Dietas ricas em proteínas não são todas iguais

Revisão sistemática que incluiu 17 estudos com mais de 250.000 pessoas mostrou que dietas ricas em proteínas animais e pobres em carboidratos complexos aumenta o risco de mortalidade por diferentes causas (Noto et al., 2013). Contudo, se a dieta é rica em proteínas vegetais o risco de mortalidade é reduzido (Jenkins et al., 2009). Por isso, inclua mais hortaliças, frutas, castanhas, leguminosas, cereais integrais e cogumelos em suas refeições.

Mortalidade com diferentes dietas:

Uma das explicações é a alteração da microbiota intestinal e inflamação observada em indivíduos que consomem mais alimentos de origem animal (Wang e Jia, 2016).

Mais sobre alimentação e o risco de doenças:

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

DHA e autismo

Alguns estudos de 2016 voltam a trazer resultados importantes acerca da suplementação de ômega-3 nos transtornos do espectro do autismo (TEAs). Estudos conduzidos nos Estados Unidos (Parletta, Niyonsenga e Duff, 2016) e no Canadá (Jory, 2016) mostraram que crianças com autismo possuem comumente carência de DHA, um tipo de gordura do tipo ômega-3, fundamental para o ótimo desenvolvimento do cérebro. A carência correlaciona-se diretamente com sintomas comuns dos TEAs. 

Estudo publicado em 2016 mostrou que a exposição pré-natal (durante a gestação) ao ácido valpróico (antiepiléptico) induz aberrações neurocomportamentais em camundongos. A suplementação de ácido docosahexaenóico (DHA) recuperou células afetadas, aumentou o número de neurônios maduros no hipocampo. Os dados sugerem que a suplementação de DHA tem um papel neuroprotetor importante, melhorando inclusive disfunções de aprendizagem e memória (Gao et al., 2016).

A suplementação de DHA na gestação protegeu camundongos dos efeitos deletérios de virus e melhorou o comportamento após o nascimento (Weiser et al., 2016). O ideal é que a suplementação seja feita ainda na gestação, fase de acelerado neurodesenvolvimento. Bebês prematuros não produzem ômega-3 até a idade em que completariam 33 semanas intrauterinas. Se a mãe estiver amamentando é importante que sua alimentação seja suplementada com ômega-3. Se não puder amamentar sugere-se a suplementação dos bebês (Makrides et al., 2009) . A suplementação em crianças parece também melhorar o déficit de atenção (Sorgi et al., 2007) Contudo, a suplementação tardia nem sempre resulta em bons resultados.

Por exemplo, pesquisa publicada em 2015 na revista Molecular Autism, mostrou que a suplementação de 1,5g de EPA e DHA para 38 crianças com idades entre 2 e 5 anos não resultou em melhoria de sintomas como agressividade e hiperatividade após 6 meses. A suplementação de ômega-3 também não foi capaz de melhorar tais sintomas em adultos (Mankad et al., 2015). Revisão sistemática publicada em 2011 também apontou o mesmo resultado (Bent, Bertoglio e Hendren, 2009).  

Caso opte-se pela suplementação é importante a escolha de um produto livre de mercúrio, metal tóxico que afeta o desenvolvimento. Marcas mais ricas em DHA também são sugeridas.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Transtornos alimentares em crianças e adolescentes

Transtornos alimentares (TA) são a terceira enfermidade crônica mais comum em adolescentes, depois do excesso de peso e da asma (Gonzalez, 2007). Podem se apresentar tão cedo quanto os 12 anos. Existem muitos protocolos para a detecção destes transtornos como: Eating Attitudes Test (EAT), Bulimia Test-Revised (BULIT-R), Questionnaire of eating and Weight Patterns-Revised (QEWP-R), BSQ, Eating Disorder examination-self-report questionnaire (EDE-Q)Eating Disorder Inventory (EDI) entre outros. Todos estes instrumental facilitam o diagnóstico (Urzúa et al., 2009).

O tratamento das desordens ou transtornos alimentares é multiprofissional e compreende:

- psicoterapia

- monitoramento médico com uso de medicamentos incluindo antidepressivos, caso necessário

- aconselhamento nutricional, sem foco na dieta e sim na alimentação consciente.

Durante o tratamento são discutidos temas como o papel da alimentação saudável na saúde, as mensagens veiculadas pela mídia, imagem corporal saudável, autoestima, perigos das dietas e do uso de medicamentos como laxativos e redutores do apetite.

Os pais têm também um papel importante. Em um mundo que constantemente diz aos adolescentes como deveriam se parecer é importante que os pais não adicionem mais pressão enfatizando aspectos estéticos. Afinal, aparência não é nem de longe o mais importante nesta vida. Os pais podem ensinar crianças e adolescentes a usarem uma linguagem positiva quando estiverem falando de seus corpos. Também podem ensiná-los a apreciar o corpo pelo que ele pode fazer. Além disso, podem ajudá-los a apreciar a atividade física e alimentação saudável, sem imposições, mas só porque é divertido. Crianças correm o dia todo, pulam, giram e se divertem sem se preocupar com o formato de seus corpos. E assim deveria continuar sendo. 

A escola pode exercer grande influencia na formação de hábitos alimentares (Aldinger e Jones, 1998), não só ofertando alimentos saudáveis mais também discutindo pontos como a estética imposta pela mídia, família ou colegas.

Pessoas em sofrimento devem buscar acompanhamento especializado. Dentre os tratamentos destacados na literatura está a Terapia Cognitivo Comportamental, que ajuda pessoas com transtornos a remodelarem os pensamentos errôneos. A terapia é unida ao aconselhamento nutricional, abordagem que ajuda o paciente a repensar a alimetação, fugindo de dietas rigorosas, respeitando desejos, preferências, emoções, cultura e regionalidade. O tratamento inicia-se com acompanhamento semanal com psicóloga e quinzenal com nutricionista, por 3 meses. Para agendar o início do tratamento envie uma mensagem. O pagamento pode ser dividido em até 6 vezes, no cartão de crédito.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/