O jejum e a saúde do coração

Intrigados com as baixas taxas de doenças cardíacas entre mórmons, pesquisadores da Universidade de Utah, nos EUA, examinaram os exames médicos de 4629 indivíduos entre os anos de 1994 e 2002. A priori, pensava-se que a menor incidência de doenças do coração entre os religiosos devia-se ao fato de absterem-se do cigarro, o que realmente contribui para a saúde em geral. Porém, ao ajustar os dados com a variável tabagismo, observou-se que ainda assim os mórmons tinham uma saúde cardiovascular melhor.

Na segunda parte do estudo, 515 pacientes, com idade média de 64 anos completaram um questionário que incluía questões sobre inclinação religiosa, tabagismo, jejuns, consumo de chás, café ou álcool, tempo para descanso e atividades relacionadas à caridade. Neste grupo, os indivíduos que relataram jejuar tiveram um percentual menor de infartos. Mesmo dentre os indivíduos sem preferências religiosas, que jejuavam o efeito protetor foi observado. Apesar do estudo não provar que o jejum melhore a saúde das artérias ele sugere que este é uma hipótese a ser considerada. A causa é que a abstenção de alimentos ou bebidas por 24 horas reduz a exposição constante do corpo à glicose. Um dos problemas no desenvolvimento da síndrome metabólica e do diabetes é que as células beta produtoras de insulina ficam disensibilizadas e o jejum permite uma resensibilização das mesmas. Outros estudos são ainda necessários afim de comprovar a tese dos pesquisadores e por isto não sugerem-se jejuns a todos porém mais uma vez fica claro que comer em excesso nunca é o recomendado.

Por quanto tempo devemos jejuar?

Existem muitos benefícios no jejum, entre eles a redução da inflamação e o estímulo de genes antienvelhecimento. Mas porquanto tempo devemos jejuar? ⠀ O tempo mínimo e recomendado para realização diária é de 12h.

Pacientes com neuroinflamação, maior risco de Alzheimer ou doenças autoimunes podem se beneficiar de jejuns mais frequentes e mais longos - 16 a 20h (pelo menos 2 vezes por semana). Este é um tempo suficiente para melhorar a expressão de genes como PGC1a, NRF2 e também a biogênese mitocondrial.

Obesos ou pessoas que já fizeram muitas dietas precisam ter mais cuidado. Jejuns mais longos podem atrapalhar e desequilibrar alguns comportamentos alimentares e gerar mais compulsão. Outra questão é o que vamos comer após o jejum. De nada adianta jejuar e depois só consumir alimentos ruins para seu corpo. Durante o jejum a pessoa pode tomar água, chás e shots sem açúcar e tinturas antioxidantes.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Terapia Nutricional na Cirurgia Bariátrica

A obesidade grau III é uma síndrome crônica de difícil tratamento. O mesmo geralmente envolve dieta, atividade física, terapia comportamental, uso de medicamentos e, quando tudo isto falha, a cirurgia bariátrica. Esta cirurgia costuma ser indicada para indivíduos com IMC acima de 40kg/m2, que tenham feito tratamento clínico e acompanhamento nutricional por pelo menos 2 anos consecutivos sem sucesso e que apresentem co-morbidades como diabetes, pressão arterial elevada, a artrose ou apnéia do sono. Mesmo optando-se pela cirurgia, o aconselhamento nutricional e psicológico é muito importante visto que sem uma reeducação alimentar o risco de insucesso e ganho posterior de peso é grande.

A orientação nutricional no período pré-operatório tem como objetivos preparar o paciente para o programa de alimentação do período subseqüente à cirurgia e promover uma reeducação alimentar que possibilite a perda de peso sem que desenvolvam-se deficiências nutricionais. Após a cirurgia, dependendo da técnica adotada o volume inicial aceitado pelo paciente varia entre 50 e 500mL por horário e a consistência da dieta é líquida para que o estômago não seja muito estimulado. Açúcar, gordura e laticínios são excluídos da dieta por aproximadamente 5 dias. Alimentos bem aceitos incluem água, água de coco, bebidas isotônicas, chás, sucos de frutas naturais coados, caldo de vegetais coados e gelatina diet. Após a primeira semana a dieta evolui e são introduzidos laticínios desnatados, sucos de frutas peneirados, sopa com carne liquidificada, temperos e pudins. Nesta fase, os volumes ainda são pequenos e deve-se atentar bastante para a hidratação do paciente. Geralmente permanece-se com esta dieta por mais 15 dias, iniciando-se então uma dieta de transição para uma consistência mais pastosa.

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Pode-se incluir ovos cozidos moles, biscoitos misturados com leite, frutas raspadas ou amassadas e caldo de feijão. A dieta pastosa pode ser necessária por mais 15 até 30 dias. É importante que a mastigação seja lenta e cuidadosa, que os líquidos sejam ofertados longe dos horários das refeições e que sejam escolhidos alimentos nutritivos, ricos em cálcio, proteínas, ferro, ácido fólico e vitaminas. Seguindo-se a este período segue-se a dieta branda, com digestão facilitada pela cocção ou ação mecânica. Por isto excluem-se ainda alimentos muito fibrosos e consistentes e as refeições ainda são bastante fracionadas (6 a 9 vezes ao dia) com volumes pequenos. Esta fase costuma durar outros 15 dias quando o paciente torna-se apto a receber uma alimentação normal, ou aquela da família. Erros alimentares devem ser trabalhados e alimentos ricos em nutrientes devem ser escolhidos. A suplementação protéica e de vitaminas e minerais também será necessária. Converse com seu médico e com seu nutricionista. Após o período pós-cirúrgico entra-se no período de manutenção. O reganho de peso infelizmente é comum, por isto a mudança de estilo de vida é fundamental.

Você precisará praticar atividade física para ganhar musculatura e adotar uma dieta saudável. Não é uma punição, é a receita de saúde para todo mundo e não só para ex-obesos. Contudo esta reprogramação do estilo de vida pode levar até 2 anos. Por isto, o acompanhamento é fundamental.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Como prevenir o câncer?

O Fundo Mundial de Pesquisa sobre Câncer (World Cancer Research Fund - WCRF UK) publicou no início de novembro seu relatório sobre prevenção de câncer. O relatório que pode ser acessado no site da instituição, trás as recomendações mais importantes para a prevenção do câncer:

1. Permaneça magro, porém sem ficar abaixo do peso.

2. Seja fisicamente ativo, por pelo menos 30 minutos ao dia.

3. Evite alimentos de alto valor calórico, limitando o uso de comidas processadas ricas em açúcares e gorduras e de baixo teor de fibras.

4. Coma mais verduras, frutas, cereais e grãos integrais.

5. Modere o consumo de carnes vermelhas e evite carnes processadas e embutidos.

6. Se for consumir bebidas alcoólicas, limite-as a 02 doses ao dia se for homem e 01 dose se for mulher. 1 dose = 1 lata de cerveja, 100 ml de vinho ou 40 ml de destiladas.

7. Limite o consumo de sal e de comidas industrializadas com sal.

8. Não use suplementos para se proteger contra o câncer sem recomendação de um nutricionista, os mesmos podem aumentar o risco de várias doenças.

9. Amamentação exclusiva até 06 meses de vida do bebê é o melhor para as mães e seus filhos.

10. Mesmo após o tratamento contra o câncer, os pacientes devem seguir as recomendações para a prevenção da doença afim de prevenir a recorrência da mesma.

11. Não fume. Se estiver fumando procure um tratamento médico para interrupção do tabagismo. Se você não fuma, nem pense em começar.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/