Doenças epilépticas que respondem bem ao tratamento com a dieta cetogênica

Pacientes com crises epilépticas diárias ou semanais sem sucesso no tratamento com dois ou mais medicamentos antiepilépticos, corretamente indicados, tolerados e utilizados em doses adequados são grandes candidatos à dieta cetogênica. Para estes pacientes é provável que esta dieta, rica em gordura, moderada em proteína e pobre em carboidrato traga mais efeitos positivos do que uma nova medicação. Evidências sugerem que a dieta cetogênica também pode ser útil para pacientes com crises mensais que não obtém resultados positivos com o uso de medicamentos.

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A dieta cetogênica é um tratamento bem estabelecido, eficaz e viável, especialmente nas seguintes doenças:

  • Síndrome de deficiência da GLUT-1

  • Deficiência do complexo piruvado desidrogenase

  • Epilepsia mioclônico-atônica (síndrome de Doose)

  • Espasmos epilépticos (síndrome de West)

  • Síndrome de Lennox-Gastaut

  • Síndrome de Dravet

  • Complexo esclerose tuberosa

  • Síndrome de Rett

  • Doenças mitocondriais

  • Estado de mal epiléptico induzido por febre

É importante que o paciente submetido à dieta cetogênica seja acompanhado por nutricionista e neurologista. No caso de crianças o acompanhamento pediátrico também é essencial. Durante as consultas serão avaliados crescimento, desenvolvimento. Exames de sangue iniciais também são muito importantes, incluindo hemograma, lipidograma, glicemia, sódio, potássio, cálcio, fósforo, magnésio, enzimas hepáticas, ureia, creatina, ácido úrico, zinco, selênio, carnitina total e livre, gasometria venosa e nível sérico dos fármacos antiepilépticos. A cada três meses os exames devem ser repetidos.

Acabar com as convulsões é a meta para pacientes epilépticos. As convulsões aumentam o risco de acidentes, de ansiedade, depressão. Além disso, convulsões prolongadas e recorrentes contribuem para a lesão de células nervosas, declínio cognitivo e redução da qualidade de vida.

Estudos tem mostrado que a associação de cetonas exógenas com triglicerídeos de cadeia média são as melhores opções para a redução destas crises (Brunner et al., 2021; D'Agostino et al., 2013; Kovács et al., 2017; Poff, Rho, & DÁgostino, 2019).

Aprenda mais sobre dieta cetogênica terapêutica na plataforma https://t21.video (curso para médicos e nutris iniciado, com uma aula nova por semana).

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Dieta cetogênica para controle da epilepsia refratária

A epilepsia é um distúrbio neurológico no qual a convulsão é o sintoma central. Porém, aproximadamente um terço dos pacientes com epilepsia são resistentes aos antiepilépticos e, portanto, necessitam de opções terapêuticas alternativas. A dieta cetogênica (DC) tem mostrado-se a opção de maior sucesso no controle da epilepsia refratária.

A DC é um tratamento médico/nutricional apoiado em um cardápio rico em gorduras, adequado em proteína e pobre em carboidratos. Foi desenvolvida para imitar os efeitos do jejum, induzindo o corpo a utilizar gordura como fonte de energia. Os lipídios são metabolizados no fígado em ácidos graxos e, posteriormente, oxidados nas mitocôndrias do fígado, gerando um excesso de acetil-CoA e a geração de corpos cetônicos (acetato, acetona e β-hidroxibutirato).

Os corpos cetônicos chegam ao cérebro agindo como antiepilépticos. Além disso, a composição da dieta é importante. Estudos mostram que os ácidos graxos ômega-3, especialmente o docosahexaenoico (DHA) possui maior eficácia no controle das crises em comparação com os ácidos graxos saturados.

Sampaio, 2018

Sampaio, 2018

No cérebro os corpos cetônicos modulam a ação de neurotransmissores, o potencial de membrana, o funcionamento dos canais de íons e geram mudanças na concentração de monoaminas, tendo ação neuroprotetora. Outros nutrientes podem ser interessantes no tratamento da epilepsia e modulação destas vias, como vitamina D, vitamina E, vitamina C e vitamina B6 (Kim, & Cho, 2019).

Acabar com as convulsões é a meta para pacientes epilépticos. As convulsões aumentam o risco de acidentes, de ansiedade, depressão. Além disso, convulsões prolongadas e recorrentes contribuem para a lesão de células nervosas, declínio cognitivo e redução da qualidade de vida.

Estudos tem mostrado que a associação de cetonas exógenas com triglicerídeos de cadeia média são as melhores opções para a redução destas crises (Brunner et al., 2021; D'Agostino et al., 2013; Kovács et al., 2017; Poff, Rho, & DÁgostino, 2019).

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Efeitos de diferentes genótipos no polimorfismo do gene CBS em pessoas com síndrome de Down

Pessoas com o genótipo TT (+ / +) para o polimorfismo rs5742905, e em menor grau CT (- / +), produzem níveis mais baixos de homocisteína em resposta ao teste de PML, quando comparados com o genótipo CC (- / -) . Níveis mais baixos de homocisteína desse teste inferem maior atividade do gene CBS. Este polimorfismo responde bem à suplementação de vitamina B6.

O gene para cistationina beta-sintase (CBS) está localizado no cromossomo 21 e é superexpresso em pessoas com síndrome de Down (SD), ou trissomia do cromossomo 21. Este é o motivo pelo qual muitas pessoas com SD apresentam níveis plasmáticos de homocisteína, metionina, S-adenosil-homocisteína e S-adenosilmetionina significativamente reduzidos. Por outro lado, os níveis plasmáticos de cistationina e cisteína podem aumentar significativamente, consistente com um aumento na atividade de CBS.

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Por outro aldo, os níveis de glutationa não aumentam necessariamente (o que seria ideal) devido, provavelmente, à superexpressão do gene da superóxido dismutase, também localizado no cromossomo 21. A suplementação de nutrientes como metionina, ácido folínico, B6, metil-B (12) e dimetilglicina pode ajudar a melhorar o perfil metabólico em pessoas com SD.

Outro polimorfismo do gene CBS é o rs121964972. O genótipo TT tende a aumentos da homocisteína de forma não responsiva à suplementação de vitamina B6. Desequilíbrios bioquímicos pela falta de correção metabólica podem estar na gênese na regressão de indivíduos com síndrome de Down na fase adulta.

A regressão muitas vezes cursa com elevação de glutamato (estimulante) e redução de GABA (falo mais sobre isso no curso PSICONUTRIÇÃO). O glutamato é um neurotransmissor que funciona em conjunto com o GABA no cérebro. Quando um aumenta o outro diminui. Muitas pessoas com síndrome de Down tem GABA alto. São relaxadas, tranquilas. Porém, desequilíbrios podem acontecer, com redução de GABA e aumento de glutamato. Os sinais de glutamato elevado incluem alergias, sono insatisfatório, aumento de estrabismo e irritabilidade. Uma das causas da elevação de glutamato é a metilação deficiente, por falta de B9, B12 ou por superexpressão da CBS.

Com falta de B6 a enzima GAd não converte glutamato em GABA. Se os níveis de vitamina B6 estiverem baixos, a enzima GAD não pode converter o glutamato em GABA.

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O glutamato cronicamente elevado causa inflamação e aumento do TNFalfa. A inflamação crônica leva a níveis baixos de glutationa e, eventualmente, intestino solto, alergias e autoimunidade, com aumento da incidência de doenças como Hashimoto, alopécia, doença de Graves etc.

Suplementos e medicamentos como valeriana, huperzina A, resveratrol, curcumina, EGCG e orotato de lítio ajudam a reduzir o glutamato. Exames nutrigenéticos ajudam-nos a entender as especificidades de cada pessoa com síndrome de Down. Para avaliação agende uma consultoria.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/