Mindful eating | Técnicas para comer com atenção e perder peso naturalmente

Quando foi a última vez que você desfrutou de uma refeição tranquila, sem interrupções, sem celular, sem TV? Se não conseguir lembrar-se tudo bem. Uma refeição tranquila é um luxo para muitas pessoas que estão na correria e acostumam-se a comer em pé, andando, correndo. Só que isto vira um hábito e mesmo nos dias calmos é comum que muitas pessoas simplesmente engulam a comida sem apreciar de verdade aromas, texturas, sabores.

Muitas pessoas também não prestam atenção no que comem. Entraram em uma rotina de comer o que estiver à frente, de comer toda vez que passam pela cozinha ou pela máquina de venda de guloseimas. Estes hábitos a longo prazo conduzem a um ganho desnecessário de peso, à inflamação e aumento do risco de doenças como diabetes, hipertensão, esteatose hepática, dentre tantos outros.

O primeiro passo é identificar o que está automático. Por exemplo, se toda vez que você passa pela cozinha você pega uma guloseima precisará esforçar-se para mudar algumas coisas:

  • diminuir a compra de guloseimas

  • perguntar-se ao entrar na cozinha: estou com fome?

  • se estou com fome, que alimentos seriam os ideais para meu corpo neste momento?

  • se não estou com fome não posso simplesmente trocar o hábito da guloseima pelo da água ou do chá?

Outra estratégia é ensinar-se para comer apenas à mesa. Vai comer? Então coloque o alimento em um prato bonito (pode ser uma fruta, castanhas, um pedaço de bolo, a salada do almoço), vá para mesa, sente-se e olhe para seu prato. Respire, olhe as cores que estão ali, perceba as texturas, sinta o aroma. Depois, coloque um pequeno pedaço de alimento na boca e aprecie o sabor do alimento. Mastigue devagar, perceba as sensações enquanto o alimento movimenta-se, enquanto engole. E pergunte-se: “ainda estou com fome”? Se estiver continue, repetindo o mesmo processo com cada porção de alimento que coloca em sua boca.

Se você tem a tendência em comer rápido demais, sugiro esta técnica: almoce com alguém que come devagar e acompanhe o ritmo desta pessoa. Mastigue enquanto ela mastiga, pouse o garfo no prato sempre que ela faz isso, só pegue a próxima porção quando ela fizer o mesmo. Se for comer sozinho, conte quantas vezes mastiga a porção de alimento antes de engolir: 5, 10? Tente subir para 30. Ou marque no relógio quanto tempo demora para terminar o almoço. 8 minutos? Que tal aumentar para 16? ou 20 minutos?

Mastigar mais melhorará sua digestão, reduzirá sintomas associados ao refluxo, fará você apreciar mais seu alimento e, provavelmente, contribuirá para que coma menos. Prestar atenção aos sinais de fome e saciedade evita com que coma exageradamente, entupindo o corpo com o que ele não precisa. Quanto mais comemos mais inflamamos o organismo.

Por fim, você usa a comida como recompensa, como maneira de matar o tédio, como apoio para tudo? Estude-se e veja que tarefas ou atividades seriam suficientemente agradáveis ou empolgantes para te fazer esquecer de comer. Exemplos:

  • recompenses tangíveis: um livro, um audiobook, um curso online, um par de sapatos, um bilhete da loteria

  • autocuidado/saúde: escrever no diário, fazer um chá, tomar um café, passear, fazer automassagem, fazer yoga, meditar, contratar um personal, comprar um livro de receitas cetogênicas para diabéticos, aprender a cozinhar um prato saudável, etc.

  • recompensas sociais: assistir um filme acompanhar, assistir a um concerto, dar uma festa (agora é tudo online, mas vamos lá…), ensinar algo a alguém

  • lazer: pintar, bordar, cantar, tocar um instrumento, jogar videogame, falar no telefone com um amigo, passeio virtual em um museu..

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

A forma de alta biodisponibilidade da vitamina B3

A vitamina B3 é uma substância solúvel em água e muito importante para o metabolismo de carboidratos e gorduras. É classicamente conhecida como niacina ou ácido nicotínico. Porém a existência de alguns vitâmeros causa bastante confusão na suplementação dos mesmos. Qual é a biodisponibilidade de cada um?

O termo biodisponibilidade refere-se à proporção de um nutriente consumido que é absorvida, ficando disponível para a utilização pelo organismo. A biodisponibilidade dos nutrientes provenientes da dieta e de suplementos alimentares é influenciada por vários fatores, incluindo o estado nutricional, saúde e estágio de vida do indivíduo. Os fatores relacionados à dieta que afetam a biodisponibilidade dos nutrientes incluem a sua forma química, as interações entre os nutrientes e outros componentes dos alimentos e o processamento do alimento.

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A suplementação de niacina ajuda a reduzir os níveis de triglicerídeos e colesterol. Porém, doses elevadas podem causar rubor, prurido, aumentar o risco de gota, lesões hepáticas (raro) e aumento da glicemia.

A tabela mostra a necessidade média da população, a recomendação (RDA) e a dosagem máxima em caso de suplementação (UL).

As doses devem ser sempre iniciadas em pequenas quantidades e, se for o caso, há aumento gradual da quantidade ministrada.

Temos em suplementos a niacina e o ácido nicotínico com baixa biodisponibilidade. Caso o prescritor (nutricionista ou médico) coloque na receita apenas vitamina B3 o que virá no suplemento será o ácido nicotínico.

Tanto o ácido nicotínico quanto a niacina tem a capacidade de favorecer o controle dos lipidios no corpo. Reduz colesterol, triglicerídeos e Apolipoproteína A. São formas reconhecidas pelas sociedades de cardiologia como agentes indicados para estas finalidades. Em doses acima de 100 mg/dia causam flushing (rubor e calor na face e nas orelhas), parecendo uma crise alérgica.

Com alta biodisponibilidade temos o hexanicotinato de inositol/nicotinato de inositol e a nicotinamida/niacinamida. O inositol hexanicotinato contém 6 ácidos nicotínicos ligados a um inositol. Esta conformação evita o atrelamento do vitâmero aos receptores responsáveis pela reação de flushing.

Nicotinamida é interessante para evitação da pelagra, caracterizada por diarreia, dermatite e demência. É bastante utilizada em estudos sobre a função cerebral e também sobre a produção energética, uma vez que a vitamina B3 é parte integrante do NAD e do NADH.

O NAD é considerado pelo geneticista David Sinclair a molécula da juventude. Regula o metabolismo celular, o estresse, as respostas imunológicas, sendo útil tanto para a prevenção quanto tratamento das doenças de Parkinson e Alzheimer.

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O melhor livro sobre biodisponibilidade de nutrientes em língua portuguesa é o da Dra. Silvia Cozzolino, disponível aqui.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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NUTRIÇÃO NO TRATAMENTO DA NEUROPATIA

A neuropatia periférica é um problema de saúde pública em expansão. Ocorre quando os nervos são danificados, atrapalhando movimentos, percepção de sensação térmica ou prejudicando as funções autonômicas e entéricas.

Há uma variedade de doenças que podem resultar em uma neuropatia, incluindo diabetes e outras síndromes de desregulação da glicose (por exemplo, tolerância à glicose diminuída e síndrome metabólica), disfunção tireoidiana, sarcoidose, deficiência de vitamina B12, HIV, medicamentos neurotóxicos (incluindo muitos quimioterápicos agentes antirretrovirais), doença celíaca, desregulação imune, psoríase, artrite reumatóide, síndrome de Sjogren, síndromes paraneoplásicas e paraproteinemias. Contudo, a hiperglicemia e o diabetes são as causas mais comuns.

Independentemente da causa a dor é uma característica comum da neuropatia. Outros sintomas incluem: ardor, formigamento (parestesia), perda de sensação, constipação intestinal, dificuldade em suar, tontura, ressecamento dos olhos ou da boca, incontinência, disfunção sexual e descoloração da pele. Em casos mais avançados a neuropatia pode resultar em perda da função das extremidades inferiores e até das extremidades superiores.

A – Neuropatia de fibra fina e grossa | B – Radiculoplexopatia e radiculopatia | C – Mononeuropatia | moneurite multiplexos |  D – Neuropatias autonômicas

A – Neuropatia de fibra fina e grossa | B – Radiculoplexopatia e radiculopatia |

C – Mononeuropatia | moneurite multiplexos | D – Neuropatias autonômicas

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO

O tratamento dependerá do conjunto de sintomas apresentados. Pode envolver o uso de hipoglicemiantes orais, analgésicos ou cremes tópicos para a dor, antidepressivos, anticonvulsivantes e corticosteróides.

TRATAMENTO NUTRICIONAL

As vitaminas do complexo B são úteis no tratamento da neuropatia, pois auxiliam no funcionamento do sistema nervoso . A neuropatia periférica pode inclusive ser causada ou piorar quando há deficiência de vitamina B1, B6 ou B12. No caso de deficiência o ideal é a suplementação.

O ácido alfa lipóico é um antioxidante útil no tratamento de neuropatia causada por diabetes ou tratamento de câncer. Contribui para a redução dos níveis de açúcar no sangue, melhora a função nervosa e alivia sintomas desconfortáveis ​​nas pernas e braços, como dores, coceira, formigamento, dormência, queimação.

Um aminoácido antioxidante e que ajuda a aumentar os níveis de energia, a vitalidade, além de reduzir a dor em indivíduos com neuropatia é a L-carnitina. A suplementação mínima para efeitos significativos é de 8 semanas.

Outro aminoácido antioxidante usado na redução da inflamação e no tratamento da dor é a N-acetil cisteína (NAC). Em diabéticos pode ajudar a melhorar a coordenação motora e reduzir danos subsequentes aos nervos.

A curcumina é uma erva culinária conhecida por suas propriedades antiinflamatórias, antioxidantes e analgésicas. Pode ajudar a aliviar a dormência e formigamento nas mãos e nos pés. É constituinte do açafrão e está disponível na forma de suplemento concentrado.

O óleo de peixe rico em ômega-3 é útil no tratamento da neuropatia devido aos seus efeitos antiinflamatórios e sua capacidade de reparar nervos danificados. É utilizado na dose de 2 a 6g/dia, dependendo do caso.

Para individualização, prescrição e análise de exames nutrigenéticos e acompanhamento com outros suplementos manipulados e dieta adequada entre em contato.

PRÁTICAS INTEGRATIVAS

Movimentar o corpo também é fundamental e sei que é difícil quando a dor não para. Mas procure vídeos na internet específicos para pessoas com neuropatia, diabetes, dores. Aqui estão alguns (em inglês) de yoga1, yoga2, fisioterapia. Se preferir um curso de 1 ano em português comece aqui.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/