Suplementos investigados para a prevenção do Alzheimer e Parkinson

Ainda não se sabe ao certo como doenças neurológicas como Parkinson e Alzheimer se desenvolvem, mas a genética e fatores ambientais parecem se combinar influenciando o surgimento e progressão das mesmas.

No que tange à genética, polimorfismos da enzima MTHFR devem ser investigados (Hua, Zhao e Kong, 2011). Tais mudanças de forma da enzima levam a sua menor efetividade e aumento do risco de Alzheimer e Parkinson. No caso de polimorfismos a suplementação de vitamina B9 em sua forma ativa ou na forma de ácido folínico é muito importante.

A excessiva formação de placas de amilóide no cérebro é uma característica comum em pessoas com doença de Alzheimer. As placas consistem de pequenas proteínas cuja atividade normal de fato protege o cérebro contra o stress oxidativo. Contudo, estudos sugerem que uma forma solúvel de beta-amilóide aumenta o risco de Alzheimer. Neste sentido, o reforço do sistema imunitário é muito importante e a suplementação de zinco e probióticos vem sendo proposta (Bhattacharjee e Lukiw, 2013; Brewer, 2014).

Estudos mais recentes mostram que a melatonina, hormônio do sono, pode também inibir a formação de placas de beta-amilóide, possivelmente prevenindo a doença de Alzheimer. A produção de melatonina pela glândula pineal requer escuridão. Por isto, ao ir para a cama, deixe o quarto bem escuro.

Em um modelo de doença de Parkinson em camundongo, a suplementação de melatonina por 9 semanas retardou a degeneração de neurônios, reduziu a peroxidação lipídica e melhorou a atividade locomotora (Singhal et al. 2011). Em estudo publicado em 2016 resultados similares foram observados com modelo de Parkinson em peixes-zebra. 

Pesquisadores identificaram que a melatonina ajudou a restaurar funções celulares afetadas pelo Parkinson em peixes-zebra. De acordo com os autores do estudo, a melatonina poderia ajudar no processo de recuperação de movimentos complexos e coordenados. O estudo analisou o processo de morte neuronal dopaminérgica, neuroinflamação e dano mitocondrial, que são considerados as três principais alterações fisiopatológicas do Parkinson. Os peixes que foram submetidos ao tratamento com melatonina foram capazes de recuperar a função dopaminérgica normal. Verificou-se também que os embriões conseguiam recuperar-se do dano mitocondrial (Díaz-Casado et al., 2016).

Contudo, os resultados são contraditórios, não tendo sido encontrados em outros estudos. Mesmo assim, no Brasil, a melatonina já pode ser encontrada na forma de suplementos. Falo mais sobre o tema nas aulas da plataforma https://t21.video.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/