Em meu mestrado estudei os fatores que contribuíam para o ganho de peso em crianças carentes. Infelizmente, comida ruim e caloricamente densa é muitas vezes mais barata do que alimentos saudáveis. Esta é uma preocupação em todo mundo. O mesmo acontece, por exemplo, no Reino Unido (Tyrrell et al., 2017).
Quando terminei meu mestrado, há mais de 10 anos, o foco ainda era apenas as consequências do problema na saúde física e no desenvolvimento das crianças. Hoje, os estudos se expandiram. A saúde mental entrou na pauta. Para alguns o foco na dieta mostra um discurso que tenta enquadrar todo mundo à estética da classe dominante.
Por outro lado, mesmo em congresso, são debatidos temas como:
Pessoas acima do peso deveriam trabalhar na área de saúde e aconselhar outras pessoas?
Os impostos dos alimentos industrializados deveriam ser aumentados a ponto da classe menos privilegiada não poder comprá-los?
Parece brincadeira, mas os atos de indelicadeza e preconceito não estão apenas nas redes sociais. Estão em todos os locais e mostram desconhecimento da complexidade do ser humano. Pesquisas mostram que a discriminação pelo peso raramente encoraja. Pelo contrário, pode fazer muita gente ganhar peso (Jackson, Beeken e Wardle, 2014).
O que você acha? Falar do peso de outras pessoas: "Você está muito gordo", "Você está muito magro" deveria ser tratado como qualquer outra forma de preconceito?