Estratégias de estilo de vida para prevenção do declínio cognitivo

Dentre os meus atendimentos, as questões mais frequentes são obesidade, diabetes, acúmulo de gordura no fígado (esteatose hepática), enfim, doenças crônicas que possuem sintomas clássicos mas que também possuem sintomas menos óbvios, como piora da memória.

O excesso de açúcar no sangue e a resistência à insulina reduzem a capacidade de memorização e compreensão. O excesso de gordura no sangue também. Doenças crônicas não tratadas aumentam o risco de demência na velhice. Por isso, cuidar do estilo de vida é muito importante. Estresse, dieta monótona e carente em nutrientes, sono ruim aumentam a inflamação,

O Alzheimer e outros tipos de demência possuem uma fase pré-clínica que dura cerca de 30 anos. Ou seja, antes do aparecimento dos primeiros sintomas já há depósito de beta-amilóide que vai piorando o funcionamento do cérebro. Apenas 5 a 7 anos antes do diagnóstico do Alzheimer é que os neurologistas conseguem identificar alguma alteração na ressonância magnética.

A escolha sobre como vivemos nossa vida terá grande impacto na saúde de nosso cérebro na velhice. Nossa seleção de alimentos influencia a composição microbiana intestinal e o estado mais ou menos inflamatório do organismo. Gorduras, por exemplo, podem ativar diferentes vias.

PREVENÇÃO E REVERSÃO DA DOENÇA DE ALZHEIMER

O consumo de gordura ômega-3 na dieta pode ativar a via antiinflamatória colinérgica (nome do reflexo antiinflamatório) suprimindo a liberação de citocinas pró-inflamatórias. Isso ocorre em parte devido à liberação de colecistocinina (CCK), um neuropeptídeo excretado após o consumo de gordura dietética que desencadeia várias funções digestivas, incluindo estimulação da contração da vesícula biliar e secreção do pâncreas exócrino e ativação de sinais do nervo vago aferente que incluem entre seus resultados a sensação de saciedade.

Exames nutrigenéticos mostram as vulnerabilidades não só em relação a genes associados diretamente ao desenvolvimento de demências, mas também àqueles relacionados ao metabolismo de nutrientes. Conhecer a genética é um passo importante para a prevenção e tratamento da doença de Alzheimer.

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Ao considerarmos a natureza multifatorial da doença de Alzheimer, precisamos pensar em estratégias integrativas que mantenham estresse baixo, peso adequado, glicemia normal e inflamação sob controle. Uma das dietas preconizadas é a ketoflex, associada à atividade física, yoga e meditação para o combate ao estresse, sono de qualidade e exercícios cognitivos.

1) SOM

- Encontre um local calmo

- Coloque sua música ou mantra favorito (KALYANI, et al, 2011).

- Feche os olhos

- Cante junto

2) YOGA

A respiração lenta, a entoação de mantras como o OM, as posturas (ásanas) e as técnicas de concentração ajudam a ativar o nervo vago (STREETER et al. 2010).

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Etapas importantes da neurogênese

Existem janelas de desenvolvimento oportunas para o cérebro, para a formação de neurônios e conexões entre eles (neuroplasticidade). O período antes do nascimento é fundamental para a montagem de circuitos cerebrais. Por isso, a gestante precisa cuidar-se muito bem, reduzindo o risco de parto prematuro. Existem outros períodos críticos para o cérebro, especialmente na infância:

Etapas importantes para o neurodesenvolvimento

Etapas importantes para o neurodesenvolvimento

Há também neurogênese em adultos. Neurogênese é o processo pelo qual novos neurônios são criados no cérebro e integrados em circuitos neurais. É uma parte da plasticidade que permite a função cognitiva e a manutenção dessa função durante a vida. Continuamos criando novas células cerebrais ao longo da vida (pelo menos até os 97 anos), apesar de em muito menor proporção. Em pacientes com Alzheimer a proporção de formação de novas células é cerca de 30% menor (Moreno-Jiménez, et al., 2019).

Mecanismos epigenéticos, incluindo metilação de DNA, modificação de histonas e RNA não codificador, desempenham papéis importantes na neurogênese (Wang et al., 2016). Em exames nutrigenéticos podemos identificar a capacidade de metilação de cada pessoa. Vale a pena fazer pois sem nutrientes não há neurogênese, não há neuroplasticidade. Além da deficiência de nutrientes, a neuroinflamação, o estresse oxidativa e a presença de toxinas no cérebro prejudicam a neuroplasticidade. A dieta é parte fundamental para o controle de cada um destes aspectos.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Avaliação e suplementação de vitamina K

A vitamina K existe naturalmente na natureza em duas formas: filoquinona (vitamina K1) e menaquinona (vitamina K2). Há ainda um composto sintético chamado menadiona (vitamina K3). A filoquinona está presente principalmente em alimentos de origem vegetal enquanto a vitamina K2 está presente mais frequentemente em alimentos de origem animal e é mais biodisponível.

Um dos papeis da vitamina K está relacionado com a coagulação sanguínea. Tanto carências quanto quantidades exageradas de vitamina K são prejudiciais e neste vídeo discuto as formas de avaliação e suplementação.

Vimos que a vitamina K (VK) atua como cofator na ativação de fatores de coagulação (proteínas como a proteína S, proteína C, protrombina etc.). No processo, a vitamina K hidroquinona (forma ativa) é oxidada e convertida em vitamina K epóxido após ativar fatores de coagulação. O corpo recicla a vitamina K epóxido de volta para a forma ativa por meio de uma enzima. A varfarina (lado esquerdo da imagem abaixo) bloqueia essa reciclagem, inibindo a produção dos fatores de coagulação — por isso é usada como anticoagulante.

Este estudo mostrou que pacientes com níveis adequados de vitamina K possuem menor risco de mortalidade por câncer, doenças cardiovasculares. Isto porque a vitamina K também tem uma função antioxidante, como mostrado na imagem acima.

O lado direito da imagem mostra a função anti-ferroptose da vitamina K. Ferroptose é um tipo específico de morte celular programada, dependente de ferro e associada à oxidação de lipídios (radicais lipídicos danificam a membrana celular).

A vitamina K (VK) também atua como antioxidante que neutraliza radicais lipídicos. A enzima FSP1 (ferroptosis suppressor protein 1) converte a vitamina K em sua forma ativa (vitamina K hidroquinona) para que ela possa trapar os radicais livres lipídicos, protegendo a célula da destruição.

Ou seja, a vitamina K também previne a morte celular por ferroptose, funcionando como antioxidante lipídico natural, independente do seu papel na coagulação.

Suplementação de vitamina K

Em suplementos, a vitamina K2 é mais biodisponível. O termo biodisponibilidade refere-se à proporção de um nutriente consumido que é absorvida, ficando disponível para a utilização pelo organismo. Existem vários tipos desta vitamina, sendo uma das mais estudadas a MK7, a aparentemente mais biodisponível.

A suplementação de 180mcg de K2-MK7 reduz a espessura das carótidas em mulheres na pós menopausa (Knapen et al., 2015). Para prevenção são usadas doses de 80 a 120 mcg. Já pacientes diabeticas podem precisar de doses maiores para benefício cardiovascular (cerca de 360mcg).

A K2-MK7 está também naturalmente disponível no natto, produto fermentado comum na dieta japonesa. Este é um destes motivos para os orientais possuírem uma menor mortalidade cardiovascular. Na dieta ocidental, os queijos curados possuem quantidades boas de vitamina K2. Contudo, tudo precisa ser equilibrado. Quem come muito queijo (e, portanto, mais cálcio, precisa suplementar magnésio para contrabalancear).

A vitamina K2 também aumenta a atividade de cascapase 3 aumentando a apoptose (morte) de células cancerígenas (Tsujioka et al., 2006). Outra forma biodisponível é a K2-MK7. Porém, a dose precisa ser um pouco maior no suplemento (cerca de 600 mcg/dia) para o mesmo efeito.

Outra forma de avaliar se a quantidade de vitamina K está boa na corrente sanguínea (além das outras 3 citadas no vídeo acima) é a concentração plasmática de plaquetas (valor ideal de 150.000 a 450.000/mm3).

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