Pra que serve o zinco?

O zinco é essencial para plantas e animais, regulando o funcionamento de muitas enzimas. No corpo humano, mais de 300 metaloenzimas dependentes de zinco já foram identificadas. Uma enzima é considerada metaloenzima de zinco quando a remoção deste mineral causa perda da atividade e alterações no metabolismo normal.

O zinco também regula genes específicos e vias de sinalização celular, assim como faz o íon cálcio. O zinco também é abundante no sistema nervoso central afetando a neurotransmissão. Na gravidez, lactação e durante o crescimento as necessidades de zinco aumentam.

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A quantidade de zinco absorvido com os alimentos varia entre 5 e 55%, dependendo da quantidade de zinco e fitato na alimentação. Estudos mostram que a quantidade máxima absorvida por dia por adultos é de aproximadamente 7mg, se a dieta for pobre em fitato. Frutos do mar e carnes possuem maior quantidade de zinco e maior absorção.

A eficiência da absorção de zinco por alimentos vegetais é menor do que a de alimentos de origem animal. O fitato (hexafosfato de mioinositol) presente em cereais e leguminosas, liga-se ao zinco no intestino, reduzindo sua absorção. Fitatos com menos fosfato influenciam menos na absorção de zinco. Deixar de molho alimentos como feijão, ervilha, lentilha, grão-de-bico, nozes e amendoim e descartar a água antes do cozimento é uma estratégia boa para a redução do fitato.

Valores ideais de zinco

Ao analizar zinco sérico a concentração deverá estar entre 110 a 130 mcg/dL. Valores mais próximos de 70 ainda são aceitáveis mas já podem começar a gerar sintomas. Valores menores que 70 são considerados muito baixos.

Outra opção é a fermentação. Quando os vegetais são fermentados, as bactérias produzem fitases, enzimas que quebram o fitato, aumentando a absorção de zinco. Alimentos fermentados (chucrute, kinchi, kefir, pickles) também melhoram o funcionamento intestinal, o que é fundamental para a boa absorção de vários minerais, inclusive do zinco.

A deficiência de zinco provoca retardo no crescimento, impotência sexual, hipogonadismo, baixa produção de esperma, queda de cabelo, diarreia, inflamação intestinal, lesões cutâneas, inflamação da língua (glossite), manchas nas unhas, depressão do sistema imune, distúrbios comportamentais, redução do paladar, atraso na cicatrização de feridas, lesões oculares.

Suplementos de zinco

É importante lembrar que o zinco pode interferir na ação de medicamentos, incluindo antibióticos, diuréticos, inibidores da ECA, quimioterápicos, imunossupressores e antiinflamatórios não-esteroidais. O alto consumo de zinco também pode desencadear deficiência de cobre. Para suplementar cobre avalie sempre antes os níveis sanguíneos.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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