01/12: Nutrição no dia mundial da luta contra a AIDS

O número de novos casos de AIDS voltou a crescer no Brasil. Existem hoje no país mais de 800.000 pessoas com a doença, que mata cerca de 15.000 por ano. A doença sofrimento fìsico e psicológico e ainda é alvo de muita discriminação e estigmatização. A principal característica da doença é a perda da imunidade celular, com supressão dos linfócitos T - CD4. Com isso, o corpo fica muito mais susceptível ao desenvolvimento de infecções oportunistas, tumores e complicações neurológicas.

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O agente causador da AIDS é o vìrus HIV (Human Immunodeficiency Virus ou Vírus da Imunodeficiência Humana. O mesmo pode ser transmitido de uma pessoa a outra pelo sangue, sêmen, fluido pré-seminal, fluido vaginal e leite materno. Saliva, lágrimas e urina não contém vìrus em quantidade suficiente para a infecção.

A progressão da doença varia de pessoa para pessoa e as decisões sobre o tratamento em voltam-se para (1) prolongamento da vida, (2) melhoria da qualidade de vida, (3) restauração da reserva imunológica, (4) controle de efeitos colaterais de medicamentos.

O Brasil foi um dos primeiros países, entre os de baixa e média renda, a fornecer tratamento gratuito para pessoas que viviam com aids. Isso ocorreu em 1996, graças ao Sistema Único de Saúde (SUS). Em consequência dessa política de acesso universal, o Brasil teve uma queda acentuada na taxa de mortalidade associada à aids. Mesmo assim, a prevenção continua falha e o número de novos casos continua a avançar.

Pacientes HIV positivos devem cuidar bastante da alimentação. Existem várias preocupações como a perda de peso, a anorexia, alterações na cavidade oral )como candidíase, herpes, periodontite, úlceras, sarcoma de Kaposi), presença de náuseas/vômitos, má absorção intestinal, infecções. A dieta varia então de acordo com o estado de saúde do paciente, assim como da presença de co-morbidades, sinais e sintomas de carências nutricionais. Saiba mais:

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Suplementos previnem recorrência de tuberculose

A inclusão de vitaminas e minerais na dieta pode reduzir a recorrência de tuberculose. Isto porque dietas pobres com deficiência de micronutrientes prejudicam o sistema imunológico aumentando o risco de infecções e relapso.

Pesquisadores da Universidade de Harvard, avaliaram a suplementação de vitaminas do complexo B, A, C, E e selênio em 887 pacientes africanos (Tanzânia), fazendo tratamento para tuberculose. Destes 471 pacientes eram portadores do vírus HIV. Portadores e não portadores que receberam a suplementação tiveram um risco diminuido de recorrência de tuberculose.

A suplementação também reduziu os casos de neuropatia e aumentou os níveis de células importantes na resposta imune de pacientes HIV positivos (CD3 e CD4). O estudo será publicado na edição do dia 01/06/2008 no The Journal of Infectious Diseases.

Fonte da notícia: http://www.medindia.net/news/Including-Micronutrient-Supplementation-in-Diet-can-Reduce-TB-Relapse-35933-1.htm

Fonte da imagem: http://www.agenciaaids.com.br/news_imagens/HIV1.jpg

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Alimentação e transmissão do HIV

O HIV e a alimentação estão ligados de duas formas. Primeiramente a doença causa o emagrecimento e muda os requerimentos de energia, macro e micronutrientes dos indivíduos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que indivíduos portadores do vírus consumam 10% a mais em energia e que os indivíduos acometidos por infecções oportunistas aumentem o valor calórico das refeições em 20 a 30% afim de evitar a perda de peso.

A segunda forma como o HIV e a nutrição estão ligados é a insegurança alimentar (falta de alimentos em quantidade e/ou qualidade suficientes). A insegurança alimentar causada principalmente pela baixa renda aumenta os comportamentos de risco fazendo com que a transmissão do vírus seja maior. Estudos observacionais têm demonstrado uma relação entre comunidades que sofrem de segurança alimentar e uma maior transmissão do vírus. A pobreza e o baixo grau de escolaridade colocam a saúde em risco já que comportamentos de risco, como o não uso da camisinha, estão mais presentes.

Artigo publicado no PLoS Med discute a relação entre insegurança alimentar e transmissão do vírus HIV. Na pesquisa o cientista Sheri Weiser coletou dados em cinco distritos de Botswana e quatro distritos de Swaziland, na África. No total 2051 adultos foram entrevistados sobre suas condições sócio-econômicas e sobre a adequação de suas dietas nos últimos 12 meses. Estes dados foram correlacionados com comportamentos de risco para a infecção pelo HIV, como uso da camisinha, quantidade de parceiros, troca ou pagamento de sexo por dinheiro, comida ou outros recursos. Os resultados foram alarmantes uma vez que mostraram que 32% das mulheres e 22% dos homens experimentaram algum grau de fome nos últimos 12 meses.

A insuficiência de alimentos esteve relacionada com comportamentos de risco para a infecção por HIV, principalmente em mulheres. Para os formuladores de políticas públicas esta pesquisa mostra a obrigação de considerar o alívio da fome como um componente dos programas de prevenção e controle da AIDS. Em populações atingidas pela pobreza o incentivo a redução de comportamentos de risco deve ser uma razão a mais para que sejam feitos investimentos que possam contribuir para a redução da fome - que é o primeiro objetivo da declaração do milênio, aprovada pelas nações unidas em 2000. Como a redução da insegurança alimentar, especialmente no contexto da AIDS, é complexa, outras pesquisas fazem-se necessárias. Esta relação precisa ser investigada em outros países, inclusive no Brasil, através de metodologias que possam quantificar influências ambientais como a produção e o acesso ao alimentos na disseminação do HIV. Acabar com a fome obviamente não elimina o problema da AIDS, porém ignorar a falta de alimentos as quais muitas pessoas são submetidas definitivamente não contribui para a prevenção da doença.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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