Psicologia positiva e mindfulness

Tal Ben-Shahar é doutor em Psicologia e Filosofia pela universidade de Harvard, onde foi professor por 25 anos. Fez sua carreira estudando a felicidade. Para ele são 5 os pilares da psicologia positiva:

  • Gratidão - valorizar o que você tem estabelece um círculo virtuoso.

  • Permissão para ser humano e experimentar todas as emoções. As emoções negativas, como a raiva, o medo e a ansiedade, são necessárias para nós. Só os psicopatas estão a salvo delas. O problema é que, por falta de educação emocional deixamos nos dominar pelo pânico.

  • Exercícios físicos - o humor melhora quando mexemos o corpo. Estudos mostram que a atividade física reduz a incidência de depressão, ansiedade, estresse e pânico; melhora o processamento mental, aumenta a longevidade, melhora a qualidade do sono e fortalece o sistema imunológico.

  • Relacionamentos saudáveis - são um poderoso indicador de felicidade, muito mais do que dinheiro. Pessoas felizes têm extensas redes sociais e bom relacionamento com as pessoas nessas redes.

  • Meditação e yoga (meditação ativa).

A psicologia positiva trabalha com meditação, com mindfulness.

Mindfulness ou atenção plena é um conceito traduzido do budismo e refere-se à estar consciente, de forma neutra (sem julgamentos) dos próprios pensamentos e emoções a todo tempo. Pesquisas mostram que a atenção plena pode ser treinada trazendo uma série de benefícios individuais e coletivos. 

1) Maior auto-aceitação. O estado de introspecção, abertura e reflexão relacionado à atenção plena correlaciona-se positivamente com afetos positivos, satisfação, menor estresse e maior bem estar geral. 

2) Melhor memória. Muitos estudos mostram que a atenção consciente e a memória de trabalho. Estudo de van Vugt & Jha (2011) mostrou que a participação em um retiro de meditação intensivo de um mês melhorou a memória, a atenção e a qualidade da tomada de decisões. 

3) Redução de sintomas depressivos. Ser discriminado dói mas existem formas de lidar com os sentimentos que surgem. Um estudo conduzido pela Universidade da Carolina do Norte mostrou que a prática de mindfulness é um fator protetor que reduz os efeitos negativos da discriminação e a gravidade da depressão. 

4) Fortalecimento do caráter. A prática de mindfulness ajuda as pessoas a expressarem seus pontos fortes (Niemiec, 2012). Ajuda também a cultivar a compaixão, sabedoria e bem estar, independentemente das circunstâncias externas  (Niemiec, 2014).

5) Contribui para a redução do peso corporal. Existem evidências de que a prática de mindfulness contribui para a adoção de uma alimentação mais saudável e menos calórica e para a perda de peso (Dalen et al., 2010; Godsey, 2013; O’Reilly et al., 2014). No caso, a escala mais utilizada para a avaliação do comer consciente é a de Framson e colaboradores (2009).

Mas o que significa o estado mental de mindfulness? O mesmo é descrito como a atenção plena e sem julgamentos no tempo presente (Kabat-Zinn et al., 1992). Este estado pode ser induzido ao focarmos nossa atenção intencionalmente na experiência direta do momento presente, numa atitude aberta e não-julgadora. O mesmo pode ser treinado por meio de técnicas ou exercícios meditativos e psicoeducativos

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Para ler artigos científicos sobre mindfulness clique nos links:

Baer, R. A., Smith, G. T., Lykins, E., Button, D., Krietemeyer, J., Sauer, S., Walsh, E., Duggan, D., & Williams, J. M. G. (2008). Construct validity of the five facet mindfulness questionnaire in meditating and non-meditating samples. Assessment, 15, 329-342.

Bishop, S.R., Lau, M., Shapiro, S. L., Carlson, L., Anderson, N. D., Carmody, J., et al. (2004). Mindfulness: A proposed operational definition. Clinical Psychology: Science and Practice, 11, 230–241.

Brown, K. & Ryan, R. (2003). The Benefits of Being Present: Mindfulness and Its Role in Psychological Well-Being. Journal of Personality and Social Psychology, 84, 822-848.

Brown, K. W., Ryan, R. M., & Creswell, J. D. (2007). Mindfulness: Theoretical foundations and evidence for its salutary effects. Psychological Inquiry, 18(4), 211-237.

Carlson, E. N. (2013). Overcoming the barriers to self-knowledge: Mindfulness as a path to seeing yourself as you really are. Perspectives on Psychological Science, 8(2), 173-186.

Hirayama, M.S., Minani, D., Rodrigues, R.C.M., et al. (2014). A percepção de comportamentos relacionados à atenção plena e a versão brasileira do Freiburg Mindfulness Inventory. Ciência & Saúde Coletiva, 19(9), 3899-3914.

Ivtzan, Gardner, & Smailova (2011). Mindfulness meditation and curiosity: The contributing factors to wellbeing and the process of closing the self-discrepancy gap. International Journal of Wellbeing, 1(3), 316-326.

Niemiec, R. M. (2012).  Mindful living: Character strengths interventions as pathways for the five mindfulness trainings. International Journal of Wellbeing, 2, 22-33.

Niemiec, R. M., Rashid, T., & Spinella, M. (2012). Strong mindfulness: Integrating mindfulness and character strengths. Journal of Mental Health Counseling, 34(3), 240-253.

van Vugt, M.K. & Jha, A.P. (2011). Investing the impact of mindfulness meditation training on working memory: A mathematical modeling approach. Cognitive Affective Behavioural Neuroscience, 11, 344-353.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Mindful eating - alimentação consciente

A alimentação consciente não trabalha com pirâmides de alimentos, não trabalha com contagem de calorias, não trabalha com tabelas nutricionais. Está voltada às experiências alimentares de cada um, momento a momento. Como sua experiência é única você é o expert. E pode fazer muito para melhorar a própria alimentação, comendo com mais atenção, substituindo a crítica ao prazer, deixando a ansiedade de lado e olhando o alimento de forma diferente, curiosa, investigativa.

Você já sentou em frente à TV e comeu um pacote inteiro de biscoitos sem nem perceber? Isso acontece quando não estamos prestando atenção. Comemos sem saber o gosto, o cheiro, sem prestar atenção aos sinais de fome e saciedade. Ao comer todo o pacote podemos sentir culpa, remorso, podemos dizer: "agora não vou poder jantar, já comi demais". E com isso estabelecemos uma relação com o alimento nada saudável, nada prazerosa.

Estudos mostram que quem não presta atenção ao ato de comer tem maior tendência a comer mais e a ganhar mais peso, o que ainda aumenta o risco de doenças cardiovasculares e diabetes.

Mas o que acontece se resolvemos comer com mais consciência? Isso pode significar uma melhor escolha dos alimentos, mas pode também significar comer prestando mais atenção. Por exemplo, e se ao invés de levar o pacote de biscoito inteiro para o sofá você pegar um prato bonito, colocar quatro biscoitos e se sentar à mesa? Você poderia apreciá-los mais, observando seu formato, observando seu cheiro, prestando atenção às suas emoções (está estressado/cansado/feliz/triste/carente?), ao seu estômago (está rugindo de fome ou está tranquilo?). E se pegar o biscoito e antes de colocá-lo na boca você der mais uma observada (nas cores, texturas...). E se der uma pequena mordida e tentar sentir se a língua percebe diferentes sabores em suas diferentes partes (na frente, atrás, de um lado e de outro?).

E se você deixar o biscoito se dissolver ao invés de comer rapidamente? E se puder contemplar? De onde veio o biscoito? Quem plantou o trigo, a cana de açúcar, onde está a fábrica, que pessoas estiverem envolvidas no processo (agricultura, transporte, manufaturação, venda... ). 

Com pequenas pausas entre cada biscoito você observará que estará se sentindo muito mais satisfeito, curtiu muito mais o momento, apreciou mais o alimento e não precisou devorar o pacote inteiro. Pode observar que agora não tem fome e sim sede. Ou você pode checar com seu corpo e ver que ele está pedindo uma laranja e não mais biscoitos...

Mindful eating ou alimentação consciente é uma forma de descobrir novamente os prazeres da mesa ao mesmo tempo uma forma mais saudável de se relacionar com o alimento. Antes de comer pergunte-se: (1) Estou com fome? (2) como sei que estou com fome? (3) estou com fome de quê? (4) que características tem este alimento (odor, temperatura, textura, sabor...).

Estas perguntas simples nos ajudam muito! Quando não prestamos atenção o alimento não é tão prazeroso, comemos mais do que nosso corpo pede ou comemos alimentos prejudiciais à ele (pois não prestamos atenção nas reações negativas que também podem surgir). 

Lembre-se: fome da alma nenhuma comida acalma! Perceba-se!

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/