trifolium pratense L.) - alivia ondas de calor e suores noturnos pela presença de isoflavonóides como genisteína, flavonóides como kaempferol, isoramnetina, quercetina e cumarinas como cumarina e medicagol. Atenção: doses elevadas de cumarinas e isoflavonóides podem interferir com medicamentos comumente prescritos nesta fase, tanto terapia de reposição hormonal com estrogênios sintéticos, quanto contraceptivos. Também não deve ser usada por mulheres com histórico de câncer estrógeno dependente. Além disso, é contra-indicado na gravidez e lactação. Usar com cautela em pessoas que que fazem uso de anticoagulante porque pode alterar a agregação plaquetária. Em geral, a prescrição é na forma de extrato seco 8% (500 a 1.000 mg ao dia, correspondentes a 40 a 80 mg de isoflavonas).

  • Alcaçuz (Glycyrrhiza glabra L.) - ajuda a regular os níveis de estrogênio, sendo uma boa alternativa aos hormônios. Contém em sua composição flavonóides como ácido glicirrízico e a dose usual de 0,2 a 1g ao dia (extrato seco 5:1). Atenção: não deve ser utilizado por mulheres com hipertensão arterial e diabéticos tipo II, insuficiência renal, hiperestrogenismo e neoplasias hormônio-dependentes. Não é indicado na gravidez devido à presença de substâncias estrogênicas. Sua administração concomitante com corticóides e ciclofosfamida pode aumentar a atividade dos mesmos, prolongando a ação destes medicamentos.

  • Vitex (Vitex Agnus Castus) - indicado para tratamento de irregularidades do ciclo menstrual em mulheres que possuem intervalos muito grandes, muito pequenos ou ausência de menstruação. A planta também inibe a liberação do Hormônio Folículo Estimulante (FSH), e estimula a liberação do Hormônio Luteinizante (LH), levando a um aumento indireto de progesterona, normalizando os níveis de prolactina. Essa ação hormonal melhora os sintomas causados pela TPM, regula o ciclo menstrual e também controla os sintomas da menopausa. O uso está contraindicado em mulheres fazendo reposição hormonal, na gravidez e antidepressivos. A dose usual do extrato seco padronizado em 0,5% varia entre 20 a 400 mg, uma a duas vezes ao dia.

  • Erva de São João ou Hipérico (Hypericum Perforatum) - indicada nas pacientes com sintomas de depressão, ansiedade ou distúrbios do sono. Fonte de resinas, mucilagens, ácido hidrociânico, alcalóides vasoconstritores, saponinas, princípios amargos e taninos. Dentre os compostos bioativos estão a hiperforina e hipericina que atuam no sistema nervoso central, acalmando a mente e restaurando o funcionamento normal do cérebro. O uso do suplemento também contribui para a melhoria da vitalidade, redução de dores musculares e alívio da enxaquecas. A dose usual do extrato seco a 0,3% é de 300 mg até 3 vezes ao dia. Atenção: não deve ser usado por pacientes hipertensas, diabéticas ou com doenças hepáticas crônicas.

  • Garcínia (Garcinia mangostana) - a casca desta fruta é rica em xantonas com alto poder antioxidante. A principal xantona é o O α-mangostin, capaz de inibir a síntese de gordura e diminuir a inflamação e resistência à insulina. A dosagem mais comum é 600 a 1.500 mg/dia.

FITOTERÁPICOS PARA MULHERES QUE PRECISAM EMAGRECER

  • Greenselect phytosome - extrato purificado de Catequinas enriquecido em galato de epigalocatequina e descafeinado. O suplemento apresenta dupla padronização: 60% de catequinas e 40% de galato de epigalocatequina (GEGC) promovendo uma ação termogênica e sobre a redução de peso corporal. A dosagem usual é de 120 mg, duas vezes ao dia.

  • Gymnema silvestre - possui efeitos antimicrobianos, anti-hipercolesterolêmicos, hepatoprotetores, anti-obesidade e protetor contra diabetes mellitus. Aumenta a secreção de insulina nas células beta do pâncreas, reduz a hemoglobina glicada, previne a atrofia pancreática e o diabetes. Também usada para redução da compulsão alimentar. A prescrição é feita em extrato seco padronizado em 75% de Ácido gimêmico, na dose usual de 250 a 500 mg, 1 a 3 vezes ao dia.

  • Gengibre (Zingiber officinale) - planta tradicionalmente utilizada como condimento e em chás. O rizoma contém componentes ativos como óleos essenciais (gingeróis, zingibereno, falandreno, canfeno, cineol, broneol e citral). O gingerol é o mais pesquisado e confere à planta grande parte de sua atividade anti-inflamatória. Também acelera o metabolismo e contribui para saciedade e redução da gordura corporal. A dose usual prescrita fica entre 200 e 400 mg ao dia.

  • Gynostemma Pentaphyllum - ativa a AMPK – proteína quinase ativada por AMP, que auxilia no equilíbrio energético. Ajuda na redução da gordura corporal, principalmente a gordura visceral e no controle da quantidade de colesterol plasmática. Também ajuda a aumentar enzima superóxido dismutase (SOD), muito importante para a defesa antioxidante celular. Pesquisas indicaram ainda sua capacidade de aumentar a atividade dos linfócitos T e atuar como inibidor tumoral. A dosagem usual fica entre 50 e 150 mg ao dia.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Necessidades de pais de pessoas com síndrome de Down

Estudo realizado no Canadá, com pais de indivíduos com trissomia do cromossomo 21 (síndrome de Down), mostrou que os mesmos sentem-se, muitas vezes, deixados à própria sorte. À medida que os pais vão tornando-se experts na temática passam a advogar mais e mais pelos seus filhos, pedindo e cobrando, o que deveria já ser padrão de entrega do estado (Canadá possui sistemas de saúde e educacional públicos). Os cuidadores, em grande parte, expressaram a opinião de que ainda há falta suporte em várias áreas, especialmente as citadas abaixo:

  • Suporte online e social:

  • Suporte para acesso a serviços na área de residência (especialmente famílias vivendo no interior);

  • Suporte inicial no nascimento;

  • Suporte de associações (principalmente para alocação em terapias);

  • Suporte para cuidados na infância e acesso a creches;

  • Suporte financeiro;

  • Suporte educacional;

  • Suporte para acesso a programas após período de escolarização formal

Muita similaridade com nossa realidade, não? O instrumento final utilizado na pesquisa, com todas as perguntas realizadas, encontra-se na tabela 2 deste link.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Memória em pessoas com trissomia do cromossomo 21 (síndrome de Down)

O planejamento de ações futuras, mantendo-as durante um período variável de tempo e recuperando-as no momento e/ou contexto esperado, recebe a designação de memória prospectiva (MP). Por exemplo, lembrar de entregar uma mensagem a uma determinada pessoa ou de tomar uma dada medicação ou suplemento no momento apropriado são atividades que dependem do bom funcionamento da MP.

Déficits de memória tem sido descritos na síndrome de Down em várias pesquisas, tanto nas memórias de curto (verbal e visuo-espacial) e longo prazo, habilidades de memória de trabalho e memória prospectiva (Kantar et al., 2020; Costa et al., 2015; Jarrold, Nadel, & Vicaci, 2008; Landura, & Kaoua, 2020).

A memória de pessoas com síndrome de Down (por exemplo, memorização de palavras) depende de uma maior repetição. Observa-se que para a MP (o que devo fazer, quando e como) o desempenho também aumenta quando a tarefa é repetida de forma regular e principalmente, dentro de uma rotina.

Mesmo assim, os déficits de memória podem se agravar a partir do final da infância e adolescência. Vários fatores estão associados a isto, incluindo redução dos estímulos, neuroinflamação, processos de glicação cerebral, acúmulo de proteína beta amilóide e emaranhados de proteína TAU no cérebro. Testes nutrigenéticos avaliam se estas tendências são maiores ou menores.

De qualquer forma, dieta antiinflamatória, rica em antioxidantes e compostos bioativos, que previna a glicação faz parte do combo de saúde para todos os indivíduos com trissomia do cromossomo 21. Como a doença de Alzheimer começa décadas antes de seu diagnóstico , as condutas preventivas devem ser iniciadas desde a infância. Estudos mostram ainda impacto negativo do sono de má qualidade na cognição. Por isto, higiene do sono, acompanhamento e tratamento da apneia também são fundamentais (Chawla, Burgees, & Heussler, 2020).

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/