Fitonutrientes reduzem a expressão de genes inflamatórios

Existe um complexo proteico dentro das células que regula e ativa o sistema imune e também está envolvido na inflamação e desenvolvimento de doenças. Este complexo proteico foi batizado de inflamassoma. O processo inflamatório pode ser iniciado por muito fatores como a presença de patógenos (PAMPs) ou de moléculas associadas ao dano tecidual (DAMPs). Sinais gerados por DAMPs e PAMPS são reconhecidos por células do sistema imune via receptores localizados nas membranas ou no citoplasma.

O inflamassoma (complexo proteico) NLRP3 é um dos mais estudados. É formado pela proteína adaptadora (ASC) e pró-caspase 1. Essas caspaces ativas induzem a liberação de substâncias inflamatórias como a interleucina-1 beta (IL-1b) e interleucina 18 (IL-18). O câncer, doenças vasculares, problemas renais, hepáticos, intestinais, renais, neurológicos podem ativar a cascata inflamatória:

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Contudo, fitoquímicos têm chamado atenção significativa devido aos seus efeitos moduladores nos inflamassomas associados ao início e progressão de doenças crônicas, incluindo até a doença de Alzheimer. Dentre eles estão a alicina, o resveratrol, a apigenina, ácido gálico, luteolina, curcumina etc (Özenver, & Efferth, 2021)

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

A forma de alta biodisponibilidade da vitamina B2

A riboflavina (vitamina B2) foi isolada da proteína do leite em 1879, recebendo o nome de lactocromo ou lactoflavina. É uma vitamina hidrossolúvel que atua como um intermediário na transferência de elétrons em numerosas reações essenciais de redução de oxidação (perda de elétrons) no metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas.

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A B2 uma das vitaminas com mais ampla distribuição, atuando em conjunto com outras vitaminas do complexo B, principalmente em reações de produção de energia. Todas as células de plantas e animais contém-na, mas há muito poucas fontes ricas. A levedura e o fígado têm as concentrações mais elevadas, mas as fontes de dieta mais comuns são o leite e os seus derivados, a carne, os ovos e os vegetais de folhas verdes.

O termo biodisponibilidade refere-se à proporção de um nutriente consumido que é absorvida, ficando disponível para a utilização pelo organismo. A biodisponibilidade dos nutrientes provenientes da dieta e de suplementos alimentares é influenciada por vários fatores, incluindo o estado nutricional, saúde e estágio de vida do indivíduo. Os fatores relacionados à dieta que afetam a biodisponibilidade dos nutrientes incluem a sua forma química, as interações entre os nutrientes e outros componentes dos alimentos e o processamento do alimento.

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A riboflavina é estável ao calor e por isso não é facilmente destruída no processo normal de cozimento, exceto se os alimentos estiverem expostos à luz, porque nesse caso podem ser perdidos até 50%.

Devido à sua sensibilidade à luz, a riboflavina desaparece rapidamente do leite guardado em garrafas de vidro expostas ao sol ou a luz natural directa (85% em duas horas).

Os sintomas clínicos claros da deficiência em riboflavina são vistos raramente nos países desenvolvidos. No entanto, é comum o estágio sub-clínico de deficiência, caracterizado por uma mudança nos índices bioquímicos. Nas crianças isto pode levar num crescimento inferior ao normal.

A deficiência de riboflavina pode ocorrer como resultado de um trauma, incluindo queimaduras e cirurgia e tem sido observada em pacientes com doenças crônicas como febre reumática, tuberculose, endocardite bacteriana subaguda, diabetes, hipertiroidismo e cirrose hepática. Idosos e as mulheres que tomam anticoncepcionais, dietas restritivas ou pessoas com doenças cardíacas crónica ou problemas absortivos intestinais também podem apresentar deficiência.

Pode ser depletada quando há uso de medicamentos, incluindo anticoncepcionais, antidepressivos tricíclicos (amitriptilina, imipramina, nortriptilina, doxepina e outros). Dietas com muito pouca caloria, problemas de má absorção intestinal, diarreia frequente, doença celíaca, alcoolismo também afetam a absorção da vitamina B2. Também é mais comum em veganos e nos idosos.

A baixa concentração de riboflavina na dieta piora a disbiose intestinal e aumenta a hiperpermeabilidade. A deficiência de B2 também afeta o metabolismo de outros nutrientes. As coenzimas dependentes de riboflavina são essenciais para a conversão da piridoxina (vitamina B6) e do ácido fólico nas suas formas ativas e para a transformação do triptofano em niacina. A absorção de ferro também é prejudicada pela falta de riboflavina.

A tabela mostra a necessidade média da população (EAR) e a recomendação (RDA). Marque uma consulta para estudarmos suas necessidades e melhor forma de suplementação.Consulte um nutricionista em relação às dosagens recomendadas para seu caso. A suplementação reduz a gravidade da enxaqueca (principalmente quando associada com Q10) mas neste caso as doses de tratamento podem ser bem maiores que as indicadas na tabela. Não existe limite máximo de tolerância (UL) definida para a riboflavina já que não é conhecida toxicidade por excesso.

Quando há alguma reação esta se dá por contaminação do produto, intolerância a outros componentes da fórmula ou mesmo corantes presentes em cápsulas ou outras formas farmacêuticas.

O melhor livro sobre biodisponibilidade de nutrientes em língua portuguesa é o da Dra. Silvia Cozzolino, disponível aqui.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Uso de probióticos e glutamina em casos de desnutrição

Cerca de 160 milhões de pessoas no mundo encontram-se desnutridas. A perda de peso aumenta o risco de morte e, de fato, esta é a principal causa de óbitos em crianças menores de 5 anos. Vários fatores contribuem para a desnutrição na infância como o desmame precoce, a pobreza ou insegurança alimentar, doenças. Em adultos, a desnutrição relaciona-se frequentemente a condições desfavoráveis de vida, transtornos psiquiátricos, doenças (esofagite, estenose esofágica, úlcera, colites, síndromes de má absorção, deterioração dentária, demência, doença de parkinson, hipertireoidismo ou hiperparatireoidismo, insuficiência cardíaca, doença pulmonar obstrutiva crônica, insuficiência renal, tumores etc), alcoolismo, solidão, depressão, falta de suporte social etc.

Enteropatias e desnutrição (Salameh et al., 2019)

Enteropatias e desnutrição (Salameh et al., 2019)

A recuperação da desnutrição envolve muitas estratégias, incluindo aconselhamento dietético, suplementação, uso de sondas ou mesmo terapia parenteral. Também é importante cuidar da microbiota. A desnutrição é frequentemente acompanhada de disbiose intestinal, com inversão aberrante da proporção de microorganismos anaeróbios para anaeróbios facultativos. Nos casos em que a desnutrição continua, a perda da microbiota intestinal anaeróbica madura saudável leva gradualmente a uma deficiência na captação de energia, piora da resposta imune, redução na síntese de vitaminas, piora da digestão, agravamento da má absorção e maior risco de diarreia e sepse por invasão sistêmica de bactérias patogênica.

Em caso de diarreia a suplementação de probióticos contendo Saccharomyces boulardii, Bifidobacterium longum e Bifidobacterium pseudolongum, associado à suplementação de glutamina (5 a 20g/dia) tem-se mostrado eficaz, juntamente com uma dieta hipercalórica e constipante. A suplementação de zinco também é interessante, melhorando a imunidade e ajudando a reduzir a inflamação intestinal.

Suplementos indicados:

Suplementos de zinco:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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