A complexa relação entre cérebro e intestino

Vivem no intestino aproximadamente 100 trilhões de bactérias. Vivem em nossa casa mas nos ajudam a metabolizar alimentos, a produzir vitaminas, a manter o sistema imune saudável, a produzir neurtoransmissores. Até 80% da Dopamina e 90% da Serotonina do corpo são produzidas pelas bactérias intestinais. Apesar desses neurotransmissores não atravessarem a Barreira Hemato Encefálica, sinalizam, estimulam, enviam sua informação via neurônios do Sistema Nervoso Entérico. ⁣⁣⁣ ⁣⁣⁣ Essa Comunicação entre a Microbiota e o eixo Cérebro-Intestino influencia diretamente na saúde e na doença, inclusive no grau de inflamação e sintomas de ansiedade e edepressão.

O que é a depressão?

A depressão é uma desordem do sistema nervoso central muito comum. Estima-se que atinja mais de 350 milhões de pessoas em todo o mundo. A depressão pode ser desencadeada por situações estressantes como problemas familiares, financeiros ou de saúde. Também pode ser oriunda de outros fatores, como carências nutricionais, desequilíbrios na produção de neurotransmissores ou entre diferentes sistemas. Por ser uma situação tão complexa, antidepressivos não funcionam em todos os casos. Estima-se que na verdade cerca de 40% dos indivíduos que tomam antidepressivos não alcancem os resultados esperados.

Por isto, o tratamento da depressão precisa trabalhar diferentes frentes. Descobertas recentes mostram que alterações do humor e desordens neurodegenerativas frequentemente associam-se à inflamação, ao estresse oxidativo e à disfunção mitocondrial.

A depressão tem sido associada a reduções na expressão dos fatores neurotróficos em várias áreas do cérebro. Estes fatores promovem a sobrevivência das células neuronais, crescimento de novas células nervosas e também atuam na plasticidade sináptica. Quando os fatores neurotróficos estão diminuídos as medicações não tem o mesmo efeito. A inflamação parece reduzir os fatores neurotróficos e, por isto, precisa ser combatida.

Nutrição e depressão

Carências nutricionais de ácidos graxos, vitamina B12, vitamina D e antioxidantes contribuem para maior estresse e maior inflamação. A inflamação intestinal também afeta a inflamação sistêmica. Por isto, a correção de deficiências de nutrientes e a restauração da saúde intestinal são consideradas fundamentais para a saúde emocional.

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Cérebro e trato digestório se influenciam mutuamente. Esta interação ocorre via nervo vago, sofre influências imunes e neuroendócrinas. Na presença de disbiose intestinal há maior passagem de toxinas para a corrente sanguínea e para o cérebro, o que gera maior resposta imune, maior geração de radicais livres e maior desequilíbrios emocionais. A flora intestinal (microbiota) saudável também contribui para a destoxificação (eliminação de toxinas) e também para a menor absorção de toxinas.

Vários compostos antiinflamatórios vem sendo pesquisados, no sentido de contribuir para o tratamento da depressão. Muitos estudos atuais mostram resultados positivos com o uso de suplementos e alimentos fontes de quercetina, o resveratrol, a epigalocatequina galato do chá verde, a curcumina do açafrão e a vitamina D.

A melatonina também possui benefícios antiinflamatórios e antioxidantes. Parece suprimir vias inflamatórias (como MMP-9) e proteger o intestino e também o cérebro. A melatonina é produzida no cérebro a partir da serotonina e esta reação requer SAMe, uma substância metiladora fundamental para nossa saúde física e mental.

SUPLEMENTOS USADOS PARA TRATAMENTO DA DEPRESSÃO NA EUROPA

Fora todos estes fatores, temos uma genética própria. Somos diferentes. Pessoas com polimorfismos, como o da 5,10-metileno-tetrahidrofolato redutase (MTHFR). A MTHFR é a enzima que converte a vitamina B9 inativa em sua forma ativa. Com isso contribui para diversas vias metabólicas inclusive para a produção de SAMe. Deseja fazer um teste genético? Marque uma consulta para conversarmos.

TÉCNICAS PARA ESTIMULAR O NERVO VAGO

1) SOM

- Encontre um local calmo

- Coloque sua música ou mantra favorito (KALYANI, et al, 2011).

- Feche os olhos

- Cante junto

2) YOGA

A respiração lenta, a entoação de mantras como o OM, as posturas (ásanas) e as técnicas de concentração ajudam a ativar o nervo vago (STREETER et al. 2010).

3) MODULAÇÃO INTESTINAL

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/