Barras de cereal são opção saudável?

Todo alimento que você gosta pode fazer parte de um cardápio nutritivo. Tenho clientes que não vivem sem chocolate e ainda assim possuem uma alimentação muito equilibrada e a saúde muito maravilhosa. Porém, não dá para viver de chocolate. O mesmo acontece com outros alimentos que podem ser gostosos ou convenientes mas não podem ser a única opção do cardápio. É o caso das barrinhas de cereais.

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O consumo de barras de cereal é alto entre algumas pessoas. Estudantes, por exemplo, gostam muito desta opção por ser fácil de carregar, sem necessidade de refrigeração, sem fazer meleira na mochila. Mas precisamos ter certos cuidados pois a maioria das marcas são riquíssimas em açúcares. Se a pessoa come uma barrinha aqui, um chocolatinho ali, um bala acolá, um bolinho antes de deitar, pode estar exagerando e isso não é bom para a saúde.

Algumas marcas de barra de cereal contém mais de 2 colheres de sopa de açúcar. Para quem quer perder peso, quem está inflamado, quem ter hiperglicemia ou diabetes esta quantidade provavelmente será exagerada. Outras barras são ricas ainda em gordura saturada ou trans, que aumentam também o risco cardiovascular.

Mas você pode conseguir opções mais nutricionalmente densas, como aquelas barras ricas em castanhas ou frutas secas. Leia a lista de ingredientes e verifique se não estão embaladas com açúcar, xarope de glicose, xarope de frutose, maltodextrina ou outros carboidratos simples e ainda gorduras em quantidade excessiva.

Para exemplificar, vejamos a lista de ingredientes de uma das barras de cereal mais vendidas no mercado brasileiro:

Barra de cereais sabor aveia, banana e mel. Ingredientes: xarope de glicose, cereais (42%), flocos de cereais (farinhas de arroz, milho, trogo, cevada, aveia, açúcar,  maltodextrina, extrato de malte, sal, antiumectante carbonato de cálcio, estabilizante fosfato dissódico), mel, açúcar mascavo, gordura de palma, açúcar invertido, polpa de banana, óleo de milho, antioxidante lecitina de sódio, corantes caramelho e betacaroteno e aromatizante. Contém glúten.

Como o consumo exagerado de açúcar, frutose e gorduras ruins pode trazer inúmeros malefícios à saúde, o ideal é fazer lanches com frutas, castanhas, aveia ou outros cereais em sua forma menos processada.

Para saber mais: assista à aula sobre o efeito da frutose no organismo clicando aqui.

O que é maltodextrina?

Muitas pessoas escolhem alimentos sem açúcar (sacarose) mas cheios de maltodextrina (também açúcar) que será quebrado até virar glicose. A maltodextrina é um carboidrato produzido a partir da quebra parcial (hidrólise) do amido proveniente, principalmente, do milho. O resultado é um pó branco adocicado, muito utilizado na indústria de alimentos para acrescentar dulçor e viscosidade em produtos, como molhos prontos para salada, produtos lácteos, embutidos, refrigerantes e pães.

Dependendo da sua atividade física e estado de saúde, você pode sim comer açúcar, arroz branco, pão branco, maltodextrina, etc. Mas outras pessoas possuem baixo nível de atividade física, intolerância à glicose, inflamação crônica, esteatose hepática, etc. Neste caso, trocar um pelo outro não traz benefício.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Dica cultural

para os fãs do cinema esta é uma grande oportunidade. Eu gostei e acho que vale a pena.  
MyFrenchFilmFestival.com é um conceito inédito que tem o objetivo de apresentar a criação cinematográfica francesa e de disponibilizar aos internautas do mundo inteiro o amor pelo cinema francês. Para sua terceira edição, o festival retorna com novas linguagens estrangeiras, novas plataformas parceiras e uma pré-estréia de lançamento em Londres.
Espero que curtam!
Andreia
Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Benefício e riscos da suplementação de ferro

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A anemia ferropriva é o problema nutricional mais comum da população brasileira, com severas consequências econômicas e sociais, já que gera custos de tratamento, baixo rendimento escolar e perdas de produtividade no trabalho. São consequências da deficiência de ferro: redução do desenvolvimento físico, motor, psicológico, cognitivo e de linguagem em crianças, falta de apetite, dor de cabeça, irritabiidade, cansaço, redução da função imunológica e fraqueza. Em gestantes aumenta o risco de parto prematuro, abortos espontâneos, mortalidade maternal e perinatal.

Como o ferro não é bem absorvido a recomendação para homens e mulheres ultrapassa a perda. Em situações normais a perda de ferro orgânica fica entre 1 e 2 mg ao dia, quantidade que deve ser reposta por meio da alimentação e, no caso de anemia ou queda dos estoques é feita a suplementação.

Recomendações

Segue abaixo recomendação de ferro (mg) diária para cada indivíduo:

RDA = recomendação; UL = limite máximo diário

RDA = recomendação; UL = limite máximo diário

A absorção do ferro depende do saúde intestinal, de seu pH e de inibidores ou facilitadores presentes na dieta e do tipo de ferro suplementado. A suplementação de ferro tem sido um desafio na prática clínica devido à ineficácia na correção de deficiência de ferro e pelos efeitos gastrointestinais da suplementação que reduzem a tolerância e a adesão ao tratamento. Dicas:

  • não associar na suplementação ferro com outros minerais como cálcio e zinco;

  • associar a suplementação de ferro com Lactobacillus plantarum ou piperina;

  • optar pela forma química bisglicinato ou ferro sucrosomial (4 x e 3,5 x maior biodisponibilidade que o sulfato ferroso);

  • tomar o suplemento com estômago vazio para melhoria da biodisponibilidade. Se consumir após a refeição, opte por uma refeição com poucas fibras;

  • Tomar 1 dose ao dia em dias alternados (para reduzir a hepcidina que reduz absorção do ferro).

Excesso de ferro

A preocupação é que, assim como, o ferro não deve estar diminuído no organismo, o excesso também é prejudicial. O ferro não é facilmente eliminado pelo corpo e uma abundância do mineral aumenta a produção de radicais livres, prejudicando as funções celulares e suprimindo a atividade enzimática e a função imune.

Assim, a suplementação de ferro não deve ser feita indiscriminadamente, sendo avaliada de forma bastante criteriosa, afim de não alterar o equilíbrio orgânico. Anualmente por meio de check-ups o hemograma e a quantidade de ferritina (proteína de estoque do ferro) devem ser avaliados. Se tudo estiver bem apenas lembre-se de incluir alimentos ricos em ferro em seu prato afim de repor as perdas naturais diárias:

  • Sardinha em conserva - 3,5 mg

  • Ovo de codorna inteiro - 3,3 mg

  • Agrião - 3,1 mg

  • Amêndoa - 3,1 mg

  • Patinho - 3 mg

  • Gema de ovo de galinha - 2,9 mg

  • Contra-filé - 2,8 mg

  • Acém - 2,7 mg

  • Lentilha - 1,5 mg

  • Feijão carioca - 1,3 mg

  • Atum fresco - 1,2 mg

  • Alface crespa - 0,4 mg

  • Filé de frango (peito) - 0,3 mg

Fonte: Tabela Brasileira de Composição dos Alimentos - TBCA 

OBS: Quantidade em 100g de alimentos

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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