Cálcio vindo da dieta protege mais do que o cálcio dos suplementos

De acordo com pesquisa publicada pela Escola de Medicina da Universidade de St. Louis, mulheres que ingerem a maior parte de sua necessidade de cálcio vindo dos alimentos tem ossos mais fortes do aquelas que ingerem o cálcio de suplementos dietéticos. Surpreendentemente isto acontece mesmo sendo a quantidade de cálcio fornecida através dos supleementos superior à adquirida através da dieta. O estudo publicado na edição de maio do Jornal de Nutrição Clínica, não só analisou o consumo de cálcio como também a densidade mineral óssea e as concentrações de metabólicos estrogênicos na urina.

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De acordo com os pesquisadores, mulheres que não consumiam suplementos ingeriam 830 mg de cálcio diariamente ao passo que as mulheres do grupo com suplementação consumiu em média 1620 mg de cálcio por dia. Mesmo assim, o primeiro grupo tinha uma densidade mineral maior (Napoli et al., 2007).

O hormônio estrogênio é capaz de manter a densidade mineral óssea e o conteúdo ativo na urina foi maior nas mulheres que não ingeriam suplementos, ou seja, o cálcio dietético favorece a produção de formas ativas de estrogênio. Isto pode ocorrer em virtude do conteúdo estrogênico de alimentos ricos em cálcio como o leite. Além disso, suplementos como o carbonato de cálcio precisam ser consumidos junto com as refeições ou a absorção não será a esperada. O cálcio dietético costuma ser melhor absorvido o que também pode ter melhores efeitos sobre a densidade mineral óssea.

Se precisar suplementar converse com o seu nutricionista acerca de dosagens e melhores associações. Cálcio sozinho em grande quantidade tende a se depositar no endotélo vascular, predispondo a calcificação e consequente desenvolvimento de problemas cardiovasculares e maior mortalidade (Reid, Gamble & Bolland, 2016Reid, Birstow & Bolland, 2017).

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Nutrição em Saúde Pública x Nutrição Clínica

Nutrição em Saúde Pública (também chamada nutrição coletiva) tem como foco a promoção da saúde e a prevenção de doenças na população geral. Profissionais atuantes nesta área desenvolvem suas atividades de alimentação e nutrição respeitando políticas e programas institucionais, de atenção básica e de vigilância sanitária;

Já a Nutrição Clínica tem como foco o controle nutricional de pacientes individuais ou grupos de pacientes com doenças definidas. O nutricionista clínico desenvolve atividades de alimentação e nutrição em hospitais e clínicas, nas instituições de longa permanência para idosos, nos ambulatórios e consultórios, nos bancos de leite humano, nos lactários, nas centrais de terapia nutricional, nos spas e também em atendimento domiciliar;

As duas, entretanto, possuem uma interface e ao atuarem junto possuem uma maior chance de sucesso.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/