Intervenções nutricionais na fibromialgia

A fibromialgia (FM) é uma doença crônica não degenerativa, que afeta principalmente mulheres. Os principais sintomas são a dor e fadiga crônica. As pacientes também podem apresentar síndrome do intestino irritável, sono pouco restaurador, rigidez matinal, depressão e ansiedade.

Os sintomas da FM parecem estar associados a várias alterações metabólicas, como disbiose intestinal, alterações no eixo hipotalâmico, aumento do cortisol, disfunção mitocondrial, estresse oxidativo, ativação, no sistema nervoso central, de células gliais no líquido cefalorraquidiano.

A terapia médica convencional inclui o uso de analgésicos, relaxantes musculares, drogas antiinflamatórias não-esteroidais e antidepressivos. Contudo, os medicamentos raramente resolvem completamente os sintomas. Por isso, os pacientes são estimulados a adotarem uma dieta antiinflamatória, praticarem atividade física moderada, yoga e aderirem a práticas meditativas.

A terapia nutricional tem como objetivos reduzir a fadiga, melhorar a qualidade do sono, contribuir para o tratamento da depressão e ansiedade, proporcionar qualidade de vida, reduzir sintomas gastrintestinais e controlar a inflamação. Pacientes com FM frequentemente relatam intolerâncias alimentares específicas. Por isso, a dieta adota deve ser antiinflamatória e, de forma geral, exclui alimentos ultraprocessados, glúten, laticínios, álcool, histaminas, glutamato, cafeína e FODMAPs.

Revisão sistemática mostrou que a dieta hipocalórica (quando o paciente está acima do peso), vegetariana e pobre em FODMAPs pode melhorar a dor e a repercussão funcional em pacientes com fibromialgia (Silva et al., 2019). Entretanto, o componente psicossomático da doença deve ser levado em consideração. Por isto, o tratamento é sempre multiprofissional.

SUPLEMENTAÇÃO NA FIBROMIALGIA

1- Coenzima Q10: melhora a produção de energia nas mitocôndrias e tem ação antioxidante. Existe coenzima Q10 em alimentos como sardinha, espinafre e brócolis. Mas quem tem fibromialgia precisará de quantidades superiores, obtidas a partir da suplementação. Essencial após os 30 anos e a qualquer momento para quem toma estatinas (medicação para redução do colesterol).

2- Magnésio dimalato: promove o relaxamento muscular, aumenta a vasodilatação, diminui a inflamação, reduz cãimbras, melhora o sono, controla a pressão arterial, auxilia a eliminação de toxinas e a produção de energia mitocondrial.

3- Creatina: aumenta a reciclagem de energia, contribui para a manutenção da massa magra, melhora a sensibilidade a insulina e ajuda a diminui a dor.

4- GABA: níveis reduzidos deste neurotransmissor aumentam a percepção de dor. Aumentar a Neurotransmissão de Gaba é uma estratégia que auxilia na modulação da dor (Reckziegel et al., 2016).

5-RIBOSE: para aumentar energia.

Estudos mostram que pacientes com fibromialgia também podem ter deficiência de aminoácidos de cadeira ramificada (leucina, isoleucina e valina), assim como de triptofano. Em uma recente revisão também foi demonstrado que deve-se atentar aos níveis de magnésio, L-carnitina e S-adenosilmetionina, nutrientes importantes para redução da inflamação e geração de energia na célula. Por fim, a sensibilidade ao glúten também parece aumentar as manifestações dolorosas nos pacientes com fibromialgia. Por isto, uma dieta livre de trigo, cevada e centeio é preconizada (Rossi et al., 2015).

Yoga, meditação e massagens ayurvédicas com óleo de gergelim também contribuem para a redução da dor (Carson et al., 2010; Hennard, 2011Meneguzzi et al.., 2011). O curso online de terapias integrativas e complementares com ênfase em yoga, meditação e ayurveda está com inscrições abertas. Saiba mais aqui: http://andreiatorres.com.br/curso/yoga

A fibromialgia é uma doença complexa. Vários cuidados são necessários e a psicoterapia também ajuda muito. Falar sobre sentimentos reduz a ansiedade e ajuda no gerenciamento da medicação. Indico a Julia Maciel, psicóloga formada pela UnB e que atende online, por videoconferência. Atividade física, meditação, acupuntura e yoga também vêm mostrado-se importantes complementos ao tratamento tradicional medicamentoso. Cuide-se!

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/