Desânimo, apatia, falta de concentração? Como está sua dopamina?

Sintomas como desânimo, apatia e falta de concentração possuem relação com estresse crônico, com desordens tireoidianas, com sono deficiente, com carências nutricionais (a mais comum é a anemia por deficiência de ferro) e redução na produção de neurotransmissores ou depressão. O tratamento depende então da causa. A suplementação também.

Um aminoácido importante para quem quer mais energia é a TIROSINA. A sua molécula é utilizada para formar inúmeros compostos, dentre eles, as CATECOLAMINAS, neurotransmissores excitatórios conhecidos pelos nomes: DOPAMINA, NORADRENALINA e ADRENALINA.

Além da tirosina, a produção destes neurotransmissores depende de co-fatores, incluindo algumas vitaminas do complexo B, vitamina C, e minerais como zinco, cobre, ferro, magnésio, além do doador de metil SAMe.

Fontes de tirosina

Carnes, soja, amendoim, amêndoas, abacate, feijão-de-lima, laticínios, sementes de cabaça e de sésamo (gergelim), whey protein são fontes de tirosina. Mas a suplementação do aminoácido e dos cofatores citados acima pode ser interessante em pacientes com queixas de fadiga crônica, estresse, depressão, TDAH, Parkinson, aumentando o rendimento cognitivo.

Sua genética: COMT Rápida e COMT Lenta

A catecol-O-metiltransferase (COMT) é a enzima que catalisa a transferência do grupo metil em catecolaminas como a dopamina e a noradrenalina. Atividades enzimáticas diferentes devido a substituição do nucleotídeo citosina por adenina gera um fenótipo desfavorável, com menor resiliência ao estresse, maior predisposição aos vícios alimentares e à perda de foco e motivação no acompanhamento nutricional.

A substituição no nucleotídeo gera uma mudança na produção de um aminoácido (de valina para metionina) e há uma redução de 33% na remoção de dopamina (COMT lenta). Nesse caso, a pessoa tem menor tolerância à dor, rapidamente fica com raiva mais facilmente, mau humor, ansiedade. Mas dá para melhorar suplementando SAMe, magnésio, zinco, B6. É o que chamamos de modulação de catecolaminas. A fitoterapia também mostra-se interessante.

Como a COMT é responsável pelo processamento de certos fitonutrientes (flavonóides contendo catecol) é importante evitar o consumo excessivo desses fitonutrientes para não sobrecarregar uma COMT lenta, enquanto ao mesmo tempo mantém os níveis de antioxidantes altos para limitar os danos oxidativos.

Por exemplo, limite os flavonóides contendo catecol, incluindo quercetina, rutina, luteolina, EGCG, catequinas, epicatequinas, fisetina, ácido ferúlico e hidroxitirosol. Isso inclui alimentos como chá verde, alcaparras, coentro, frutas vermelhas e maçãs (veja ainda mais alimentos aqui).

Os seguintes flavonóides não têm a estrutura de catecol e, portanto, comer porções extras deles pode ser mais benéfico para aqueles com baixa atividade COMT: apigenina, genisteína, crisina, miricetina e flavonas (inclui apigenina, tangeritina, crisina, baicaleína, escutelarina). Portanto, concentre-se em comer mais desses alimentos (por exemplo, toranja, camomila, cebola, salsa e aipo. Rhodiola rosea, mucuna pruriens, curcumina, resveratrol, bacopa são algumas das estratégias para aumento de dopamina.

Lembre que a genética é apenas uma parte da história. Cuide também do seu entorno. Para estimular a atividade da COMT para reduzir dopamina precisamos dormir bem, ativar SIRT1.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/