Gestantes com B12 baixa têm bebês que choram mais

A vitamina B12 faz parte de um conjunto de compostos denominados genericamente de cobalaminas, substâncias solúveis em água e sintetizada exclusivamente por microorganismos. É encontrada em alimentos de origem animal, que adquirem a B12 indiretamente pelo contato com bactérias (principalmente aquelas presente nos intestinos). Portanto, pessoas que não consomem nenhum alimento de origem animal precisam avaliar e suplementar este nutriente. Neste vídeo falo sobre como fazer isso:

Gestantes com B12 <200pg/ml tem bebês que choram mais, mais irritados, com ciclo circadiano imaturo, mais cólicas (Goedhart et al., 2011). Mulheres veganas precisam ter ainda mais cuidado:

Quanta B12 suplementar?

Pacientes com B12 baixa ou homocisteína alta ou ácido metilmalônico baixo precisam suplementar B12. Mas quanto? Pois é, idade, sexo, funcionamento de estômago, intestino, condição fisiológica ou patológica e polimorfismos genéticos vão influenciar nas recomendações. Não existe uma dose única para todos. Nutrição é uma ciência.

Se você tem disbiose, redução de HCl, se toma antiácido ou fez uma cirurgia de estômago, terá mais dificuldade de absorver B12. O próprio envelhecimento dificulta a absorção de algumas vitaminas e minerais. Com isso, aumenta a fadiga, o cansaço, a memória se deteriora e sintomas de depressão podem surgir. Mas calma, não precisa correr para tomar injeção de citoneurin (até porque dói pra caramba). Uma ótima opção é a vitamina B12 sublingual, que é tão eficiente quanto:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Coronavírus: a tecnologia veio para ficar (mas aumenta o desemprego)

Em 2015 enquanto terminava o doutorado nos EUA observava a instalação de cada vez mais caixas de autoatendimento em supermercados e farmácias. Desde 2018 trabalhando em Portugal observo o mesmo. Fazemos compras em diferentes locais sem contato com outros seres humanos. A tecnologia veio para ficar, substituindo-nos sempre que possível. A agricultura é cada vez mais mecanizada. Quem varre o chão da minha casa, quando não eu, é um robô. E este ano, com o confinamento mais pessoas passaram a trabalhar a distância, sem secretária, olhando o dia todo para um computador. A tecnologia tem muitos benefícios mas também aumenta o desemprego, principalmente entre os menos qualificados. O ideal seria uma solução de equilíbrio, entre o conforto, a proteção ambiental, a produção de alimentos saudáveis, a independência e a proteção do emprego.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Tratamento da obesidade na adolescência

A adolescência marca a transição entre a infância e o início da vida adulta. É um momento crucial para o desenvolvimento. Vai aproximadamente dos 11 aos 21 anos e acompanha-se por alterações físicas facilitadas por fatores genéticos, hormonais e ambientais.

O tamanho e a forma do corpo alteram-se significativamente. Mulheres ganham mais gordura corporal, a resistência à insulina é maior e para muitos, o excesso de peso torna-se uma realidade. O ganho excessivo de peso tende a mexer com a auto estima e muitos adolescentes adota dietas restritivas, sem orientação. Como o crescimento é acelerado e a fome é muita, gera-se um ciclo de fome-compulsão-fome-compulsão que pode perdurar por décadas.

Nesta entrevista conversei com a nutricionista Ozzy Santana. Ela desenvolveu obesidade cedo na vida e demorou muito tempo para fazer as pazes com a comida e com o corpo. Vale a pena escutar os ensinamentos:

O ideal é que a família inteira adote hábitos de vida saudáveis visando a prevenção da obesidade. Se o ganho de peso está excessivo há necessidade de acompanhamento especializado, com nutricionista e psicólogo. Visitas mensais a estes profissionais são muito importantes. A atividade física deve ser realizada na maior parte dos dias da semana, limitando o tempo de TV e vídeo games.

A base de todas as recomendações nutricionais inclui o consumo de cinco ou mais porções de vegetais e frutas diariamente, minimizando / eliminando bebidas adoçadas com açúcar. Deve-se limitar o número de refeições feitas fora de casa, limitando o tamanho das porções e permitindo que adolescentes para regular suas refeições sem restringir demais os hábitos alimentares. Outras opções de tratamento (como medicamento, jejum intermitente) podem ser consideradas, dependendo do caso e das co-morbidades associadas.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/