Suplementação de NADH na prevenção do Alzheimer

A queima do açúcar (oxidação da glicose) leva à produção de 4 moléculas de ATP (energia) e 10 moléculas de NADH (Nicotinamida Adenina Dinucleotídio). O NADH é uma coenzima antioxidante encontrada em todas as células vivas do corpo. Formada a partir da vitamina B3, o NADH pode aumentar a capacidade cerebral. A partir das 10 moléculas de NADH serão formadas outras 30 moléculas de ATP em um processo que se dá dentro da mitocôndria, na cadeia transportadora de elétrons. O NADH no cérebro também eleva os níveis de dopamina, neurotransmissor que ajuda a aumentar os níveis de entusiasmo. 

Já a oxidação da gordura gera cerca de 31 NADH, dependendo do tamanho do ácido graxo. A atividade antioxidante do NADH combate os radicais livres que aceleram o envelhecimento do cérebro. Esta é uma das razões pela qual alguns estudiosos sugerem a suplementação de NADH para prevenir problemas cognitivos na velhice. degenerativos relacionados ao envelhecimento, como o declínio cognitivo associado à idade (Jesús et al., 2014; Bouamama et al., 2017).

Comer demais não é bom pois aumenta a quantidade de radicais livres no cérebro. Contudo, passar a vida de dieta também não é legal, até porque irá gerar menor produção de NADH, molécula que além de ser um antioxidante direto também apoia outros antioxidantes. 

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Pesquisa publicada em 2018 por Hou e colaboradores mostrou que NAD+ pode estar diminuído em modelos de camundongos com Alzheimer. A suplementação reduziu a agregação da proteína TAU, a neuroinflamação, a morte de neurônios e melhorou a resposta em testes cognitivos. 

A suplementação de NAD/NADH parece ser segura mas aguardam-se melhores estudos em humanos, principalmente na velhice, visto que nesta fase os neurônios parecem consumir uma maior quantidade destas moléculas. A hipótese dos estudiosos do tema, apesar de resultados controversos, é que a suplementação contribuiria para a melhoria do humor, da motivação, do foco, concentração, energia e dos processos de aprendizagem. As pesquisas em geral usam dosagens entre 10 e 20 mg/dia.

A incidência de Alzheimer está aumentada em pessoas com Síndrome de Down. A quem interessar possa informo que as inscrições para a próxima turma de atualização em nutrição na Síndrome de Down estão abertas.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Significados da alimentação

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A alimentação é uma das necessidades mais básicas do ser humano. Contudo, além de uma necessidade biológica traz consigo um complexo sistema de significados sociais, éticos, estéticos, políticos e até sexuais.

O que comemos é tão importante quanto quando, como e com quem comemos. Ao redor da comida fortalecemos laços, extraímos prazer e bons momentos. O problema é quando a comida passa a ser o centro de tudo.

L.Z.S., por exemplo, diz que a comida está presente em todos os momentos. Ela come quando tem fome, come quando está feliz, quando está triste, quando está ansiosa, quando não tem nada para fazer, quando não sabe como lidar com determinadas situações... Diz também que não entende o próprio comportamento em relação à alimentação. É uma mulher bem-sucedida, gosta do trabalho, tem uma família bem estruturada. 

Para quem olha de fora L.Z.S. parece apenas mais uma dessas pessoas sem força de vontade para seguir uma alijmentação adequada e saudável. Mas tudo começou há muito tempo e é muito mais complexo. Apesar de saudável e tendo um peso adequado na adolescência L. comparava-se com outras meninas e com as capas das revistas e achava-se gordinha. Começou a restringir a alimentação por conta própria. Passava fome e voltava a comer em abundância. Passou a alternar momento de restrição com momentos de descontrole e fez isso por décadas. E é claro, hábitos antigos não morrem facilmente. 

Quando discriminamos as pessoas trando-as como desleixadas por estarem acima do peso contribuímos para o comer emocional das mesmas. As histórias de vida são muito diferentes. Programas de emagrecimento mal fundamentados perpetuam o problema. Quantas pessoas já investiram milhares de reais em dietas, livros, shakes, suplementos para depois voltarem a ganhar peso? Quem come por estresse, por ansiedade, por carência, para minimizar frustrações precisa na verdade aprender outras técnicas e parar de pensar no peso e na dieta. Desta forma, muitas vezes emagrecem naturalmente, atingindo um peso adequado e saudável para a própria consituição. Este peso provavelmente não será o mesmo da tal garota da capa da revista mas perseguir a própria felicidade é mais importante que perseguir modelos impostos pela indústria da beleza.

Dicas:

  • Faça uma atividade física que lhe dê prazer. Inicie de forma moderada e segura. Se precisar busque ajuda de um profissional da área de educação física. Não se culpabilize se faltar um dia à academia. Marque novamente na agenda e vá no dia seguinte, de preferência com uma companhia agradável.
  • Perceba os sinais de estresse (ansiedade, irritabilidade, dor de cabeça, dor de estômago etc).
  • Durma entre 7 e 8 horas ao dia ou até que seu corpo esteja verdadeiramente descansado e sua mente disposta.
  • Dê menos opinião à opinião alheia. Relativize os comentários e foque em sua saúde física, mental e emocional.
  • Partilhe emoções positivas com as pessoas queridas.
  • Trate sua saúde caso esteja doente.
  • Defina sonhos e objetivos realistas para não aumentar seu nível de frustração.
  • Adote um estilo de vida que faça sentido por vários anos. 
  • Valorize e celebre suas conquistas.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Bebê vegetariano

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Ao nascer em uma família o bebê entra em contato com pais que seguem ou não uma determinada religião, que torcem para um time ou outro de futebol, com visões particulares sobre a política do país. No que tange à alimentação a criança também nascerá em um contexto especial. Se vier em uma família que consome alimentos de origem animal aprenderá isso, se nascer em uma família que toma refrigerantes desde o café da manhã aprenderá (infelizmente) isso, se nascer em uma família vegetariana terá outro tipo de alimentação.

Os veganos vão se chocar com os pais que oferecem carnes aos bebês. Os onívoros (que consomem tudo) poderão se chocar com os que não oferecem. Mas, independente dos valores e hábitos de cada família o importante é que todos os bebês recebam todos os nutrientes que precisam para crescerem saudáveis. Proteínas, carboidratos, lipídios, vitaminas, minerais, fibras, água, fitoquímicos mostram-se fundamentais também ao neurodesenvolvimento.

O alimento ideal até os 6 meses de vida do bebê é o leite materno e isso não muda. A partir dos 4 a 6 meses a criança começará a receber alimentos complementares. Para não errar na montagem do cardápio indica-se o acompanhamento com pediatra e nutricionista especialistas na área. Caso necessário suplementos alimentares também serão indicados.

É importante que a introdução dos alimentos seja feita de forma gradual, com poucos ingredientes de cada vez, para uma identificação mais fácil de possíveis intolerâncias ou alergias. Por outro lado, atrasar a introdução de frutas, verduras, cereais, leguminosas e gorduras boas pode retardar o crescimento e o desenvolvimento.

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Os sinais do bebê devem ser respeitados. Os alimentos deverão ser oferecidos em uma colher ou com as mãos para que a criança possa explorar os novos sabores. O horário das refeições também poderá ser flexível, de acordo com as necessidades da criança.

Caso o bebê não goste de algum purê, papa ou fruta tudo bem. Não force-o. Ofereça novamente o mesmo alimento em outra oportunidade. Estima-se que algumas crianças precisam provar cada alimenta cerca de 12 a 15 vezes para habituarem-se a novos sabores.

Em Portugal o Programa Nacional para a Promoção da Alimentação saudável divulgou um guia acerca da alimentação de crianças e adolescentes vegetarianos. A alimentação saudável deve privilegiar produtos locais e da época, se possível provenientes de agricultura biológica e sustentável. Devemos evitar a máximo produtos processados, que venham dentro de pacotes e embalagens cheias de açúcar, corantes e conservantes.

O vegetarianismo está associado à maior longevidade e à menor incidência de doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer. A dieta vegana, quando seguida pela família, deve ser suplementada de vitamina B12 e outros nutrientes que fizerem-se necessários, incluindo cálcio, ferro, zinco e ômega-3.

Dicas por idade

4 aos 6 meses (se houver necessidade de alimentação complementar): frutas como pera, abacate, banana ou maçã nos intervalos entre as mamadas.

6 meses: introduzir papa salgada com cereais (batata-doce, batata inglesa, beterraba, chuchu, cenoura...). Os vegetais podem ser cozidos ou assados. Amasse para formar uma papa. Não há necessidade de liquidificar ou passar na peneira.

8 meses: famílias que consomem ovo podem adicionar a gema à alimentação do bebê.

9 a 12 meses: leguminosas (ervilha, feijão, lentilha, grão de bico deixados de molho durante a noite para redução de gases e melhoria da absorção de minerais. Pela manhã descarte a água da noite anterior. Depois, cozinhe normalmente. 

A partir dos 14 meses o bebê já está preparado para fazer a refeição idêntica à da família. Teste condimentos e temperos, evitando aqueles mais agressivos como temperos picantes.

Se quiser aprender mais faça o curso online sobre a introdução da alimentação complementar. Acesse aqui.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/