BENEFÍCIOS DA ALIMENTAÇÃO CONSCIENTE PARA DIABÉTICOS

O conceito de atenção plena atraiu considerável atenção na medicina comportamental, regulação do peso e controle da compulsão alimentar. Contudo, as técnicas também são importantíssimas para quem tem qualquer problema intestinal ou precisa controlar os níveis de colesterol ou açúcares no sangue. As técnicas de atenção plenta também reduzem sintomas depressivos e de ansiedade.

O que é atenção plena?

Mindfulness ou atenção plena é uma técnica que nos ajuda a prestar atenção propositadamente ao momento presente, sem julgamentos sobre os eventos que ocorrem a cada momento. Não são técnicas de relaxamento ou controle do humor, mas uma forma de treinamento mental para aliviar os modos automáticos ou reativos da mente. A prática inclui dois componentes principais:

1) auto-regulação da atenção na experiência imediata para reconhecer eventos mentais no momento presente. É necessária atenção constante para manter um estado de vigilância por períodos prolongados de tempo. Muitas práticas de meditação concentram a atenção sustentada na respiração para que pensamentos, sentimentos e sensações possam ser detectados. A respiração é usada como um ponto focal porque está sempre presente; diminuindo a velocidade e focalizando a respiração, ocorre uma mudança na consciência.

2) adoção de uma orientação particular em relação à experiência presente, com curiosidade, abertura e aceitação. Todas as experiências são consideradas relevantes e passíveis de observação. O objetivo não é suprimir pensamentos e sentimentos ou produzir um estado como relaxamento. A decisão é tomada para estar aberto à realidade do momento presente e receptivo a tudo o que acontece no campo da consciência.

Atenção plena e alimentação consciente

A prática da atenção plena pode ser ampliada para a nutrição, ajudando-nos a instalar comportamentos alimentares mais saudáveis. A alimentação consciente pode interromper a resposta automática e desatenta a estímulos alimentares externos e gatilhos emocionais que geralmente provocam respostas habituais e consumo alimentar desnecessário. A alimentação automática pode incluir alimentação emocional, impulsiva, sem atenção.

Um exercício comum de meditação é comer uma única passa com atenção, como se fosse a primeira vez. Este exercício é específico para o consumo de alimentos e envolve observar a aparência, cor, textura e cheiro da uva passa antes de colocá-la na boca e mastigá-la com atenção deliberada ao paladar e aos estímulos sensoriais. Ao comer uma passa sem impulso, distração ou interferência emocional, pode-se quebrar o ciclo automático de comer. Estudos mostram que a prática contribui para a regulação do peso, redução de episódios de compulsão alimentar, melhoria da digestão e da saúde.

Estudos com pacientes diabéticos mostram melhor regulação da glicemia, dos níveis de hemoglobina glicada e redução da inflamação. Com a prática, os pacientes ganham maior consciência e atenção ao momento presente, aos sinais de fome e saciedade e podem responder de forma mais adequada à presença de alimentos. A atenção plena oferece a oportunidade de obter insights e reduzir a dor e o sofrimento comumente experimentados com a alimentação desregulada. Incorporar a atenção plena ao tratamento da diabetes oferece mais opções para o autogerenciamento e saúde física e mental.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Recomendação de proteína do iPB

A proteína é um macronutriente crítico que apoia a reprodução, crescimento, desenvolvimento, saúde e longevidade. Os padrões de exigência de proteína foram estabelecidos por muitos países ao redor do mundo com a intenção de definir níveis mínimos de ingestão para prevenir o desenvolvimento de deficiência na maioria dos indivíduos saudáveis em diferentes estágios da vida. No entanto, é debatido que muitos desses padrões foram definidos muito baixos, especialmente para certas populações e que os termos e definições associados devem ser revisados para garantir o mínimo de confusão de sua aplicação pretendida. O iPB (international protein board) apóia a necessidade de uma reavaliação atualizada dos padrões de requisitos de proteínas para identificar oportunidades de melhoria, aplicação e globalização dos níveis de requisitos. Recomenda os valores descritos abaixo.

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Resumo:

  • Manutenção da saúde de adultos: 1,1 a 1,4g por quilo de peso (exemplo: mulher de 60 kg x 1,1 = 66g de proteína ao dia, podendo chegar a 60kg *1,4 = 84g de proteína ao dia).

  • Pessoas fisicamente ativas: 1,4 a 1,8g de proteína por quilo de peso corporal

  • Perda de peso: 1,4 a 1,6g de proteína por quilo de peso corporal

  • Envelhecimento saudável: 1,4 a 1,75g de proteína por quilo de peso corporal

  • Esporte de alta performance e crescimento muscular: 1,8 a 2,2g de proteína por quilo de peso corporal

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

4 FORMAS DE AVALIAÇÃO DA MICROBIOTA

A microbiota intestinal é o conjunto de microorganismos que colonizam o intestino. O equilíbrio entre bactérias boas e ruins no intestino é mantido por vários fatores. Há uma diferenciação genética entre a microbiota das pessoas, mas há também uma grande influência ambiental. A composição da microbiota varia com o grau de estresse, consumo de drogas, medicamentos, com a atividade física. Porém, o principal fator a regular a microbiota é a dieta.

O termo disbiose refere-se à uma alteração negativa na microbiota intestinal. Pode ser induzida por uma dieta rica em gordura e proteína animal, vida sedentária, tabagismo, ingestão de álcool e defecação relativamente infrequente. Estes fatores alteram a permeabilidade intestinal e contribuem para maior inflamação.

A disbiose está frequentemente associada a um tempo de trânsito colônico prolongado. O intestino preso faz com que alimentos fiquem mais tempo no intestino sendo fermentados. Como resultado do aumento da fermentação de proteínas e ácidos graxos de cadeia ramificada, trimetilamina, ácidos orgânicos, enxofre, traços de fenóis, aminas, indóis e amônia são produzidos, causando um aumento no pH instestinal. Isto faz com que microorganismos que produzem toxinas e inflamam multipliquem-se rapidamente, piorando ainda mais o quadro do paciente (Fan, & Pedersen, 2020).

Como avaliar a microbiota intestinal?

A microbiota para ser saudável deve ser diversa e rica, ou seja, com uma grande percentagem de cada bactéria benéfica ao hospedeiro. A partir do conhecimento da microbiota do indivíduo, o diagnóstico, a prevenção e o tratamento de diversas doenças poderá ser individualizado e aperfeiçoado. Existem várias formas de analisarmos os microorganismos intestinais.

AS 4 FORMAS DE AVALIAÇÃO MAIS COMUNS DA MICROBIOTA

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1) Rastreamento metabólico: inicia-se a investigação pela anamnese com coleta de informações sobre o trânsito intestinal e sintomas intestinais e extra-intestinais associados à disbiose intestinal.

2) Exame coprológico funcional: verifica nas fezes a presença de resíduos alimentares e parasitas, seu pH, produção de ácidos e outras substâncias, presença de sangue oculto etc.

3) Exame de metagenômica: analisa o material genético contido nas fezes para identificação dos microorganismos ali presentes.

4) Painel nutrigenético da microbiota. O sistema imune tem uma grande influencia na microbiota. Dependendo das variações genéticas que herdamos conseguimos fixar melhor mais alguns tipos de bactérias do que outros. Falo um pouco sobre este tema no vídeo abaixo:

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/