Como funciona o carvão ativado?

Sabe aquele carvão que colocamos na churrasqueira? Ele é proveniente de madeiras densas e rígidas. Não é desse que estamos falando. O carvão ativado é proveniente de madeiras menos densas e mais flexíveis. Pode vir da queima da cortiça ou de lascas de certas árvores (como casca de coco), o que gera um material bem mais leve e poroso.

Por isso, o carvão ativado funciona como uma esponja que consegue absorver substâncias nocivas ao organismo. ⁠A alta porosidade do cartão ativado consegue capturar inclusive gases, eliminando-os pelas fezes. O uso é feito em jejum ou longe de refeições (cápsulas de 500 mg a 1g). Por exemplo, pode tomar entre o almoço e a jantar, com um chazinho digestivo.

Agora, carvão ativado não faz milagre. É uma estratégia a mais, especialmente para tratamento da distensão abdominal. Comeu algo que não caiu bem? O carvão ativado pode auxiliar no momento, mas mais importante é pensar: “por que isso não caiu bem?”. Será que comeu com pressa demais? Ou em um momento de estresse? Ou comeu muito? Ou comeu algo que seu corpo rejeita. Estas reflexões são super importantes se quiser melhorar sua digestão de vez.

O carvão também não serve para reduzir o efeito de uma noite regada à álcool. Não é para isso que o carvão ativado serve. O estrago do álcool no fígado já foi feito. O que ele faz é apenas reduzir algum desconforto gástrico ou intestinal. Dúvidas? Agende sua consulta aqui.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Jejum e o SISTEMA IMUNE

O jejum é uma prática milenar e que passou a ser melhor estudado pela ciência há cerca de uma década. Em 2014 foi publicado um primeiro artigo sobre jejum e sistema imune. Na pesquisa, os investigadores relataram uma melhoria da imunidade com 3 dias de jejum (Cheng et al., 2014)

Acontece que nem todo jejum é igual. Existe o jejum de horas, existe o jejum de dias. Certos compostos gerados durante o jejum podem sim resultar em mudanças potentes no metabolismo, estimulando o sistema imune. Quando reduzimos o consumo de alimentos somos obrigados a utilizar a gordura estocada. Neste processo produzimos beta hidroxibutirato, que é benéfico à saúde ao longo da vida.

Agora, uma coisa é jejum de curto prazo. Outra coisa é a fome de longo prazo, que gera inanição, redução de proteínas corpóreas e queda da imunidade. O benefício do jejum depende da forma como o corpo lida com a escassez de nutrientes, da duração e intensidade da restrição calórica (Jordan et al., 2019).

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Redução do risco de diabetes em pacientes com HIV

A terapia anti-retroviral, usada para suprimir a replicação do vírus HIV, melhorou significativamente a expectativa de vida das pessoas portadoras desta doença. No entanto, alguns medicamentos antirretrovirais estão associados a um risco aumentado de diabetes tipo 2 e várias outras comorbidades crônicas por meio da interferência no transportador de glicose GLUT-4, sinalização de potássio dentro das células β e supressão da gliconeogênese hepática endógena. O próprio vírus HIV confere risco específico para Diabetes tipo 2, por aumentar o estado inflamatório do corpo. Isto agrava-se em pacientes que estão acima do peso adequado.

Estudos mostram que alimentação adequada e atividade física reduzem o risco de diabetes em toda a população, inclusive em pacientes HIV positivos. Contudo, observam-se barreiras específicas para a adoção de uma vida saudável neste grupo, incluindo estigma, isolamento e imagem corporal negativa (Duncan et al., 2019)

A adoção de dieta antiinflamatória, estilo mediterrâneo, com baixo teor de gordura saturada e associado à exercício físico para redução do peso e medida da cintura contribuem para a estabilização da glicemia, redução da pressão arterial, melhoria da autoestima, redução da inflamação e prevenção do diabetes. O ideal é que todo paciente passe por uma avaliação nutricional completa. Caso observem-se carências nutricionais a suplementação adequada deverá ser prescrita.

Orientações básicas para equilíbrio dos níveis de açúcar no sangue

  • Substitua carboidratos simples por carboidratos complexos. Troque arroz branco, farinha branca, açúcar, doces por arroz integral, quinoa, pães 100% integrais, farelo de aveia, farinha de amêndoas, frutas de baixo índice glicêmico.

  • Troque a batata inglesa pela batata doce e pela batata yacon.

  • Troque as frituras por alimentos assados e cozidos.

  • Reduza o consumo de álcool.

  • Troque margarina por azeite.

  • Troque óleo de soja por óleo de girassol ou azeite ou óleo de coco.

  • Consuma boas fontes de ômega-3 como linhaça, chia, cânhamo e peixes do mar (salmão, sardinha, atum, bacalhau…).

  • Consuma uma abundância de vegetais na salada, na sopa, no suco verde.

  • Não fume.

  • Substitua temperos processados (como caldos de carne e molhos para salada) por temperos naturais como orégano, açafrão, pimenta, alho, cebola, canela, cravo, alecrim, manjerona, cominho, salsinha, manjericão, sálvia, gengibre, tomilho, hortelã.

Frutose faz mal?

A frutose é o açúcar natural das frutas. Muita gente houve a palavra açúcar e entra em pânico. Mas calma! A frutose não estimula tanto a secreção de insulina como o açúcar na forma de sacarose. Além disso, na fruta, a frutose está embalada em fibras, vitaminas e minerais. É diferente de comer açúcar puro ou consumir um suco açucarado. Tudo está na quantidade. Nenhum diabético vai comer 10 frutas ao mesmo tempo. Mas não precisa abandoná-las. Frutas como morango, mirtilo, pêssego, amora, ameixa, maçã, açaí podem ser muito bem-vindas na vida do diabético.

O diabético deve acompanhar diariamente a glicemia usando um glicosímetro. Também deve fazer exames regulares como glicemia em jejum, insulina em jejum, hemoglobina glicada, frutosamina, triglicerídeos, ácido úrico e proteína C-reativa. Estes exames ajuda o nutricionista na individualização da dieta. Isto vale tanto para quem tem HIV, quanto para quem não tem.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/