O consumo de azeite de oliva extra virgem (AOEV) tem um efeito benéfico na saúde humana, especialmente na prevenção de doenças cardiovasculares e distúrbios metabólicos. Este alimento essencial da dieta mediterrânea e de países como Espanha, Itália e Grécia, é capaz de reduzir a oxidação de lipídeos e do DNA, melhorar o perfil lipídico e a resistência à insulina, reduzir a disfunção endotelial, ainflamação e a pressão arterial.
Tradicionalmente, as propriedades benéficas do AOEV têm sido atribuídas ao seu alto teor de ácidos graxos monoinsaturados (MUFA), que representam até 80% de sua composição lipídica total. No entanto, evidências cumulativas recentes têm mostrado que os componentes secundários do AOEV, como compostos fenólicos e outros compostos com características antioxidantes, também podem contribuir para as características saudáveis do óleo. Esses componentes representam apenas 1–2% do EVOO, mas estão completamente ausentes em outros tipos de óleos derivados de sementes ou frutas.
Compostos fenólicos do azeite de oliva
Os azeites de oliva contêm diferentes classes de compostos fenólicos, como álcool fenil etílico (hidroxitirosol e tirosol), ácido cinâmico (ácido cafeico e ácido p-cumárico) e benzóico (ácido vanílico), flavonas (apigenina e luteolina) e secoiridoides (oleuropeína e ligtrósido derivados). O principal polifenol do AOEV, o hidroxitirosol, um eliminador de radicais livres, que reduz o LDL oxidado e as agregações de plaquetas.
A oleuropeína do azeite é uma molécula antiinflamatória que promove a produção de óxido nítrico em macrófagos. O oleocanthal exerce propriedades antiinflamatórias semelhantes ao medicamento ibuprofeno. Contudo, a composição química do azeite varia entre as espécies de oliveira e é pelas condições ambientais, práticas agronômicas, manejos de colheita e sistemas de extração. O tipo de procedimento de extração do óleo é o processo que mais influencia a concentração dos compostos fenólicos. O AOEV é obtido pela trituração e processamento manual da azeitona, preservando assim o teor dos componentes secundários que se perdem irreversivelmente no azeite refinado, extraído por processos químicos e físicos. O azeite refinado apresenta efeito menos saudável, devido ao baixo conteúdo fenólico.
Regulação genética pelo consumo de azeite de oliva
Estudos nutrigenômicos mostram que compostos do azeite regulam vários genes que influenciam inflamação, estresse oxidativo e metabolismo lipídico.
O azeite de oliva rico em polifenóis atua no transcriptoma e miRNome, promovendo a saúde humana graças às suas propriedades antiinflamatórias, anticâncer e antioxidantes e à sua modulação do metabolismo da glicose / lipídios.
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