Cetonas, alimentação, exercício e neuroplasticidade

O BDNF é uma proteína que desempenha um papel crucial na saúde cerebral, na neuroplasticidade, no aprendizado e na memória. Sabe-se que seus níveis são influenciados por diversos fatores, como exercício físico, dieta e estados metabólicos.

Estudo de 2020 investigou o efeito da suplementação de monoéster de cetona exógeno nos níveis de fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) durante um teste de tolerância oral à glicose (OGTT).

Monoéster de Cetona Exógeno:

As cetonas são substâncias químicas que o corpo produz a partir da gordura quando a ingestão de carboidratos é baixa. As cetonas exógenas são cetonas ingeridas de fontes externas ao corpo, geralmente na forma de um suplemento. O monoéster de cetona é um tipo de suplemento de cetona que fornece diretamente ao corpo cetonas (como o beta-hidroxibutirato, ou BHB) para uso imediato.

A principal hipótese do estudo foi a de que a suplementação exógena de cetona poderia influenciar os níveis de BDNF durante um teste de tolerância oral ao glicose (TOG), potencialmente melhorando a saúde cerebral e a resistência ao estresse metabólico.

O uso das cetonas exógenas aumentou as cetonas no plasma (avaliação de βHB) e impactou os níveis de BDNF. As cetonas são uma fonte alternativa de energia para o cérebro e podem ter efeitos neuroprotetores. A ingestão de cetonas exógenas poderia reduzir o estresse metabólico causado pela carga de glicose durante o OGTT.

Além das cetonas, especialmente o βHB estimularem vias que aumentam a expressão do BDNF, podem melhorar a função cerebral e, possivelmente, promover a neuroplasticidade. Também podemos estimular o aumento de cetonas no sangue com jejum e dieta cetogênica.

Ao melhorar a sensibilidade à insulina, as cetonas também podem afetar indiretamente os níveis de BDNF, já que a resistência à insulina pode impactar negativamente fatores neurotróficos como o BDNF.

Também podemos estimular BDNF com uma dieta rica em polifenois, como a curcumina (Wynn et al., 2018), atividade física e zinco (Agh et al., 2022).

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

A carne de Peru solta seu instestino?

Uma cliente que mora nos EUA foi comemorar o Dia de Ação de Graças nos EUA. Comeu pouco pois já sabe que a carne de peru sempre solta seu intestino. Mas por quê? Isso também acontece com você no natal?

O que acontece é que a carne de peru é rica no aminoácido triptofano. No intestino, o triptofano é decomposto por bactérias e convertido em moléculas bioativas como a serotonina. Estima-se que 90% da serotonina do seu corpo é produzida no intestino.

A serotonina é um neurotransmissor que influencia o “bem-estar”, a temperatura corporal e o sono. Também afeta a digestão e controla os movimentos intestinais. Pesquisas sugerem que níveis baixos de serotonina podem levar à prisão de ventre, enquanto níveis elevados podem deixar as fezes mais moles.

Se o seu intestino é sensível, prepare-o para as festividades. Você pode consumir mais alimentos fermentados, tomar probióticos e prebióticos específicos e que apoiam a saúde gastrointestinal.

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ARTIGOS RECOMENDADOS:

¹ Friedman M. (2018). Analysis, Nutrition, and Health Benefits of Tryptophan. International journal of tryptophan research : IJTR, 11, 1178646918802282. https://doi.org/10.1177/1178646918802282

² Agus, A., Planchais, J., & Sokol, H. (2018). Gut Microbiota Regulation of Tryptophan Metabolism in Health and Disease. Cell Host & Microbe, 23(6), 716–724. https://doi.org/10.1016/j.chom.2018.05.003

³ Camilleri M. (2009). Serotonin in the gastrointestinal tract. Current opinion in endocrinology, diabetes, and obesity, 16(1), 53–59. https://doi.org/10.1097/med.0b013e32831e9c8e

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Testes de metano e hidrogênio no diagnóstico da SIBO e IMO

O supercrescimento bacteriano do intestino delgado (SIBO) gera uma ampla gama de sintomas gastrointestinais, como inchaço, distensão, flatulência, desconforto abdominal, diarreia e, em casos graves, até mesmo perda de peso e deficiências significativas de micronutrientes.

Certos fatores, como a presença de dismotilidade intestinal subjacente ou histórico de cirurgia gastrointestinal, aumentam o risco de um indivíduo desenvolver SIBO.

O aumento da produção de metano através de metanógenos (micróbios que produzem metano com fermentação de carboidratos) é uma causa potencial de constipação, inchaço, gases e/ou dor abdominal.

O teste padrão-ouro para SIBO – cultura direta de pequenos conteúdos intestinais – é tecnicamente complicado, invasivo, caro e sujeito a alguma controvérsia em relação aos limites diagnósticos de contagens bacterianas. O teste respiratório é um modo alternativo, não invasivo, barato e relativamente simples para auxiliar no diagnóstico e tratamento da SIBO.

Se você fez uma colonoscopia, estes respiratórios de laboratório, para avaliação de H2 e CH4 só devem ser realizados 2 semanas após o procedimento, devido às influências conhecidas das preparações intestinais nas cargas microbianas intestinais e na estrutura da comunidade.

Níveis mais elevados de gás hidrogênio e/ou metano mesmo antes de comer ou de fazer os testes sugerem fermentação contínua de carboidratos. Níveis basais muito elevados de hidrogênio podem refletir fatores como má higiene oral ou a presença de dismotilidade intestinal. Níveis basais elevados de hidrogênio são definidos com um limite de 10 a 20 ppm ou metano de 10 ppm.

Altos níveis basais de hidrogênio também podem refletir a presença de dismotilidade esofágica grave (isto é, acalasia) ou motilidade gástrica significativamente prejudicada (isto é, gastroparesia).Os testes respiratórios de hidrogênio-metano são geralmente fáceis de registrar e simples de interpretar.

Vimos que os padrões de picos de hidrogênio nos testes variam com base no substrato fornecido. Nos testes respiratórios de glicose positivos, há um pico na produção de hidrogênio quando o substrato entra no jejuno. Em testes respiratórios de lactose ou lactulose positivos, geralmente há um pico duplo, com o segundo pico ocorrendo quando a lactulose entra no cólon.

Há um reconhecimento crescente de que a produção de gás metano tem impacto direto na função gastrointestinal. Distinguir IMO (aumento de metano) de SIBO (aumento de hidrogênio) é importante para o tratamento. Enquanto hidrogênio é mais produzido por bactéria, metano é mais produzido por Archaea. O excesso de metano muitas vezes não consegue ser tratado adequadamente pelos mesmos antibióticos usados no tratamento de SIBO (rifaximina, neomicina) exigindo a combinação de vários antibióticos e medicamentos.

Níveis mais elevados de metano estão positivamente associados à constipação e inversamente associados a distúrbios diarreicos. Foi demonstrado que o gás metano inibe diretamente o trânsito intestinal em animais.

Cuidados durante o exame

Não faça atividade física no dia das análises. Mesmo caminhadas leves podem reduzir os níveis basais de hidrogênio e metano, atrasando o diagnóstico (Tansel, & Levinthal, 2023).

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