Suplementação na síndrome dos ovários policísticos

A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é um distúrbio endócrino-metabólica que acomete mulheres em idade reprodutiva. A produção hormonal pode ser modulada e a inflamação e resistência insulínica reduzidas com a suplementação de compostos bioativos selecionados.

Alguns dos suplementos estudados na SOP - Gunalan, Yaba, & Yilmaz, 2018

Alguns dos suplementos estudados na SOP - Gunalan, Yaba, & Yilmaz, 2018

Suplementos de destaque:

  • Ômega-3: regulador imunológico e efeitos benéficos na sensibilidade à insulina, diferenciação celular e ovulação. A suplementação melhora a desordem da foliculogênese e perfil cardiometabólico causado por estresse oxidativo excessivo e a hiperinsulinemia. Posologia frequente: 1.000 mg de ômega-3 + 400 UI de vitamina E, por 12 semanas (Jamilian et al., 2018).

  • Metilfolato: o polimorfismo MTHFR C677T, quando presente, pode conferir uma suscetibilidade aumentada para desenvolver hiperlipidemia em mulheres com SOP. Neste caso a suplementação de metilfolato torna-se muito importante (Jain et al., 2012). Dose usual: 400 mcg.

  • Cálcio, magnésio, zinco e vitamina D: efeito sinérgico benéfico nos perfis metabólico e a inflamação sistêmica através da diminuição da interleucina-6 (IL-6) e do fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), hirsutismo, proteína C-reativa de alta sensibilidade (PCR-HS) e malondialdeído plasmático (MDA) além de um aumento de níveis da capacidade antioxidante total (TAC) (Ebrahimi et al., 2018). Dose usual de vitamina D: 2.000 a 4.000 UI. Dose usual de magnésio: 200 a 350 mg. Cálcio: 1.000mg. Zinco: 50 mg. Selênio também pode ser utilizado 200mcg.

  • Quercetina (1g): aumenta adiponectina, reduz HOMA-IR, LG, glicose em jejum e insulina (Tabrizi et al., 2020).

  • Mioinositol: envolvido na ativação de transportadores e no uso da glicose. Contribui para redução de triglicerídeos também. Dose usual: 1,2 a 4g (Gunalan, Yaba, & Yilmaz, 2018)

  • Cromo: papel importante no metabolismo de carboidratos e lipídios e no tratamento da hiperglicemia. Dose usual: 100 a 200 mcg (Gunalan, Yaba, & Yilmaz, 2018)

  • Coenzima Q10 + vitamina E: estes antioxidantes melhoram a concentração do hormônio SHBG e reduz a resistência à insulina. Coenzima Q10: 50 a 150 mg, vitamina E (400UI) (Gunalan, Yaba, & Yilmaz, 2018)

  • Probióticos que contribuem também para redução da resistência insulínica, melhoria do funcionamento intestinal e efeito antiinflamatório - pelo menos 2 bi UFC de cada cepa: L. acidophillus, L. casei, B. bifidum (Gunalan, Yaba, & Yilmaz, 2018)

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Vida saudável

É importante destacar que a suplementação não funcionará se o estilo de vida não for melhorado. A obesidade, por exemplo, está associada a várias complicações reprodutivas femininas, incluindo a síndrome dos ovários policísticos (SOP). Dieta saudável, combinada à atividade física regular é muito importante para a melhoria do funcionamento ovariano (Niño et al, 2020).

 O intestino também precisa estar funcionando direitinho. A disbiose intestinal tem sido implicada em muitos estados de doença, inclusive na SOP. Quando a dieta é melhorada e simbióticos repostos há redução da inflamação e dos níveis de SHBH (Nasri et al., 2018).

Por fim, sem sono e descanso o corpo não tem como fazer as reações de reparo como precisam ser feitas. Se dorme pouco ou mal cuide da sua higiene do sono e troque a tela do celular e da TV por mais passeios na natureza.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Melhores suplementos de zinco

O zinco é um mineral essencial, cofator em mais de 200 reações enzimáticas. É fundamental para o sistema imunológico, participando na produção de glóbulos brancos (células assassinas naturais, linfócitos T e linfócitos B), para a regulação de hormônio da tireóide e testosterona, para a saúde da pele e cicatrização de feridas, para a prevenção da degeneração macular, crescimento e desenvolvimento normais, além de influenciar nossa capacidade de sentirmos cheiros e sabores.

Níveis baixos de zinco podem ser resultado de vários fatores como o consumo excessivo de oxalato (encontrado em grandes quantidades no espinafre, ruibarbo e chá preto) e fitatos (presentes em grãos inteiros, nozes, sementes, feijão e batata). Como estes alimentos são importantes, fazendo parte de uma dieta saudável podemos compensar com suplementação de zinco ou uso de fitase (enzima que quebra os fitatos).

Outros fatores podem reduzir a absorção de zinco como cafeína, uso de antiácidos, diarreia frequente, doença hepática, doença renal, diabetes, doenças intestinais (como doença celíaca, doença de crohn e colite ulcerativa). Existem também polimorfismos genéticos que atrapalham o transporte de zinco (Giacconi et al., 2018).

Valores ideais de zinco

Ao analizar zinco sérico a concentração deverá estar entre 110 a 130 mcg/dL. Valores mais próximos de 70 ainda são aceitáveis mas já podem começar a gerar sintomas. Valores menores que 70 são considerados muito baixos. Nestes casos, o ideal é usar um suplemento com melhor disponibilidade.

A maior parte dos suplementos comercialmente disponíveis são fórmulas contendo óxido de zinco, gluconato de zinco ou picolinato de zinco. Contudo, se estes suplementos não forem suficientes para restaurar os níveis, o ideal seria utilizar o zinco bisglicinato, que tem biodisponibilidade cerca de 40% maior em relação ao gluconato.

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O bisglicinato de zinco é um quelado de zinco bem tolerado e bem absorvido. É composto de uma molécula de zinco ligada a duas (bis = duas) moléculas do aminoácido glicina. Como essa forma de zinco é absorvida intacta (ou seja, ligada à glicina), ela não compete com outros minerais pela absorção no trato intestinal.

Além disso, por ser melhor absorvido causa menos efeitos colaterais, como constipação ou diarreia. No caso do zinco, seja qual for sua forma, é melhor ingeri-lo com comida porque o zinco é conhecido por causar náusea com o estômago vazio. Em relação às formas do químico do zinco, existem aqueles com baixa, média e alta biodisponibilidade:

É importante lembrar que o zinco pode interferir na ação de medicamentos, incluindo antibióticos, diuréticos, inibidores da ECA, quimioterápicos, imunossupressores e antiinflamatórios não-esteroidais. O alto consumo de zinco também pode desencadear deficiência de cobre. Para suplementar cobre avalie sempre antes os níveis sanguíneos.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Causas para caminhada mais lenta em adultos com síndrome de Down

Muito se estuda e discute sobre a marcha de crianças com síndrome de Down. Elas podem levar mais tempo para caminhar sem apoio. Pode ser mais difícil para elas se equilibrarem ou coordenarem movimentos, principalmente se forem muito flexíveis e/ou hipotônicas. O treino da marcha geralmente tem início assim que a criança consegue sentar-se sem apoio mas varia de criança para criança e o ideal é sempre consultar um fisoterapeuta.

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Em outras fases da vida a atividade física melhora a coordenação, o equilíbrio, além de promover compensações importantes no aparelho locomotor. Quando o adulto com síndrome de Down começa a ter mais dificuldade no caminhar ou começa a andar de forma mais lenta alguns fatores precisam ser investigados, dentre eles:

CARÊNCIA DE VITAMINA D - A vitamina D está envolvida na saúde músculo-esquelética. Vários estudos mostram que a velocidade de marcha de idosos é menor quando há hipovitaminose D. A redução da marcha associa-se também à menor qualidade de vida, modificações cognitivas, declínio funcional, redução na autonomia e maior risco de hospitalização. Grande parte dos estudos indicam concentrações ideais de vitamina D entre 40 e 60 nmol/L. Contudo, pessoas com baixo consumo de cálcio podem se beneficiar de concentrações plasmáticas ainda maiores, de 75nmol/L ou mais (Annweiler et al., 2017). Contudo, concentrações muito altas de vitamina D podem aumentar o risco de calcificações de órgãos e vasos. O acompanhamento é fundamental.

OSTEOARTRITE - Pessoas com síndrome de Down são geralmente hiperflexíveis e isto aumenta o risco de osteoartrite, principalmente se estiverem acima do peso. A artrite gera dor e pode reduzir a mobilidade e a vontade de participar em atividades corriqueiras. Lembre que muitos adultos com síndrome de Down não descrevem sua dor ou possuem uma maior tolerância para o desconforto o que faz com que a osteoartrite vá piorando sem tratamento adequado. Se suspeitar de qualquer desconforto investigue a saúde das articulações.

INSTABILIDADE DA REGIÃO CERVICAL - A região da espinha localizada no pescoço é a coluna cervical. Em adultos com síndrome de Down esta região pode ser mais instável e mudanças crônicas na área podem gerar fraqueza de braços, mãos, anormalidades na marcha e até incontinência. Os ossos do pescoço são mais vulneráveis em pessoas com síndrome de Down e exames de imagem podem ser necessários para averiguação da saúde da área.

ALZHEIMER - Este tipo de demência reduz a quantidade de células no cérebro e afeta memória, habilidade de aprendizagem, comunicação e atividades básicas, incluindo a caminhada. Não existe um exame de sangue ou imagem para o diagnóstico, que é clínico e depende da história do paciente, das mudanças de funcionamento diário e memória. Mantenham-se proativos, adotando um estilo de vida saudável, alimentação antiinflamatória, suplementação adequado, tendo momentos de interação social e coordenando os cuidados com a equipe de saúde.

OSTEOPOROSE - A perda de massa óssea aumenta o risco de fraturas e dores e pode comprometer a marcha. Exercícios aeróbicos de baixo impacto, exercícios de fortalecimento muscular e treinamento proprioceptivo ajudam a melhorar o padrão de marcha, o equilíbrio e reflexos. Tudo para prevenir quedas e fraturas. Mais sobre atividade física na entrevista com o educador físico Paulo Marcelo:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/