O chá verde (ou ocha) é uma bebida muito popular em países como China, Tailândia, Hong Kong, Japão e Koreia. No Brasil também já é fácil encontrá-lo. O preço varia de uma variedade para outra já que existem diferenças de qualidade assim como das partes da planta usada para a produção. O melhor chá verde do Japão parece ser o produzido em Kyoto.
Muitos estudos tem sido feitos com a erva e várias citações acadêmicas proclamam benefícios como prevenção de alguns tipos de câncer, tratamento da esclerose múltipla, redução do colesterol ruim (LDL-c), redução dos níveis de triglicerídeos e aumento dos níveis do colesterol bom (HDL-c). Estes efeitos parecem ser devido às catequinas.
Em outubro do ano passado foi aprovado nos EUA uma pomada baseada no chá verde para o tratamento de verrugas genitais ou perianais. E os estudos continuam. Em setembro do 2006, o Jornal da Sociedade médica americana publicou um artigo que concluiu que o consumo de chá verde está associado com uma redução da mortalidade por doenças cardiovasculares. Porém, o mesmo estudo não encontrou a mesma associação para portadores de câncer.
Outro estudo publicado na edição de fevereiro de 2006 do American Journal of Clinical Nutrition concluiu que um consumo elevado de chá verde está associado com uma menor prevalência de demência em idosos. Em maio do mesmo ano, pesquisadores da Universidade de Yale publicaram um artigo de revisão no Journal of the American College of Surgeons, em que relatam que de acordo com os 100 estudos analisados, compostos como polifenóis e antioxidantes agem de diferentes formas melhorando a saúde cardiovascular. Outro estudo publicado na edição de agosto do Biological Psychology revelou que compostos presentes no chá verde podem diminuir o estresse através da inibição da excitação neuro cortical.
Mais recentemente (dezembro de 2006) um estudo publicado no Journal of Allergy and Clinical Immunology, por pesquisadores da Universidade de Sheffield, na Inglaterra, e da Faculdade de Medicina Baylor, no Texas, revelou que o mesmo melhora a resposta imune em pacientes HIV positivos.
O estudo realizado in vitro, mostrou que um flavonóide do chá verde, conhecido como epigalocatequina, se liga aos receptores de células T não deixando que o vírus o faça. Porém, é importante notar que nem sempre o que se observa nos tubos de ensaio acontece a nível macroscópico em nosso corpo. Ou seja, o consumo de chá verde não representa uma cura para a AIDS, porém pode ser um coadjuvante no tratamento dietoterápico. Além disso, estudos subsequentes são necessários a fim de avaliar as doses de chá verde capazes de produzir tais efeitos no corpo humano.
Artigo: Willimson, M.P.; McCormick, T.G.; Nance, C.L.; Shearer W.T. Epigallocatechin gallate, the main polyphenol in green tea, binds to the T-cell receptor, CD4: Potential for HIV-1 therapy. The Journal of Allergy and Clinical Immunology. December 2006, v. 118, n. 6. p. 1369-1374.