MARCADORES INFLAMATÓRIOS E EXAMES IMPORTANTES PARA MULHERES A PARTIR DOS 45 ANOS

Você está sentindo cansaço exagerado, dores, dificuldades de digestão, tem problemas de pele ou outros sintomas chatos, que não sabe de onde vem? A inflamação crônica pode ser a causa. Ela é a raiz de muitos problemas de saúde. Começa devagarzinho, vai modificando o metabolismo e, se não fizermos nada, depois de um tempo começam a aparecer doenças.

Diferença entre inflamação aguda e crônica

Quando você bate o dedinho do pé na mesa, ele dói, pode inchar, ficar vermelho, sensível. Esta é a inflamação aguda. É sofrida mas é benéfica. O corpo agora está sabendo que algo diferente aconteceu e que seus tecidos precisam ser tratados e recuperados. Rapidinho o problema acaba e seu dedinho volta a desempenhar suas funções sem nem lembrarmos dele.

A inflamação crônica é diferente. Ela tende a ser leve porém dura muito. Pode ser desencadeada por alergias ou intolerâncias não tratadas, dieta inflamatória, exposição a toxinas, disbiose intestinal, estresse elevado. Estes fatores colocam uma carga excessiva no corpo, sobrecarregam o sistema imune, geram respostas que lesionam ao longo do tempo os tecidos.

O corpo vai dando sinais de que as coisas estão indo mal. Você pode sentir cansaço, dores de cabeça, enxaqueca, dores musculares ou nas articulações, problemas de pele, piora da memória, insônia, problemas gastrointestinais, ansiedade, depressão, alterações de humor, ganho ou perda de peso sem explicação, alterações hormonais, aumento da incidência de infecções, aceleração do processo de envelhecimento (com mais rugas ou cabelos brancos, por exemplo). É seu corpo dizendo: preste atenção, faça algo, durma melhor, cuide-se melhor!

Muitas vezes o corpo dá esses sinais antes de que qualquer alteração bioquímica (nos exames de sangue) apareçam. Contudo, com o passar da idade, as modificações nos marcadores tornam-se mais frequentes. A partir dos 45 anos é muito importante que os exames de rotina fiquem mais específicos, principalmente se a mulher possui fatores de risco familiares ou vulnerabilidades genéticas aumentadas.

Várias causas de inflamação crônica sistêmica (ICS) de baixo grau e suas consequências foram identificadas. Conforme mostrado à esquerda (clique na figura para ampliar), os gatilhos mais comuns de ICS (no sentido anti-horário) incluem infecções crônicas, inatividade física, obesidade (visceral), disbiose intestinal, dieta, isolamento social, estresse psicológico, sono perturbado e ritmo circadiano perturbado e exposição a xenobióticos, como poluentes atmosféricos, resíduos orgânicos, produtos químicos industriais e tabagismo. Conforme mostrado à direita, as consequências da ICS (no sentido horário) incluem síndrome metabólica, diabetes tipo 2, doença hepática gordurosa não alcoólica (NAFLD), doença cardiovascular, câncer, depressão, doenças autoimunes, doenças neurodegenerativas, sarcopenia, osteoporose e imunosenescência (Furman et al., 2019).

Marcadores inflamatórios importantes

A inflamação crônica pode afetar todas as áreas do corpo, incluindo sistema digestivo, rins, fígado, pulmões, cérebro, sistema endócrino, saúde hormonal, coração, pele, músculos, ossos e cérebro. Vários marcadores laboratoriais podem ser investigados para que tenhamos uma ideia do que está acontecendo no corpo. Conheça alguns:

  • PROTEÍNA C-REATIVA ULTRA SENSÍVEL: este exame avalia uma proteína (CRP) produzida no fígado, especialmente em situações de inflamação. Aceita-se valores abaixo de 3 mg/L, mas o ideal mesmo seria que ficasse sempre entre 0 e 1 mg/L. Quanto mais baixo (0,01 mg/L, por exemplo), melhor.

  • HEMOGLOBINA GLICADA: desequilíbrios nos níveis de açúcar no sangue são uma causa importante de inflamação. Os níveis de hemoglobina A1C (HbA1C) correlacionam-se com obesidade, inflamação aumentada, diabetes, estresse e maior risco de doença de Alzheimer. O intervalo clínico aceitável fica entre 4,8 e 5,6, enquanto o intervalo ideal é de 4,5 - 5,2.

  • INSULINA EM JEJUM: o intervalo clínico para a insulina em jejum é de 2,6 - 24,9 uIU / ml e o intervalo ideal é de 1,0 - 5,0 uIU / ml.

  • FERRITINA SÉRICA: este exame é muito útil para detecção de anemia. Neste caso os níveis de ferritina aparecem baixos. Já quando aparecem altos indicam inflamação, doença hepática, autoimune ou oncológica. O intervalo ideal é de 50 a 150 para mulheres e 75 a 150 ng/mL para homens.

  • VHS: taxa de hemossedimentação é um teste útil para detectar inflamação. Refere-se à velocidade com a qual os glóbulos vermelhos do sangue descem em um tubo padronizado durante um período de uma hora. As taxas de ESR ideais para mulheres com menos de 50 anos estão entre 0 e 20 mm / h, homens com menos de 50 estão entre 0 e 15 mm / h, mulheres com mais de 50 estão entre 0 e 30 mm / h, homens com mais de 50 estão entre 0 e 20 mm / hr, e crianças entre 0 e 10 mm / hr.

  • Enzimas hepáticas: alterações tanto indicam problemas no fígado, vesícula, bile, rins, quanto indicam inflamação e problemas cardiometabólicos. A alanina aminotransferase (ALT) é uma enzima hepática. Níveis elevados podem indicar inflamação. Os níveis normais estão entre 10 e 26 IU / L. Aspartato transaminase (AST) aumenta durante os períodos de maior estresse hepático. Níveis elevados podem indicar inflamação. Os níveis normais estão entre 10 e 26 UI / L. A gama-glutamil transpeptidase (GGT) é uma enzima do fígado, pâncreas e rins. Níveis elevados podem indicar inflamação e doença hepática, geralmente devido ao alcoolismo e / ou vesícula biliar lenta ou obstrução do cálculo biliar. Os níveis normais estão entre 10 e 26 IU / L. Níveis inferiores a 10 UI / L podem ser uma indicação de deficiência de vitamina B6.

  • Painel de lipídios: o lipidograma é útil não só para avaliação dos níveis de gordura no sangue, mas também enquanto marcador de inflamação. Ter uma proporção equilibrada de LDL para HDL e triglicerídeos para HDL é essencial para a saúde. Idealmente, procuramos uma proporção de LDL: HDL de 3: 1 ou menos, sendo 2: 1 o ideal. Queremos ainda triglicerídeos (Tri) abaixo de 100 (ideal de 40 a 80) e uma proporção Tri: HDL de 2: 1 ou menos, sendo 1: 1 o ideal. Taxas mais altas podem indicar resistência à insulina e inflamação. Além disso: Colesterol VLDL: o intervalo ideal é de 5 a 30 mg / dl. Colesterol HDL: o intervalo ideal é de 55 a 80. Níveis acima de 100 podem indicar inflamação crônica ou infecção ativa no corpo.

OUTROS EXAMES DE INTERESSE

  • RDW - intervalo ideal de 11,5 a 13%

  • Homocisteína - intervalo ideal de 6 a 9 umol / L

  • Lactato Desidrogenase (LDH) - níveis ideais estão entre 140-180. Níveis acima de 180 indicam inflamação

  • Razão Neutrófilos-Linfócitos (NLR) - quando o corpo está lidando com uma inflamação crônica, com o tempo, os níveis de linfócitos caem e os de neutrófilos sobem, causando um desequilíbrio. NLR geralmente é medido com a contagem absoluta e queremos vê-lo em cerca de 1,2-2,0. Se você observar que o número de neutrófilos é mais do que o dobro da quantidade de linfócitos, é um sinal de inflamação crônica.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

28 de fevereiro | Dia mundial das doenças raras

Criado pela EURORDIS – Rare Diseases Europe em 2008, o Dia Mundial das Doenças Raras tem como objetivo sensibilizar o público e os decisores políticos para as doenças raras e o seu impacto na vida dos doentes e famílias.

A doença rara é uma doença crônica debilitante e que requer esforços combinados especiais de várias áreas de intervenção, médicos, nutricionais, psicoterápicos, fisioterápicos, genéticos, sociais para garantir uma boa qualidade de vida para o paciente.

Estima-se que, em Portugal, existam cerca de 600 a 800 mil pessoas portadoras destas doenças e, no Brasil, aproximadamente 13 milhões de pessoas com doenças raras. Existem de seis a oito mil tipos de doenças raras, em que 30% dos pacientes morrem antes dos cinco anos de idade; 75% delas afetam crianças e 80% têm origem genética. Algumas dessas doenças se manifestam a partir de infecções bacterianas ou causas virais, alérgicas e ambientais, ou são degenerativas e proliferativas.

https://www.rarediseaseday.org/

https://www.rarediseaseday.org/

Algumas doenças raras relacionam-se a distúrbios metabólicos congênitos, em que há impedimento no processamento dos nutrientes ingeridos. Os erros no metabolismo podem causar o acúmulo ou déficit de nutrientes, com consequências muito graves para a saúde. Para esses pacientes, a modificação da dieta é o tratamento mais seguro e eficaz.

Os distúrbios do metabolismo de carboidratos incluem erros no transportador de glicose GLUT1 e galactosemia. Nestes casos, o tratamento consiste em seguir, por toda a vida, uma dieta restrita em carboidratos. Ou seja, reduzindo o consumo de carboidratos em geral, no primeiro caso, e de galactose (carboidrato encontrado no leite e seus derivados), no segundo.

Nas aminoacidopatias, doenças relacionadas a problemas na quebra de aminoácidos, é fundamental ter cuidado com alimentos que contenham proteínas para evitar o acúmulo de metabólitos prejudiciais ao cérebro. A fenilcetonúria (PKU) é a aminoacidopatia mais comum e é consequência de um déficit de atividade na enzima que metaboliza o aminoácido fenilalanina. A baixa atividade desta enzima causa um aumento na concentração de fenilalanina no sangue e no cérebro, o que tem efeitos neurotóxicos que podem levar à deterioração do desenvolvimento cognitivo. A dieta é restrita em proteínas.

Existem também doenças raras relacionadas ao metabolismo de lipídios e, nestes casos, a restrição é a de determinados tipos de gordura na dieta. A nutrição é a ferramenta mais útil para o tratamento terapêutico da maioria das doenças raras associadas ao metabolismo de nutrientes e o nutricionista é um profissional essencial na equipe de saúde.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Suplementos para tratar as disfunções hormonais de mulheres

Durante toda a vida da mulher os níveis hormonais variam. Esta variação é maior na adolescência, gravidez, lactação e menopausa. Quando as mudanças são drásticas ou ocorrem de forma muito desequilibrada podem surgir sintomas como enxaqueca, acúmulo de gordura, especialmente na região abdominal, dor (inflamação), variações na fertilidade, na libido e nos níveis de energia.

Anticoncepcional não é eficaz para combater problemas hormonais

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Muitas mulheres tentam controlar os sintomas com o uso de anticoncepcionais. Contudo, estes não são perfeitos e podem gerar efeitos colaterais como resistência à insulina, aumento dos níveis de colesterol, redução na absorção de vitaminas, queda da testosterona, piora da memória, aumento do risco de trombose, fibromas uterinos, cistos ovarianos e até de câncer (dependendo da genética da mulher).

Contribuem para a disfunção hormonal o sedentarismo, a dieta inflamatória, o contato com metais pesados, com toxinas como bisfenol A. O tratamento, seja quando a TPM é intensa, seja dos ovários policísticos ou endometriose, seja dos sintomas da menopausa, envolve uma reestruturação do estilo de vida. Dieta é 70%. Deve ser antiinflamatória, rica em alimentos antioxidantes e que contribuam para o equilíbrio hormonal. Os outros 30% são sono adequado, atividade física, combate ao estresse, perda de peso (quando necessário). Suplementos antiinflamatórios e antioxidantes, como NAC, bromelina, ácido alfa-lipóico, ômega-3 e melatonina podem ajudar.

Cistanche e desejo sexual

O desejo sexual feminino é complexo. Depende de estímulos, apreciação (admiração pelo parceiro e sentir-se admirada), produção de hormônios, neurotransmissores, circulação sanguínea adequada. Atividade física e alimentação adequada melhoram a saúde e a libido. Para mulheres na menopausa, o suplemento cistanche, extraído de algas, ajuda a regular hormônios e aumentar o desejo. Já nos homens, o cistanche aumenta a contagem de espermatozóides, a motilidade dos espermatozóides e reduz a contagem de espermatozóides anormais. E tudo, sem queda de cabelo! Contudo, o cistanche é contra-indicado para quem tem pressão baixa ou enxaqueca.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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