Gordura no Fígado? Melhore sua dieta e reverta o problema

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O fígado é um órgão indispensável ao funcionamento do nosso corpo já que desempenha funções essenciais à vida como:

  • Produção de proteínas;

  • Armazenamento de glicose (açúcar), vitaminas e minerais;

  • Produção de bile (que auxilia a digestão das gorduras);

  • Síntese de colesterol;

  • Desintoxicação de drogas, medicamentos e outras substâncias químicas.

Doenças no fígado podem ser causados por fatores que incluem o consumo excessivo de álcool, a infecção pelo vírus da hepatite, o abuso de drogas, o diabetes e a obesidade. A alimentação errônea também pode provocar alterações no órgão, como o acúmulo de gordura (ou esteatose hepática) que se manifestam com dor, desconforto abdominal e aumento do tamanho do órgão. Estas alterações podem progredir trazendo sérias consequências à saúde, já que o aproveitamento de virtualmente todos os nutrientes consumidos será prejudicada, acarretando em muitos desequilíbrios orgânicos.

Para o diagnóstico da esteatose hepática o médico leva em conta os sintomas relatados, as alterações laboratoriais (como elevação das enzimas AST e ALT, fosfatase alcalina e gamaglutamiltransferase), sendo a confirmação feita por exames de imagem como ecografia, tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética.

Apesar do fígado possuir um alto e rápido poder de regeneração, o excesso de consumo de gordura pode levar à esteatose não-alcoólica. Neste estágio a reversão do quadro dependerá de mudanças no estilo de vida incluindo atividade física e alimentação saudável. Existem evidências suficientes para afirmar que dietas ricas em gorduras e açúcares (ou dieta fast food, como alguns chamam) pode danificar o fígado. O problema não é a gordura ou açúcar em si, já que estes são nutrientes importantes para o nosso corpo, mas o consumo excessivo das calorias vindas dos mesmos. Uma única refeição de uma cadeia de lanchonetes qualquer pode conter até 2.000 calorias, quantidade suficiente para um dia inteiro!

Cuide-se. Não é tão difícil e você se sentirá muito melhor, mais bem disposto e com mais energia. Os passos para a prevenção e reversão da esteatose hepática de causa alimentar (ou não alcoólica) incluem:

1. Limitar o consumo de fast food (pizzas, sanduíches, batata frita a uma vez ao mês);

2. Consumir alimentos mais saudáveis incluindo frutas e verduras no cardápio, diariamente;

3. Limitar o consumo de refrigerantes e bebidas alcoólicas;

4. Fazer um check-up cardiológico e iniciar a prática de atividade física regular e moderada afim de manter o peso dentro de limites saudáveis;

5. Retornar ao hepatologista e repetir os exames de sangue para averiguar a redução de enzimas hepáticas;

6. Tomar chás amigos do fígado:

7. Melhorar a microbiota intestinal

8. Marcar uma consultoria nutricional para melhorar sua dieta em termos calóricos e quanto aos tipos de alimentos mais apropriados para cada horário do dia.

9. Usar taurina. A taurina (ácido 2-aminoetanossulfônico) é um dos aminoácidos encontrados em maior abundância no corpo humano, principalmente, nos músculos, olhos e no cérebro. Contém enxofre, o que lhe confere importantes funções antioxidantes, antiinflamatórias, desintoxicantes e relaxantes.

Conseguimos sintetizar taurina a partir dos aminoácidos metionina e cisteína. Contudo, essa síntese diminui em indivíduos obesos, por conta de alterações no tecido adiposo. O consumo excessivo de calorias parece inibir enzimas necessárias à fabricação de taurina, gerando uma deficiência deste importante aminoácido.

Peixes e frutos do mar são ótimas fontes de taurina. Pacientes que não consomem estes alimentos com regularidade ou que são alérgicos a ele podem fazer uso em cápsulas. Com a suplementação de taurina, os níveis são restaurados, o que culmina com uma redução da inflamação, do estresse oxidativo, do risco de diabetes e também da ansiedade e compulsão alimentar. Os melhores efeitos são em pacientes com esteatose hepática e síndrome metabólica, ajudando a regular o metabolismo do fígado, reduzir triglecerídeos, colesterol e também a pressão sanguínea (Guan, & Miao, 2020). As dosagens nos estudos variam bastante, entre 500mg e 3.000 mg ao dia.

Suplementos contendo taurina

Contra-indicações da taurina

Gestantes, lactantes e crianças não devem fazer uso da taurina. A taurina costuma ser segura mas verifique com um profissional de saúde se há alguma interação com os medicamentos que utiliza. Além disso, em caso de náuseas, tonturas, dores de cabeça, dificuldade para caminhar, dores de estômago descontinue o uso e converse com seu médico.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/