O que é nutrição de precisão?

Podemos definir nutrição de precisão ou nutrição preditiva aquela que utiliza informações sobre as características de um indivíduo, incluindo marcadores ômicos, para tornar as recomendações mais personalizadas. Quanto mais informações possuímos mais podemos contribuir com estratégias eficazes para a prevenção e tratamento de doenças.

Para um atendimento de precisão, é essencial termos biomarcadores adequados. Os biomarcadores podem ser classificados em quatro tipos. Alguns são usados na nutrição, outros são usados na medicina de precisão:

  1. Biomarcadores diagnósticos - usados para determinar um distúrbio de saúde específico. Por exemplo, o aumento do antígeno prostático específico (PSA) é um indicativo de alteração na próstata e pode ser usado como um biomarcador para problemas nesta glândula. Para melhor análise podem ser usados biomarcadores histológicos, como a biópsia da próstata para análise do tecido.

  2. Biomarcadores prognósticos - ajudam a traçar o curso provável da doença. Vários marcadores podem ser utilizados como a análise das enzimas lactato desidrogenase e fosfatase alcalina, a razão neutrófilos-linfócitos, o número de células tumorais circulantes, avaliação do DNA livre circulante (dfDNA) dentre outros exames (todos os citados são feitos por coleta de sangue).

  3. Biomarcadores preditivos - indicam a resposta provável a um determinado medicamento ou dieta. No caso do câncer de próstata existem marcadores como níveis de hemoglobina, testosterona, receptor de androgênio 7 nas células tumorais (gera resistência a medicamentos como enzalutamida e abiraterona) etc.

  4. Biomarcadores de predisposição - indicam o risco de desenvolver uma doença. Por exemplo alterações de genes como BRCA1, BRCA2 e HOXB13 possuem mais dificuldade de suprimir tumores e precisam de um estilo de vida mais saudável para protegerem-se contra vários tipos de câncer.

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A medicina de precisão, principalmente aquela que trabalha com qualidade de vida, prevenção de doenças e envelhecimento saudável e bem sucedido utiliza-se muito de biomarcadores genéticos de predisposição. Estes nos ajudam a entender que tipo de ajuda o organismo precisa para funcionar bem e para a redução do risco de doenças (inclusive vários tipos de câncer).

A genética é uma loteria e algumas pessoas herdam genes maravilhosos enquanto outras precisam de um estilo de vida muito mais saudável para compensar alterações que aumentam o risco de doenças. Em minha consultoria trabalho com exames nutrigenéticos que possibilitam o entendimento de como o organismo responde à diferentes componentes da dieta. Dependendo da sua herança você pode beneficiar-se mais ou menos de dietas como a mediterrânea, cetogênica, vegetariana dentre outras. Pode também beneficiar-se mais ou menos de suplementos. Existem hoje exames nutrigenéticos muito completos que avaliam mais de 4.000 polimorfismos.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

PARA QUE SERVE A BIOTINA (VITAMINA B7 OU VITAMINA H)?

A biotina é um carreador de carboxila (-COOH), transferindo este grupo para outras moléculas importantes no metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras. Relaciona-se também a outra vitaminas do complexo B, especialmente folato (B9), ácido pantotênico e cobalamina (B12).

A biotina também foi batizada de vitamina H (do alemão Haar und Haut, que significa cabelos e pele). Pessoas com deficiência de biotina perdem mais cabelo e enfrentam mais problemas de pele. Contudo, a deficiência de biotina não é muito comum, visto que está presente em muitos alimentos, incluindo fígado, rins, fermento, gemas de ovos, queijos, feijões, amendoim, soja, folhas verdes, couve-flor, cogumelos e nozes.

A biotina é uma vitamina essencial do complexo B. Sua deficiência já foi relacionada com desordens como as doenças inflamatórias intestinais (DII) e a permeabilidade intestinal. Estudo de 2023 mostrou que camundongos deficientes em biotina apresentam mudanças negativas na microbiota intestinal, gerando disbiose, baixa diversidade microbiana, com aumento de bactérias pró-inflamatórias.

Essa disbiose foi associada ao desenvolvimento de sintomas semelhantes à doença inflamatória intestinal (DII), incluindo diarreia e inflamação no cólon. O estudo também constatou que a deficiência de biotina pode provocar alterações na expressão de genes relacionados à função imunológica e à inflamação no intestino. Aprenda a tratar o intestino clicando aqui.

Porém, pessoas que consomem ovos crus, muito álcool ou que possuem síndromes de má absorção intestinal podem desenvolver carências, assim como pessoas com polimorfismos genéticos e gestantes, por terem maior necessidade. Já o excesso de biotina pode ligar-se a hormônios da tireóide, afetando os exames. Por isso, se o exame der alterado, antes de usar medicação para tireóide é importante suspender a suplementação de vitamina H e repetir o exame de T3 e T4 livres e TSH.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Para que serve a vitamina B6 (piridoxina)?

A vitamina B6 é o termo geral para compostos com atividade biológica de piridoxina. Estes compostos participam como cofatores de mais de 100 reações bioquímicas, muitas das quais estão envolvidas na síntese ou catabolismo de neurotransmissores. Também atua no metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras.

Esta vitamina está amplamente distribuída em alimentos como cereais integrais, vegetais (batatas, espinafre, feijões e outras leguminosas), nozes. Porém, dietas monótonas e polimorfismos genéticos aumentam o risco de deficiências.

Avaliação da carência de B6 e formas de suplementação

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/